Volta rápida Hyundai Elantra 2017 - Siga o líder
O sedã médio coreano está cada vez mais próximo dos japoneses. Tanto no que é bom quanto no que é ruim
Em meio ao lançamento dos novos SUVs Creta e Tucson, o Elantra tinha tudo para passar despercebido. Mas o sedã mudou mais do que sua ficha técnica sugere e, com preços a partir de R$ 84.990, pode pela primeira vez fazer o comprador de Corolla e Civic coçar a cabeça - afinal, mesmo sendo importado da Coreia do Sul, ele custa menos que os rivais feitos no interior paulista. Dirigimos o modelo durante um breve test-drive em Florianópolis (SC) e gostamos do que vimos. Mas o almoço nunca é grátis.
Antes de falar de preço, vamos ao carro. O Elantra nunca foi tão japonês no jeito de andar, todo certinho, e europeu no estilo. A Hyundai parece ter percebido que o modelo anterior, cheio de vincos e recortes, cansou mais rápido que viral do Youtube. O sedã agora está bem mais elegante com o novo conjunto de faróis e grade hexagonal, capô largo e baixo, além da traseira com caída mais suave, que lembra um pouco a do Civic. Só que, diferentemente do Honda, a ponta da tampa do porta-malas é levemente puxada para cima, enquanto as lanternas adentram a tampa, num conjunto mais tradicional.
Internamente, o Elantra também trocou o arrojo do painel em formato de Y por um desenho mais convencional, porém, que transmite maior elegância. O painel usa plástico rígido, mas de qualidade (sem aquele brilho de peças de baixo custo) e tem comandos bens distribuídos, com foco na central multimídia de 7" com tela sensível ao toque e uma série de recursos, como GPS, mirror link para smartphones, câmera de ré e TV digital.
Ao aproveitar a plataforma do modelo anterior, embora melhorada, o Elantra 2017 ficou apenas 4 cm mais comprido, mas o importante foi manter a boa distância entre-eixos de 2,70 m (mesma de Corolla e Civic). Por dentro, ele é suficientemente espaçoso para quatro adultos (tanto para as pernas quanto para a cabeça) e oferece bom nível de conforto. Já o porta-malas é um tanto compacto para o segmento, com somente 407 litros.
Para quem tinha dirigido o Creta com motor 2.0 no dia anterior, foi fácil notar que Elantra mostra respostas mais ágeis com o mesmo propulsor de 166 cv e 20,6 kgfm de torque, por ser mais leve (1.260 kg contra 1.399 kg). Ele tem funcionamento suave e, com duplo comando variável (admissão e escape), entrega boa força logo a partir de giros baixos - ainda que o torque máximo só venha a 4.700 rpm. Na comparação com o SUV, o sedã também possui a cabine mais silenciosa, por conta do melhor isolamento acústico, sem deixar o ruído do motor incomodar.
Ao rodar, o Elantra exibe desempenho bem próximo dos de Civic e Corolla 2 litros, mas com a vantagem de, a meu ver, trazer o bom e velho câmbio automático de seis marchas. Mesmo não sendo tão eficiente quanto a transmissão CVT dos japoneses, deixa a condução mais interessante, com suas trocas suaves e bem programadas para aproveitar o motor. Também já foi o tempo em que o Elantra tinha a direção leve demais e uma suspensão que não lidava muito bem com o nosso piso. A linha 2017 chega com seletor do modo de condução (Normal/Eco/Sport) e uma estrutura bem mais refinada.
Em termos mecânicos, a estrutura é a parte mais importante do novo Elantra. O monobloco foi enrijecido com uso de 53% de aços de alta resistência (contra 21% de antes), o que resultou em 29% a mais de rigidez torcional. A Hyundai também aumentou a aplicação de adesivos estruturais, vindos da aviação, em pontos de tensão mais elevada no chassi para reforçar as áreas de solda. Traduzindo em bom português, o sedã ficou mais estável, confortável e silencioso. Com a carroceria mais rígida, você pode reduzir a carga das molas e amortecedores sem prejudicar a estabilidade. Ou seja, o Elantra está passando mais macio sobre as imperfeições e, ao mesmo tempo, ficou mais obediente e dinâmico nas curvas.
