– Barcelona, Espanha
Transferir as virtudes de modelos maiores e mais caros para os menores e mais baratos sempre é um grande desafio. O melhor exemplo é o crescente segmento de crossovers pequenos de luxo, onde muitos modelos desapontam por não ter a mesma sensação de requinte, por falta de estilo, refinamento, equipamentos e impressão ao dirigir que aparecem nos carros mais caros de suas fabricantes. A boa notícia é que no Volvo XC40 é diferente, pois ele realmente parece tão bom quanto o XC60 e XC90.
A Volvo descreve o XC40 como um "primo" dos modelos maiores, ao invés de irmão, pois o novo crossover não é simplesmente uma versão reduzida do XC60 e XC90. As instruções para os designers foi de criar um "robô pequeno e robusto", uma descrição boba mas que se encaixa bem ao olhar para a posição do carro, com suas rodas posicionadas mais nas extremidades. É o primeiro carro da Volvo com a plataforma Compact Modular Architecture (CMA), e isso é bom porque faz com que o XC40 não seja tão compacto assim, medindo 4,42 metros de comprimento e 1,65 m de altura, com saudáveis 21 centímetros de distância em relação ao solo.
O capô afiado em forma de concha inicia o design conciso, enquanto as laterais da carroceria descartam as usuais linha de ombro dos carros modernos e, em seu lugar, são acentuadas por uma grande depressão na parte de baixo das portas. A linha de cintura sobe de maneira forte ao passar da janela traseira, e há um grande spoiler sobre a tampa do porta-malas. Uma variação dos faróis de LED "Martelo de Thor" e as lanternas (também em LED) em forma de L ajudam a identificar o carro no trânsito.
O primeiro carro da Volvo com a plataforma CMA, o XC40 não é tão compacto assim, medindo 4,42 metros de comprimento e 1,65 m de altura, com saudáveis 21 centímetros de distância em relação ao solo.
Com o teto branco opcional nos modelos de entrada ou o teto preto brilhante das versões R-Design, há ainda mais presença nas ruas. O único problema é o pequeno pedaço de plástico na coluna C; está lá para cobrir a transição da pintura entre a carroceria e o teto, mas ele produz uma linha irritante que, uma vez notada, não podemos deixar de ver.
Uma pequena bandeira da Suécia em borracha posicionada no vão do capô é um toque engraçadinho. Será colocado somente nas 5 mil primeiras unidades do XC40 vendidas mundialmente, embora a Volvo esteja considerando continuar usando, caso os clientes gostem. A bandeira foi usada pela primeira vez no conceito Volvo 40.1, que é muito, mas muito próximo da versão de produção.
Os designers de interior da Volvo conseguiram equilibrar praticidade com diversão dentro do XC40. Não há caixas de som nas portas dianteiras, por exemplo, para aumentar o espaço do porta-objetos, e colocaram carpete em seu interior (ao invés de plástico) para impedir que os trecos fique fazendo barulho ao bater. Por outro lado, você pode pedir que este carpete seja pintado de laranja, se seus olhos forem corajosos.
É um veículo espaçoso; meu co-piloto de 1,80 m tinha espaço de sobra para pernas e cabeça no banco traseiro, e eu teria viajado feliz da vida no espaço do meio dos bancos traseiros (desde que fosse uma viagem curta). Os modelos R-Design disponíveis para o meu test-drive aparentavam ser caros e passavam essa sensação, com bancos de couro com costuras em contraste, painel com acabamento em alumínio escovado e interruptores que se movem de forma precisa.
É um veículo espaçoso; meu co-piloto de 1,80 m tinha espaço de sobra para pernas e cabeça no banco traseiro, e eu ficaria feliz no espaço do meio dos bancos traseiros em uma viagem curta.
Muitas das tecnologias vem do XC60 e XC90, incluindo o painel de instrumentos totalmente colorido, o seletor de marcha e a central multimídia Sensus super simples de usar. Controles climáticos e aquecimento do volante e bancos são controlados na tela sensível ao toque, então há poucos botões físicos no console central; ao contrário dos modelos maiores da Volvo, o botão para acionar o motor está do lado do volante, ao invés do console central. Infelizmente, este carro tem o estranho botão giratório da Volvo, que requer dois giros para passar de P para D, ou de R para D.
Soluções geniais de espaço foram usados. Há lugares para colocar cartões de acesso ou de estacionamento do lado do joelho esquerdo do motorista, um local para tag de estacionamento no para-brisa, uma cesta de lixo removível no console central, e um gancho dobrável na porta do porta-luvas, ideal para colocar uma bolsa, uma pequena sacola de compras ou seu pedido para viagem. Os bolsos nas portas tem espaço para um laptop de 15 polegadas (meu MacBook Pro coube facilmente), e um espaço opcional sob o banco do motorista é grande o suficiente para um iPad.
O console central foi desenhado especificamente para caber uma caixa de lenços de papel, e o espaço na frente do seletor de marcha, que pode vir com a base de recarga sem fio opcional, é larga o suficiente para os maiores dos smartphones modernos. O XC40 é o primeiro Volvo com recarga de celular por indução, mas em outro sinal dos tempos, não tem um plug auxiliar ou CD player.
Também tem alguns truques legais do porta-malas, onde um assoalho dobrável pode ser posicionado na vertical, para criar uma barreira perto dos bancos traseiros e impedir que sacolas de compras fiquem correndo pelo porta-malas. Conta também com três ganchos para pendurar mais sacolas. Também é possível colocar a cobertura do porta-malas embaixo do assoalho, o que é muito mais conveniente do que colocar dentro do carro ou deixar na garagem.
