– Phoenix, Arizona
Não será preciso esperar até janeiro para ver o novo VW Jetta em "metal e vidros". O novo sedã médio tem estreia marcada para o Salão de Detroit, quando fará a troca da a atual plataforma PQ35 pela nova modular MQB, e ganhará motor mais potente aliado a uma transmissão mais responsiva. Mas marca alemã optou por fazer uma prévia do Jetta 2019 - ainda camuflado, claro - no Campo de Provas da empresa no Arizona, a cerca de uma hora ao sul de Phoenix.
Este local é uma das oito unidades de manufatura, design e produção que a VW mantém nos EUA, e emprega cerca de 200 pessoas. É usado para testar produtos de todo o Grupo VW, desde as motos da Ducati até os supercarros da Bugatti. Em meio a um mar de Seats, Skodas e alguns modelos da VW específicos para o mercado chinês, tivemos a primazia de dirigir um protótipo do novo Jetta totalmente camuflado.
Clientes ficarão satisfeitos com a dirigibilidade superior,
mostrando similaridade tanto com o Golf quanto o Audi A3
Alguns componentes do antigo modelo ainda estão presentes, como o motor 1.4 TSI com turbo e injeção direta. Mas agora ele trabalha em parceria com uma nova transmissão automática de 8 marchas (contra 6 do atual Tiptronic), e roda sobre a plataforma MQB. Pareceu equilibrado e confortável, ao menos nesse contato inicial.
Clientes deverão ser agradavelmente surpreendidos com a dirigibilidade superior, que mostra similaridade tanto com o Golf quanto com o Audi A3. A direção é leve e precisa, a suspensão é bem calibrada e a cabine, silenciosa. Mesmo em condições de condução mais exigentes, o Jetta nunca vacila nestes três pontos-chave.
O oval de alta velocidade da pista de testes no Arizona permitiu levar o sedã aos seus limites. E, mesmo a 203 km/h, o Jetta manteve admiravelmente sua compostura. O volante comunicava-se sem esforço com o motorista e "dizia" o que as rodas dianteiras estavam fazendo, nunca se sentindo sem vida. Essas mesmas qualidades de engenharia apareceram na prova de slalom, onde o sedã permaneceu equilibrado enquanto eu forçava seus limites em torno de cones sobre a pista molhada.
Quando observo que a nova configuração de direção poderia ser apenas um pouco mais pesada, Matthias Erb, Diretor de Engenharia da VW da América do Norte, sorri e sugere, "Espere até dirigir o novo GLI" (versão esportiva com motor 2.0 TSI). Parece promissor.
A nova configuração de suspensão mantém o Jetta plantado, permitindo que as rodas da frente puxem o carro perfeitamente ao redor dos cones com quase nenhuma rolagem de carroceria. Nas curvas, o sedã é ainda mais impressionante. Na pista técnica e sinuosa da VW, ele mostrou características de condução esportiva semelhantes às do Mazda3 (considerado o sedã médio com a dirigibilidade mais afiada do segmento nos EUA).
Sob o capô, o motor 1.4 TSI atualizado dá energia quando você precisa, e responde suficientemente rápido. A VW não divulgou a potência, por se tratar apenas de um protótipo, mas sugeriu que ficou mais potente que os atuais 150 cv. Já a nova transmissão é sólida nas mudanças rápidas, e somente quando você crava seu pé nas curvas, ela hesita em reduzir a marcha, mesmo que por um segundo.
Variando por meio dos diferentes modos de condução - Normal, Eco, Esportivo e Individual (personalizável) - sentimos mudanças efetivas no Jetta. O modelo transforma-se de um pacato familiar de quatro portas para um sedã desportivo com a opção Sport acionada. A direção fica ligeiramente mais pesada, e a transmissão mantém as marchas mais baixas por mais tempo.
Mesmo com a carroceria coberta de camuflagem, podemos notar indícios óbvios do VW Arteon e do Audi A3. Do primeiro em particular veio a grade. A cabine teve o mesmo tratamento secreto, mas notamos novos e confortáveis bancos de couro, melhor visibilidade geral e um banco traseiro mais espaçoso. O estilo e o acabamento do Jetta, tanto por dentro como por fora, parecem bastante melhorados.
O Jetta da sétima geração foi um dos quatro veículos da VW projetados especificamente para motoristas norte-americanos, ao lado do Passat (versão específica diferente da europeia que temos no Brasil), do Tiguan e do Atlas. Até agora, a empresa vendeu mais de 16 milhões de exemplos do Jetta em todo o mundo desde 1979. E, se o novo modelo é uma indicação de sucesso nos EUA, esse número poderá saltar significativamente nos próximos anos.
Depois de algumas horas ao volante, o Jetta deixa um impacto positivo. A nova plataforma MQB faz maravilhas sobre a dinâmica geral, dando ao Jetta uma sensação de condução mais premium - algo importante num segmento que se atualiza continuamente. Desde que o estilo e os equipamentos sejam compatíveis com a concorrência e que o preço não suba muito - a VW promete que não -, líderes como o Toyota Corolla e o Honda Civic devem ter mais trabalho quando o novo Jetta chegar às lojas.
Fotos: divulgação
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