Temos então um carro à altura dos líderes de venda? Como produto, sim. E a Hyundai ainda oferece garantia maior que as marcas japonesas, de 5 anos contra 3. A pegadinha, porém, está nos pacotes de equipamentos. Por R$ 85 mil, o Elantra parece tentador se pensarmos que ele custa cerca de R$ 10 mil a menos que o Civic Sport CVT. Mas cadê o controle de estabilidade (ESP)? Só na versão de topo, tabelada a R$ 115 mil. Também não espere por central multimídia ou bancos de couro, que aparecem na versão intermediária, que custa R$ 104 mil, ainda sem o ESP.
Como costuma acontecer no lançamentos, nós só conhecemos o Elantra completão, que, entre outros itens, vem com teto solar, faróis de xenônio, alerta de ponto cego e 7 airbags (sendo um para os joelhos do motorista). Um sedã muito bom, sem dúvidas. Só que, a R$ 115 mil, o atrativo do preço já foi embora, o motor 2.0 ficou defasado perante os turbinados de Cruze e Civic e a Hyundai perdeu a chance de ganhar novos clientes.
PRÓS
- O Elantra trocou o visual "Jaspion" por um estilo mais conservador e elegante, que deve agradar ao cliente deste tipo de carro.
- Apesar de manter a plataforma anterior, a estrutura foi bastante reforçada. Assim, o Elantra ganhou em conforto e dirigibilidade.
- A direção ficou mais comunicativa e, na versão de topo, ganha firmeza quando ativamos o modo Sport de condução.
- Espaço interno está entre os melhores da categoria.
- Preço de entrada é atraente, mas...
CONTRAS
- ...ele vem pouco equipado. A maior economia da Hyundai foi oferecer o controle de estabilidade somente na versão mais cara.
- O porta-malas de 407 litros é pequeno para um sedã médio.
- Por R$ 115 mil, a versão mais cara fica devendo o motor 1.6 turbo do New Tucson.
VERSÕES, ITENS E PREÇOS
Elantra Base - R$ 84.990
Itens: ar-condicionado digital, vidros e travas elétricas, espelho elétrico com aquecimento, controlador de velocidade, 6 airbags, dispositivo de fixação de cadeirinha Isofix e sistema de áudio com comando no volante, entre outros itens.
Elantra Special Edition - R$ 103.990
Itens: Base mais sistema de ignição do motor por botão de partida, abertura por aproximação do porta-malas, bancos revestidos em couro, central de entretenimento Android com tela sensível ao toque e rádio integrado com leitor de MP3, GPS, Mirror Link, TV Digital, Bluetooth e comandos no volante, tela de 7" sensível ao toque com GPS, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros, Bluetooth, airbags laterais e de cortina, banco do motorista com ajustes elétricos e com suporte lombar, sensor de chuva e luzes diurnas de LED.
Elantra Top - R$ 114.990
Itens: todos da versão anterior mais alerta de ponto cego, controle eletrônico de estabilidade, sistema de controle de tração, seletor do modo de condução Drive Mode Select (Normal/Eco/Sport), faróis com lâmpadas de xenônio com acendimento automático, teto solar elétrico, painel de instrumentos com tela de 4,2", airbag de joelhos para o motorista e espelhos rebatíveis eletricamente.
Por Daniel Messeder, de Florianópolis (SP)
Fotos: Autor e divulgação
Viagem a convite da Hyundai
Hyundai Elantra 2017
MOTOR | dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.999 cm³, duplo comando variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 157/167 cv a 6.200 rpm / 19,2/20,6 kgfm a 4.700 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de seis marchas, tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve de aro 16" com pneus 205/60 R16 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.260 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.570 mm, largura 1.800 mm, altura 1.465 mm, entre-eixos 2.700 mm |
PORTA-MALAS | 407 litros |
PREÇO | de R$ 84.990 a R$ 114.990 |
Galeria: Hyundai Elantra Avaliação BR
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