A Mercedes-Benz fez esta semana, em sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP), uma pré-apresentação das novidades que exibirá na Fenatran, o salão do transporte rodoviário de cargas que será realizado no São Paulo Expo, na capital paulista, de 4 a 8 de novembro.
As novidades abrangem todas as famílias de caminhões da marca: Accelo, Atego, Actros e Arocs. Segundo Jefferson Ferrarez, vice-presidente da empresa, com o cenário econômico positivo e promissor, há uma expectativa de crescimento das vendas em 15% já este ano. Essa tendência é puxada pelos setores agropecuário, de mineração e construção civil, além do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em agosto do ano passado. Já se fala ainda em uma grande compra de caminhões tanque para combates a incêndios.
A família Accelo, de caminhões leves e médios, estreará seu novo visual na Fenatran. A cirurgia plástica deu ao caminhão um ar mais limpo e futurista mas, paradoxalmente, traz uma referência ao passado: repare como a grade ovalada preta lembra a dos velhos “Onze-treze”. O parachoque e a saia dianteira perderam volume visual e podem vir na cor da carroceria ou do próprio plástico (cinza escuro).
O parachoque de plástico, com alma de aço, é tripartido para baratear a manutenção. O material plástico é de grande maleabilidade (deforma mas não quebra), resultando em menor peso e maior durabilidade nas aplicações urbanas. O conjunto óptico em LED aumenta a segurança e a durabilidade. Os piscas, contudo, continuam com lâmpadas halógenas.
O ângulo de entrada de 23º pode ser aumentado para 27º (com o caminhão carregado) com a opção do Pacote Robustez, que inclui suspensão levantada em 7 cm. Esse conjunto vem ainda com protetor de cárter e radiador, chapa protetora do tanque de combustível, protetor do tanque de Arla32 e grades protetoras nas lanternas traseiras.
A família Accelo passa a ser composta pelas versões 917, 1117 e 1417 6x2. Nos menores caminhões da linha, o PBT passa de 8,3 toneladas para 9,1 toneladas. Nos maiores Accelo, o PBT sobe de 13 para 14 toneladas. Já o lançamento do 1117 marca a entrada da Mercedes-Benz no segmento de caminhões médios com 11 toneladas de PBT (vale lembrar que a arquirrival VW Caminhões oferece a linha Delivery com PBT entre 3,5 toneladas e 13,2 toneladas).
O motor OM 924 LA, de 163 cv e 62 kgfm, vem como um novo mapa de injeção e otimizações no sistema de gerenciamento térmico do catalisador, com um ganho de até 3% de economia de combustível, segundo a Mercedes. Já o câmbio manual Eaton de seis velocidades teve a primeira marcha encurtada, o que melhorou um pouquinho o desempenho em rampas. A outra opção é o câmbio automatizado G90 PowerShift de 3ª geração, com seis marchas, o mesmo usado no Atego 1719. Aguenta até 102 kgfm de torque - ou seja, é superdimensionado para a linha Accelo e deve durar uma eternidade.
Eixos e suspensões foram redesenhados para as novas capacidades de carga, aumentando a robustez. As molas dianteiras e traseiras estão mais espessas e ganharam uma resistência cerca de 12% maior. Os amortecedores dianteiros foram recalibrados. Já as barras estabilizadoras dianteiras e traseiras estão mais grossas: seu diâmetro foi aumentado de 34 mm para 38 mm.
O eixo dianteiro VL2 é de nova geração, com rolamento compacto que dispensa manutenção. O pino do cubo de roda é cilíndrico, em lugar da versão cônica anterior. Essa nova construção permitiu aumentar a capacidade de carga, de 3,2 toneladas para 3,6 toneladas.
O eixo traseiro para os 1117 teve seus componentes internos da ponteira e cubo de rodas reforçados para o aumento de capacidade de carga técnica para 7,1 toneladas (antes o máximo era de 6,4 toneladas). O sistema de direção foi recalibrado, com aumento de 15% em sua pressão de trabalho, deixando as manobras mais leves.
O que não foi anunciado na pré-estreia é a versão elétrica do Accelo. Mas pode contar que a novidade estará na Fenatran…
Atego 2433
A novidade na família Atego é o modelo 1719 Full Air, com suspensão pneumática nos dois eixos. A solução é voltada para quem transporta cargas frágeis - bebidas, por exemplo. Além do rodar mais suave sobre ruas esburacadas, o rebaixamento da suspensão a ar facilita muito o carregamento e descarregamento dos produtos, trazendo melhor acesso à carga e prevenindo acidentes de trabalho.
Actros 2045 - grade pintada e suspensão metálica convencional em vez de pneumática
A linha de pesados Actros agora recebe o sobrenome Evolution. Uma das novidades é a bateria de alta ciclagem, que tem a maior capacidade do mercado - 230 Ampères-hora - e recarga mais rápida que a usada anteriormente. O filtro secador (coalescente) também foi melhorado, para aumentar seu poder de eliminar a umidade e as impurezas no sistema de ar comprimido.
O novo compressor de ar nos motores OM 460 traz, segundo a Mercedes, mais eficiência para o motor. E há a promessa de menor consumo de combustível e redução de 33% nas paradas de manutenção e manutenção preventiva otimizada.
A grade passa a vir pintada na cor da cabina, como se vê nos Actros europeus. Os faróis em LED, antes opcionais, agora são de série, assegurando melhor luminosidade e até 30% em maior durabilidade. Na boleia, uma novidade é o carregamento de celular por indução.
Ainda na linha Actros, temos algo que pode ser considerado um retrocesso técnico (e que vai no sentido contrário ao que foi feito no Atego 1719 Full Air): a pedido de clientes, a suspensão a ar pode dar lugar a uma suspensão metálica, com molas convencionais, nos Actros 2045, 2548 6x2 e 2553 6x2.
Segundo a Mercedes-Benz, há grande demanda pelo sistema, que garante mais durabilidade e despesas menores em certas aplicações severas. Para as demais tipos de uso, o Actros continua a trazer a suspensão pneumática.
Arocs 4051 8x4
A linha Arocs, para operações pesadas (mineração, por exemplo) ganha a versão 4051 para o setor madeireiro. Sucessor do Axor madeireiro, o novo caminhão sai de fábrica totalmente customizável na versão 8x4, podendo ser equipado com escape vertical, kits de proteção e uma grande novidade: cabina leito para as operações de longas distâncias.
Outro destaque da linha Arocs é o 3353. Com cabina leito e teto baixo, esse cavalo mecânico foi pensado especialmente para o segmento canavieiro, com seu motor OM 471 de 530 cavalos.
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