Conhecida no mundo todo pela reputação esportiva e, ultimamente, pelos sedãs e SUVs de luxo que produz, a Porsche é certamente uma das fabricantes mais sólidas do grupo Volkswagen. Nos últimos 15 anos, a marca conseguiu entrar com sucesso em novos segmentos, adicionou mais modelos ao portfólio e estreou motores elétricos e eletrificados que eram impensáveis há algumas décadas.
Graças à qualidade, desempenho e bom marketing, a Porsche quase triplicou as vendas globais entre 2009 e 2023, registrando a cifra recorde de 320.200 unidades vendidas em todo o mundo no ano passado. Ao todo, são 16 anos consecutivos de crescimento (com exceção do ano da Covid, 2020). Outras marcas como Tesla, Cupra, Dacia e BYD podem ter crescido ainda mais rápido em um período mais curto, mas seus carros não são tão caros quanto os da Porsche.
Apesar do excelente histórico, novos problemas estão surgindo. O balanço acumulado de 2024 revela que a Porsche sofrerá queda nas vendas e não conseguirá superar o recorde de 2023. Os últimos dados divulgados mostram que as entregas globais entre janeiro e setembro totalizaram 226.000 unidades, o que significa queda de quase 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o relatório da empresa, o principal motivo da queda foi a menor demanda na China, que recuou cerca de 29%. Quanto aos modelos, há duas tendências claras que explicam o momento difícil da Porsche. Em primeiro lugar, o Porsche Taycan está sofrendo quedas acentuadas em mercados onde a procura já não cresce, especialmente Europa e Estados Unidos.
Além disso, o Taycan enfrenta concorrência cada vez mais acirrada na China (de longe o maior mercado mundial de veículos elétricos). Como se não bastasse, o esportivo já acumula cerca de 5 anos de mercado desde a apresentação no Salão de Frankfurt de 2019. Em um segmento tão dinâmico e ávido por novidades, é um tempo considerável sem grandes mudanças.
A outra tendência, talvez ainda mais preocupante, diz respeito ao Macan. A segunda geração, agora disponível apenas com propulsão elétrica, já está à venda mas ainda não conseguiu superar os resultados de vendas da geração anterior com motor a combustão. Isso porque a Porsche deixou de vender a primeira linhagem em alguns mercados importantes para se concentrar somente na variante EV, incluindo Alemanha, França, Holanda, Espanha e Áustria.
Entre os fatores que travam o crescimento do Macan EV, destaque para o preço salgado e queda geral na demanda por elétricos na Europa. O modelo custa em média 22% mais que a geração anterior a gasolina e, no geral, há receios crescentes quanto à desaceleração na procura por elétricos em segmentos específicos, como o de veículos esportivos. Apesar disso, o Macan ainda não foi apresentado em todos os mercados da Porsche, por isso a transição pode estar prejudicando as vendas.
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