De acordo com muitos, a Índia é a nova China, pelo menos no que diz respeito ao setor automotivo. O país está atraindo cada vez mais investimentos, fábricas estão sendo abertas e pretende se tornar um importante participante no mundo dos transportes. Esse crescimento também se deve - pelo menos em parte - a Ratan Tata, ex-presidente do Grupo Tata, que faleceu no último dia 9/10 aos 86 anos de idade.
Sob sua liderança, o Grupo fundado por seu avô cresceu exponencialmente, com interesses em vários campos, especialmente em automóveis. Talvez nem todos se lembrem de que, desde 2008, Tata controla a Jaguar e a Land Rover, que foram resgatadas pelo gigante indiano após a crise econômica do final da década de 2010.
Tata Tiago EV
Nascido em 1937, Ratan Tata começou a trabalhar no grupo fundado por seu avô em 1962, até se tornar seu presidente em 1990. A partir daí, ele iniciou a transformação da empresa com meta de torná-la global, até que ela se tornou a mais importante da Índia, com interesses em inúmeros setores.
O setor automotivo - uma grande paixão do empresário indiano - talvez tenha sido o mais importante na exportação do nome Tata para o mundo, especialmente desde 2008, ano em que o grupo indiano adquiriu a Jaguar e a Land Rover da Ford, por um valor superior a um € 1 bilhão. Naquela época, os primeiros indícios de crise estavam deixando várias marcas de automóveis de cabelos em pé, e Ratan Tata evitou a falência das duas marcas britânicas históricas, ao mesmo tempo em que dava liberdade máxima aos seus engenheiros e designers.
Como a Autocar relembrou na época, ele declarou: "Acreditamos que é dever de quem as possui cultivar sua imagem, preservar seu estilo e a sensação que elas transmitem, e não mudá-las. Elas são marcas britânicas e devem permanecer britânicas. Quem de fato é o proprietário delas não deve ser muito importante na maneira como elas funcionam".
Máxima liberdade temperada com amor pelas duas marcas. Muitos se lembram das visitas frequentes às instalações de Gaydon, testando os vários modelos ao lado do então piloto de testes Mike Cross. Sob a presidência de Ratan Tata, a Jaguar e a Land Rover iniciaram grandes transformações, com o abandono dos modelos com a marca Ford, passando para um design mais moderno e uma linha de modelos mais articulada.
Ratan Tata no lançamento do Tata Nano GenX
Enquanto olhava (e ainda olha) para o luxo britânico, o objetivo de Ratan Tata era permitir que todos os indianos pudessem comprar um carro. Assim nasceu o Tata Nano, uma espécie de Fusca moderno para as massas na Índia, sendo um carro subcompacto com apenas 3,1 metros de comprimento e quatro assentos. Um projeto fortemente desejado por Ratan, com objetivos que iam além do mercado indiano, onde o Nano era vendido pelo equivalente a pouco mais de 100 mil rúpias (cerca de 255 mil rúpias hoje, ou R$ 16.939) em 2009.
Tata Nano
Tata Nano
Extremamente racional em todos os aspectos e equipado com um motor de 30 cv, ele não teve o sucesso esperado, principalmente devido a problemas com os primeiros exemplares que pegaram fogo espontaneamente devido a problemas no sistema elétrico. Produzido até 2018, ele nunca cruzou as fronteiras da Índia devido a limitações de produção e design que o impediram de chegar a outros mercados.
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