Muitas das tecnologias vem do XC60 e XC90, incluindo o painel de instrumentos totalmente colorido, o seletor de marcha e a central multimídia Sensus super simples de usar.
A área de carga tem espaçosos 586 litros com os assentos na posição normal. Se rebatidos, aumentam a capacidade para 1.336 litros. A Volvo diz que são quase 1,6 m de distância entre os bancos dianteiros e a tampa do porta-malas. Estes números de capacidade são bem maiores do que você irá encontrar em um Audi Q3 ou Mercedes-Benz GLA, mas está um pouco abaixo do que a BMW oferece no X1.
A versão de lançamento do XC40 no Brasil virá com o motor 2.0 turbo de quatro cilindros, com tração integral e câmbio automático de 8 marchas. É um motor pequeno, mas notável. A versão de entrada gera 190 cv, enquanto as mais completas contam com 254 cv, entregues sem demora. Rápido para responder assim que você pisa fundo, o XC40 é frio e calculista na cidade. Você raramente irá notar a transmissão fazer as trocas e a potência é entregue de forma linear.
Apesar disso, há muito barulho e vibração quando o motor é religado após o start-stop agir no trânsito. E o motor turbo tem um som bem monótono em todas as velocidades, embora felizmente ele suma quando o câmbio está nas marchas mais altas.
Os executivos da Volvo nos avisaram que os carros de teste que utilizamos eram os mais duros da linha, com as molas e amortecedores melhorados do R-Design e as rodas 20" opcionais. Talvez seja por causa das ruas impecáveis da Espanha, mas o aviso foi inútil. Com suspensão MacPherson na frente e multilink na traseira, a mistura entre conforto e esportividade é ótima. O XC40 suaviza as ruas e não se assustou com as poucas irregularidades no pavimento que encontramos no caminho. A versão Momentum, com rodas de 18 ou 19 polegadas, e uma suspensão mais gentil, deve ser ainda mais legal - embora eu prefira não formar uma opinião, como sempre, até experimentar o carro nas ruas esburacadas perto de casa.
Tem uma suavidade maravilhosa na hora de virar, como se todas as conexões deslizassem na manteiga. O que você não vai encontrar é muita sensação de esportividade, mas isso também vale para seus rivais.
Como em muitos dos novos Volvos, a direção elétrica tem uma sensação certeira em movimento: é fácil de girar de um lado para o outro quando estamos estacionando, sem mudanças inesperadas no esforço, e muita estabilidade no centro. Tem uma suavidade maravilhosa na hora de virar, como se todas as conexões deslizassem na manteiga. O que você não vai encontrar é muita sensação de esportividade, mas isso também vale para seus rivais.
No anda e para do trânsito na hora do rush enquanto voltava para o hotel em Barcelona, gostei de ver que o estilo atrevido da porta traseira não atrapalha a visibilidade tanto quanto eu esperava. Embora tenha um ponto cego forte nas diagonais traseiras, o vidro é largo o suficiente para compensar. Além disso, o aviso de ponto cego e os retrovisores laterais grandes ajudam a reduzir a preocupação com o trânsito.
Seu preço inicial será bem competitivo. O modelo inicial custará R$ 169.950, abaixo de seus rivais com motorização e nível de equipamento próximo. O Audi Q3 2.0 custa R$ 176.699, o BMW X1 parte de R$ 178.950 e o Mercedes-Benz GLA custa R$ 175.900. A versão intermediária custará R$ 189.950 e a topo de linha chega a R$ 209.950. Bom, isso até a chegada da futura versão híbrida, que ainda não foi apresentada.
A versão T5 Momentum vem com rodas de 18 polegadas, porta-malas elétrico, faróis em LED, quatro anos do sistema Volvo On Call com partida remota pelo celular, central multimídia Sensus com tela de 9" e painel digital de 12", e o sistema Volvo de frenagem pré-colisão. A topo de linha T5 R-Design adiciona teto preto, rodas 19", suspensão com ajuste esportivo, faróis de neblina em LED, volante em couro R-Design, sistema de navegação, abertura do porta-malas por sensor, acabamento mais refinado e ar-condicionado de duas zonas.
Ainda tem como opcionais o pacote Vision, que adiciona retrovisores com rebatimento elétrico, sensor de ponto cego com alerta de tráfego cruzado, e estacionamento automático. O pacote Advanced coloca câmera de 360° e faróis de LED adaptativo com limpadores. O pacote Premium, que será mais caro no Momentum do que no R-Design, traz diversos itens do R-Design e adiciona rebatimento elétrico para a segunda feira de bancos, aquele assoalho inteligente para o porta-malas, recarga wireless para o celular, um compartimento embaixo do banco do motorista, limpadores do para-brisa com aquecimento, e controle de cruzeiro adaptativo Pilot Assist. Os itens fora de pacotes incluem o teto solar panorâmico, bancos e volantes aquecidos e suspensão ativa (que só estará disponível no final de 2018).
Este não é um carro barato que recebeu alguns pedaços de couro. É um carro que foi criado desde o início para ser uma experiência premium.
Seja lá qual versão você escolha, estará muito feliz com o Volvo XC40. O carro é bem sucedido porque é bom em praticamente tudo. Não falta lugares bem sacados para guardar coisas do lado de dentro, anda bem pelas ruas e tem um bom leque de itens tecnológicos. Melhor ainda, o XC40 não fica devendo no design, acabamento ou dinâmica em comparação com seus primos mais caros. Este não é um carro barato que recebeu alguns pedaços de couro. É um carro que foi criado desde o início para ser uma experiência premium.
Vídeo (em inglês)
Fotos: Volvo
VOLVO XC40 T5 R-DESIGN 2019
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