Já dirigimos McLaren 720S 2018: celebridade instantânea
Testamos o mais novo membro da Super Series, onde nasceu a ideia de um supercarro
– De Roma, Itália
Como um cara de 39 anos casado, eu não estou procurando por uma típica (quer dizer, bela) mulher italiana. Como tal, ser o centro das atenções de um grupo de garotas adolescentes - apontando, sorrindo e gritando para mim e para ele de uma só vez, de uma forma que eu só vi aqui na Itália - não é o que eu chamaria de confortável. Sim, eu sabia que era por causa do carro que elas estavam assim, e não por causa do meu cabelo balançando ou da maneira peculiar como minha barba bilha quando estou um pouco suado, mas ainda assim...
O McLaren 720S é um carro que você terá atenção. Você, caro leitor, poderia ter imaginado tanto ao simplesmente navegar pelas fotos do supercarro. Para mim, foi uma viagem estranha através de uma pequena aldeia, sobre uma estrada romana, quase tão larga quanto dois Fiat 500 estacionados lado a lado.
A fabricante britânica de automóveis tem feito progressos surpreendentes desde o seu primeiro lançamento, então chamado de MP4-12C, que chegou ao mercado há seis anos. Mas nada até agora parece o Supercarro do Futuro como este 720. Algo entre uma nave alienígena e uma visão interpretativa de curvas sensuais forjadas em fibra de carbono e alumínio que pode ser visto nesta máquina com olhos de um predador - baixo, largo, elegante e complexo, E quase completamente inesperado, dependendo de qual ângulo você está apontando a lente da Nikon. (Ou, no caso dos adolescentes, um fundo de selfie perfeito.)
Claro que o verdadeiro progresso que encontrei foi na estrada: aquela encontrada no campo depois de deixar a praça dos meus cinco minutos de fama, e na linha limpa ao redor do circuito Vallelunga. Todos apontando para um 720S que é, possivelmente, o melhor McLaren para usar este rótulo.
O que me ajuda nesta afirmação é o novo motor V8 de 4,0 litros biturbo que anima esta máquina de forma impressionante. Montado em posição central, é impossível ignorar o seu ritmo de condução, mesmo sem o escape esportivo opcional. De dentro da cabine, a série de sons de rosnar, assobiar e acelerar se funde em algo maior que a soma deles. Imagine um GT-R sintonizado por Joe Strummer e, em seguida, enviado para terminar a escola, e você começa a ter a ideia (juntamente com uma premissa cômica hilariante). Agressivamente hostil, perturbador, charmoso e difícil de se saciar assim que você o experimenta pela primeira vez.
Não há exatamente um "ponto morto" em rotações mais baixas, assim como vai de um "muito rápido" para "p$#! merda, calma aí" quando você chega a 5.000 rpm.
Ah, e isso faz o 720S inacreditavelmente rápido também. O motor é bom com 720 cv e 7.500 rpm e 78,5 kgfm de torque aos 5.500 rpm. Estas rotações altas do motor fazem parte da experiência de acelerar. Não há exatamente um "ponto morto" nas rotações baixas, mas o carro se transforma de "muito rápido" para "P3%¨& merda, vai mais devagar" quando atinge os 5.000 rpm. Falando de uma outra forma, a McLaren estima um 0 a 100 km/h de 2,9 segundos, mas é menos impressionante que a retomada de 80 a 190 km/h. Eu sequer tinha certeza qual era meu limite até o 720S me levar aos 3 dígitos pela primeira vez.
Potência não é impressionante sem leveza e controle, lógico. A McLaren - uma marca criada para ajudar um carro de corrida com péssimos hábitos - impressionou nestes quesitos quando comecei a andar rápido no circuito de Vallelunga.
O 720S é o mais leve habitante da Super Series da McLaren - um lugar antes ocupado pelo 650S. A massa foi reduzida em parte com a nova estrutura central de fibra de carbono da marca, chamada de Monocage II. Os tubos de fibra de carbono se estendem da cabeça do motorista em apenas um (e amável) suporte superior, dando para a máquina total poder de ser mais firme e responsiva que nunca, mesmo cortando valiosos quilos. O peso total do carro está abaixo dos 1.418 kg, o que deve menor que o peso do 650S Coupé.
Na pista, potência e leveza falam juntas na saída de cada curva, como Adão e Eva. Mesmo nas minhas primeiras voltas em Vallelunga (que possui duas seções de alta velocidade conectadas por algumas milhas de curvas) há um equilíbrio inerente. O 720S realmente quer que você ache o melhor traçado em cada curva, me obrigando a fazer pequenas correções mesmo em uma curva sem referências.
O 720S realmente quer que você ache o melhor traçado em cada curva, me obrigando a fazer pequenas correções mesmo em uma curva sem referências.
