Criada pelo grupo Chery em 2022 com a missão de atuar principalmente em mercados internacionais, a marca Omoda tem ganhado cada vez mais alcance e já atua em diversas regiões da Ásia, África, Europa e Oriente Médio. Agora, caminha para desembarcar também no Brasil e já confirmou que venderá seus primeiros carros por aqui na primeira metade do ano que vem.
A Omoda tem foco mais voltado para o público jovem e atualmente tem portfólio formado especialmente por SUVs (a única exceção é o sedã S5). O nome deriva da junção das palavras "moderno", "moda" e "oxigênio", simbolizando aspectos como boa aparência, tecnologia, positividade e vitalidade. Visualmente, a identidade da marca é classificada como "cross", refletindo diferentes estilo globais.
O presidente da Chery, Zhang Guibing, disse que a marca tem como alvo clientes “dinâmicos e de ponta” orientados para aspectos como moda e modernidade. Na maioria dos mercados, a Omoda é posicionada como opção de luxo acima da própria Chery (perfil mais generalista) e abaixo da Exeed (perfil mais premium). Junto com a Jaecoo, empresa-irmã, a marca quer atingir vendas anuais de 1,4 milhão de unidades em todo o mundo até 2030 (excluindo a China).
Para alcançar a meta, a Omoda contará com toda a estrutura do grupo Chery, que atualmente é o maior exportador de carros da China. O conglomerado possui 300 subsidiárias ou afiliadas com mais de 80.000 funcionários no país e mantém estrutura corporativa espalhada por cinco continentes. “No último ano o faturamento da empresa foi de aproximadamente 42 bilhões de dólares – disse o vice-presidente da Chery Auto, Charlie Zhang – criando mais de 300 mil empregos”.
Omoda 5 já registra boas vendas em mercados da Europa
Neste ano, além de México e África do Sul, a marca desembarcou também na Europa. As vendas na Espanha foram iniciadas em março e rapidamente a Omoda conquistou o mercado local. Mesmo com rede de concessionárias modesta, pouca infraestrutura e o estigma de ser uma marca estrangeira recém-chegada, a fabricante tem vendido mais do que montadoras europeias antigas.
Só no último mês de julho, por exemplo, a Omoda vendeu no mercado espanhol 1.028 unidades do crossover 5/C5. A Fiat, para efeito de comparação, vendeu apenas 630 veículos, enquanto a Alfa Romeo emplacou somente 174 carros. O rápido desempenho chamou a atenção da concorrência e a Renault, através da equipe de engenharia da Dacia, já começou a fazer testes com os carros da Omoda para investigar e conhecer melhor a nova rival.
O portfólio atual da marca inclui modelos a gasolina, elétricos e, recentemente, também híbridos plug-in. Entre as plataformas, a arquitetura T1X é a mais conhecida e sustenta diversos veículos do grupo Chery. Com distância entre-eixos variável entre 2,56 e 2,80 metros, a base pode ser usada por SUVs e crossovers de 5 ou 7 lugares com distância ao solo de 14,5 até 19 centímetros. É adotada pelo Omoda 5 com motor a gasolina e pela versão elétrica, bem como pelo Omoda 7 com motorização híbrida plug-in.
Outra opção é a plataforma M1X, neste caso mais econômica. Também pode ser usada por SUVs de 5 ou 7 lugares e com distância entre-eixos entre 2,56 e 2,80 metros, mas altura do solo ligeiramente menor (12-13 cm). Na Rússia é a base do Omoda S5 (sedã) e no México é usada pelo Omoda 5.
Para o Omoda 9, a marca adota a plataforma modular M3X desenvolvida em conjunto pela Chery e pela austríaca Benteler International. A base sustentará vários modelos do grupo com motores a gasolina e híbridos plug-in e será usada também pelos futuros modelos Jaguar Land Rover produzidos na China (os dois grupos fecharam parceria recente nesse sentido).
Em termos de motores, a Omoda oferece atualmente duas unidades turbo a gasolina de quatro cilindros 1.5 e 1.6 com potências de 147 a 197 cv e desenvolvidas internamente pela divisão de motores Acteco. O 1.5 também é oferecido em versão híbrida plug-in, enquanto em alguns mercados também está disponível o motor 2.0 TGDI turbo a gasolina com 261 cv associado ao câmbio automático de dupla embreagem e 7 marchas.
Para o Omoda E5 elétrico, o motor é um síncrono de ímã permanente de 204 cv alimentado por uma bateria de fosfato de ferro-lítio (LFP) de 61,06 kWh fornecida pela CATL.
Omoda 7 PHEV
O principal e mais popular produto do portfólio é o Omoda 5. O modelo chama atenção pelas linhas agressivas e ousadas baseadas na filosofia "Art in Motion", incluindo grade ampla, faróis divididos e pegada cupê bastante característica. Ao todo, o SUV mede 4,40 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,58 de altura e 2,63 metros de entre-eixos. A distância em relação ao solo é de 190 milímetros, enquanto a capacidade do porta-malas divulgada é de 378 litros. Dependendo do mercado, tem versões híbrida e elétrica.
Omoda 5 em variante elétrica
Por sua vez, o Omoda 7 também tem as duas opções de propulsão, mas apenas o híbrido plug-in foi apresentado até agora. Conta com 1.200 km de autonomia e combina motor 1.5 turbo a gasolina de 156 cv e 22,4 kgfm de torque com propulsor elétrico. Em termos dimensionais, são 4,62 m de comprimento, 1,87 m de largura e 1,67 m de altura, bem como 2.70 m de entre-eixos.
Por aqui, o lançamento comercial da Omoda, junto com a marca-irmã Jaecoo, é aguardado para 2025. O 5/C5 será o primeiro modelo da empresa por aqui e terá vendas iniciadas na primeira metade do ano. A estratégia anunciada inclui a abertura de pelo menos 50 concessionárias em todo o país e fechamento de acordos com parceiros nacionais. Para a primeira fase do projeto, incluindo branding e demandas iniciais, estão previstos R$ 200 milhões em investimentos.
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