Stellantis confirma: Carlos Tavares deixa de ser CEO em 2026

Apesar das mudanças na administração da Stellantis em outros mercados, Brasil não foi afetado

Por: Adrian Padeanu

Traduzido por: Thomas Tironi

11 Outubro em 13:36

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Dizer que a Stellantis está em uma situação difícil seria um eufemismo. As vendas estão caindo tão drasticamente nos Estados Unidos que os revendedores estão acusando Carlos Tavares pela "rápida degradação" das marcas do grupo. Em uma carta aberta enviada ao CEO, o Conselho Nacional de Revendedores da Stellantis dos EUA alertou que o conglomerado automotivo está enfrentando um "desastre".

Agora estamos sabendo que o chefão deixará o cargo, mas somente no início de 2026. Tavares é o primeiro e único CEO da Stellantis nomeado como chefe após a fusão do Grupo PSA com a Fiat-Chrysler Automobiles em 2021. Seu contrato de cinco anos expirará no início de 2026. Embora os rumores estivessem sugerindo que ele poderia manter seu emprego por mais tempo, esse não será o caso. De acordo com um comunicado à imprensa emitido pela Stellantis, Tavares "se aposenta no final de seu mandato de CEO no início de 2026".

O processo de busca para encontrar um substituto já começou e está sendo conduzido por um Comitê Especial do Conselho presidido por John Elkann, que também é presidente da Ferrari. A Stellantis diz que deve levar até o final do próximo ano para escolher a pessoa certa para suceder Tavares. Nesse meio tempo, Elkann ressalta que "o Conselho de Administração é unânime em seu apoio a Carlos Tavares e às mudanças decisivas anunciadas".

E quais são essas mudanças? Davide Grasso e Jean-Philippe Imparato não são mais os CEOs da Maserati e da Alfa Romeo, respectivamente. Santo Ficili foi nomeado diretor executivo das duas marcas italianas de alto padrão. Grasso permanecerá na Stellantis, mas em uma posição diferente. Quanto a Imparato, ele agora é Diretor de Operações (COO) na região europeia, substituindo Uwe Hochgeschurtz, que está deixando a empresa. Imparato também será o CEO da Pro One, a parte de veículos comerciais do grupo.

Nos EUA, Antonio Filosa irá continuar como CEO da Jeep, mas também assumirá as funções de Diretor de Operações (Chief Operating Officer, ou COO) da América do Norte, substituindo Carlos Zarlenga. Este último assumirá uma posição diferente dentro da empresa. Doug Ostermann assume a função de Diretor Financeiro para substituir Natalie Knight, que também está de saída.

Nas últimas semanas, Tavares falou muito sobre o que está acontecendo na Stellantis. Ele culpou o marketing ruim pelas vendas fracas da Maserati. O CEO também apontou o dedo para a fábrica de Sterling Heights, em Michigan, onde muitas picapes da Ram precisam de reparos logo após saírem da linha de montagem. Em nota, a Stellantis admitiu recentemente que está com um estoque excessivo de carros.

Apenas como exemplo, o SUV médio Hyundai Tucson emplacou no terceiro trimestre deste ano aproximadamente 53.801 unidades e teve desempenho superior à soma dos emplacamentos das quatro marcas da Stellantis (cerca de 51.406 veículos).

Antonio Filosa

Nenhuma das 14 marcas de automóveis sob o guarda-chuva corporativo corre o risco de ser cortada. Ao menos não por enquanto. Anunciado em 2021, o plano original de manter todas as empresas por 10 anos ainda está em vigor. Isso significa que a Stellantis terá que continuar a ter paciência com a Lancia, DS Automobiles, Chrysler e outras marcas com problemas dentro do grupo.

No Brasil, tudo normal

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Stellantis apresenta tecnologia Bio-Hybrid ao presidente da República

Por aqui, nada muda. A Stellantis enfrenta um bom momento no país e prova disso são os últimos investimentos em modelos híbridos anunciados junto ao Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, no último dia 8 de outubro. O comunicado foi feito em Brasília, durante o evento Liderança Verde Brasil Expo, promovido pelo Ministério de Minas e Energia.

No evento, a Stellantis exibiu quatro maquetes de tecnologias híbridas em diferentes níveis que serão gradualmente lançadas no Brasil a partir deste ano: são a Bio-Hybrid (híbrido-leve); Bio-Hybrid e-DCT com transmissões eletrificadas de dupla embreagem (híbrido convencional) e Bio-Hybrid Plug-In (PHEV). A marca também já confirmou que produzirá um carro 100% elétrico (BEV) no país.

Galeria: Stellantis anuncia híbridos para novembro

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Os primeiros híbridos nacionais da Stellantis deverão ser os híbridos leves de 12 volts. Segundo o Marlos Ney Vidal, do site Autos Segredos, os primeiros modelos de Betim com essa tecnologia serão os SUVs Pulse e Fastback, nas versões Audace e Impetus, sempre com motor Turbo Flex 200 e câmbio CVT.