A crise do Grupo Volkswagen na Europa parece cada dia pior. Investimentos atrasados, críticas à qualidade dos carros, previsões de mercado equivocadas e a guerra comercial declarada entre a Europa e a China são apenas alguns dos motivos que levaram o grupo a temer o fechamento de várias fábricas na Alemanha.
Falando em Alemanha, chegam notícias que acrescentam outro motivo à lista de problemas do grupo nos últimos anos: a produção excessivamente cara nas fábricas alemãs, que, por sua vez, é o resultado dos acordos coletivos de trabalho assinados entre o fabricante e o sindicato IG Metall, com sede em Frankfurt (ALE) e que é atualmente o maior sindicato do mundo, com mais de 2 milhões de filiados.
Condições estruturais favoráveis e previsíveis devem tornar a mobilidade elétrica mais atraente para o trabalhador médio do país", diz um comunicado à imprensa emitido pela associação em maio.
Como se isso não fosse suficiente, parece que foi o próprio IG Metall que freou o desenvolvimento de um carro elétrico barato pelo grupo. Estamos falando da versão alemã do novo Renault Twingo elétrico, um remake da primeira geração do subcompacto francês que deveria ter nascido graças a uma colaboração entre a Volkswagen e a Lausanne, da qual o fabricante alemão se retirou desde então.
Daniela Cavallo, presidente do conselho de trabalhadores da VW, revelou a informação e disse: "Para o ponto central de nossa estratégia elétrica, o futuro hatchback elétrico da marca, queríamos fazer diferente [que a concorrência] e construí-lo junto com a Renault/Dacia".
O objetivo do IG Metall era preservar a produção na Alemanha, uma vez que a Renault fabricaria o Twingo da Eslovênia. Parece, portanto, que foi o sindicato que pressionou pela reviravolta do fabricante. Os objetivos eram concentrar esforços no Volkswagen ID.2, um carro elétrico a ser apresentado em 2025 a um preço de cerca de 25.000 euros (cerca de R$ 156.680), este feito na terra natal da marca.
Deve-se lembrar, no entanto, que o futuro carro alemão, juntamente com outros do grupo VW, como o Cupra Raval e o Skoda Epiq, serão feitos na Espanha, mais precisamente em Pamplona, na fábrica dedicada até agora ao Polo (que, nesse meio tempo, está sendo transferido para a África do Sul).
Enquanto isso, a Renault prossegue com seu projeto de oferecer seu próprio carro em 2026 a 20.000 euros (R$ 125.300) e enfrentar rivais como o Kwid/Spring e o Leapmotor T03, vendido na Itália a 17.900 euros, cerca de R$ 112.186 (o preço do carro urbano chinês está, no entanto, em promoção e subirá para 18.900 euros, ou R$ 118.453). Um panorama no qual se encaixam outros modelos de baixo custo, como o Fiat Grande Panda e o Citroën e-C3.
Fonte: IG Metall bei Volkswagen
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Pablo Di Si, CEO da VW América do Norte, deixa o cargo de repente
Quer apostar? Híbridos vão depreciar mais que elétricos daqui a 10 anos
México rejeita Amarok da Argentina e terá nova geração global da picape
Lista: os carros manuais que restaram em 2024 que não são básicos
Volkswagen comemora os 65 anos de seu complexo industrial na Via Anchieta
Jaguar revela novo logotipo e sinaliza como será 'recomeço elétrico'
Novo Volkswagen Taos 2025 manterá motor 1.4 TSI em alguns mercados