Parte do que eu sinto é puro software. O carro usa a última geração do McLaren Proactive Chassis Control, que, basicamente, trabalha com milhões de cálculos para manter tudo do melhor modo possível. O 720S traz 12 sensores no chassi, assim como um acelerômetro em cada roda, para dar ao sistema uma imensidão de informações. No modo Track, que eu usei em Vallelunga, isso significa quase zero intrusão do controle de estabilidade.
O novo Variable Drift Control leva o software a um outro nível, dando ao motorista a escolha de como o ESP trabalha. É uma forma segura de aprender a andar rápido, ao oposto da tradicional "desligue tudo e torça para não bater no muro". A mais, há telemetria (incluindo três câmeras) que ajudam a ver seu progresso em sua pista favorita. Minhas voltas foram comparadas as que foram feitas dias antes pelos pilotos da marca - um jeito hilário da McLaren me lembrar que eu sou lento e o 720S é rápido.
Agora, provavelmente, a maioria dos donos de McLaren não se avaliarão desta forma, na maior parte do tempo. Mas isso mostra que o DNA das corridas está ali (e funciona bem).
O que a maioria dos donos de 720S irão aproveitar, eu espero, é o desempenho nas estradas, que tive o privilégio de descobrir entre Roma e a pista. As estradas que se afastam da cidade são a combinação certa de curvas e partes sem patrulhas que são um playground perfeito para carros como este. (A mais, como evidenciado pelos raggazze na vila, os locais torcem por algo assim). E a rota do teste ajudou a enfatizar isso, mesmo na velocidade da via, que o 720S é elegante para pilotar e surpreendentemente amigável.
O que virou meu sistema favorito, a direção eletro-hidráulica é divertida de usar. A experiência atinge todas as minhas predileções em cheio: o volante é do tamanho certo, coberto com Alcantara (mas é um opcional), e sem nenhum outro adorno. Quer mudar a estação do rádio? Vá ao console central; um homem de verdade usa o volante para virar. A resposta é rápida e direta, com feedback da estrada completo, tanto que é preciso de cerca de cinco minutos no banco para se sentir totalmente a vontade.
Tudo trabalhando tão bem, em um carro que vai aos 340 km/h, é impressionante em outro nível.
Fora o volante simples, o carro tem a maior parte de equipamentos de um modelo de luxo. A mais recente versão do sistema de entretenimento da McLaren é bem avançada. Uma tela vertical sensível ao toque tem um delay maior para as respostas que alguns aparelhos do mercado, mas me encontrei tocando, pinçando, dando zoom, etc, sem qualquer dificuldade. O painel central é todo digital, configurável e fácil de ler - e ele te leva para baixo, revelando um display com apenas marchas, rotações e velocidade se você prefere se manter concentrado na estrada. O sistema de navegação trabalha bem, os bancos são aquecidos, há um capacete no cara que diz qual saída de ar eu selecionei, há capas nas portas que mantém as coisas no lugar quando você tenta impressionar o manobrista (ou apenas para evitar olhares nas vilas). Com tudo trabalhando tão bem em um carro que chega aos 340 km/h, é impressionante em outro nível.
Nesta mesma forma, o McLaren fez o 720S completamente dirigível na cidade. Mesmo deixando Roma - não a mais calma cidade para se dirigir no mundo - me senti confiante do Mc, em parte por causa da visibilidade realmente excelente para esta categoria, parte pelo modo Comfort na suspensão e direção, como um Classe E ou Série 5. Com apenas um dedo e câmeras 360º, qualquer um pode parar o 720S em vagas paralelas (ao menos que não se saiba o preço se arranhar a pintura). E o modo confortável é duro, para não dizer um castigo para a coluna, mesmo nas melhores ruas.
Para quem não acredita, lendo até aqui e esperando a parte negativa... não tenho muito a vocês. Aqui está o que acho que o McLaren tem de negativo: (1) O 720S é bem caro. Seu preço inicial é de US$ 284.745, efetivamente impossível para a maioria dos compradores de carros, não importa o quão seja entusiasta, ao redor do mundo. Ah, e está quase esgotado, então mesmo assim, não será vendido nos Estados Unidos até junho. (2) A transmissão, uma dupla embreagem de sete marchas, trabalha bem com os paddle shifters, mas os botões centrais para acionar drive, neutro e ré, são confusos. Requerem um pé firme no freio para engatar e não se encaixam com a proposta de ser fácil de usar na cidade que descrevi antes. Fiquem longe, motoristas de domingo. (3) Os controles dos bancos são apertados... sério mesmo.
Amei a ideia de ser o fundo das fotos de algum oportunista, já que a minha figura, atrás dos vidros, não será mostrada no Instagram de alguém que nunca vi na vida. Amei o contraste entre meu estado de mente e um veículo que me provoca. O McLaren 720S é a estrela, afinal - e mesmo no país que inventou os supercarros, em uma vila cheia de Ferrari e Lanborghini em seus estreitos corredores - brilha bastante.
Fotos: McLaren
Galeria: McLaren 720S 2018: Primeiras impressões
McLAREN 720S 2018
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