A crise vivida atualmente pela Volkswagen na Europa poderá escalar para algo ainda mais sério diante da falta de entendimento entre dirigentes da empresa e representantes do sindicato IG Metall. As duas forças tentaram recentemente entrar em acordo, mas as primeiras negociações falharam e parecem estar longe de qualquer entendimento. Com isso, as tensões aumentaram e a deflagração de uma greve já começa a ser discutida.
Os desentendimentos entre as duas partes começaram depois de a Volkswagen ameaçar fechar duas fábricas na Alemanha como parte de uma ambicioso programa de corte de gastos. Além disso, a empresa cancelou contratos de trabalho que já haviam sido acordados e abriu brecha para possíveis demissões em massa. O programa de proteções de emprego para trabalhadores da indústria automotiva na Alemanha já durava três décadas e deveria garantir estabilidade até 2029.
O negociador-chefe da Volkswagen, Arne Meiswinkel, disse à agência de notícias Automotive News Europe que a empresa deve cortar custos na Alemanha para permanecer competitiva e que “isso exigirá a contribuição dos funcionários". Ainda não foi definida a data para uma segunda ronda de negociações, mas a montadora reiterou que o encerramento de algumas fábricas é cada vez mais provável e que algumas plantas, segundo o conselho de empresa, estão obsoletas.
As fábricas que estão na berlinda são as unidades de Dresden e Osnabruck, que atualmente produzem os modelos ID.3, T-Roc Cabriolet e os Porsches Cayman e Boxster. Se confirmados os planos, será a primeira vez na história que a Volkswagen fechará fábricas na Alemanha.
O conselho que representa os funcionários criticou duramente os executivos, que foram acusados de 'não fazerem seu trabalho'. A entidade disse ainda que a Volkswagen falhou ao não focar no negócio principal da empresa e agora quer fazer os funcionários pagarem pelos erros da administração. Some a isso o envolvimento direto do estado da Baixa Saxônia, que é acionista da empresa e já se posicionou totalmente contrário ao fechamento de fábricas ou demissões.
Oliver Blume, CEO do grupo Volkswagen, disse à imprensa que a médio prazo uma solução realista seria reduzir a força de trabalho da empresa em 30.000 pessoas (cerca de 10% do total de funcionários na Alemanha). O risco de demissões gerou tensão entre os trabalhadores, que ameaçam entrar em greve a partir de dezembro.
Polo em produção na fábrica de Taubaté (SP)
Com raízes principalmente na China e na Europa, a crise da Volkswagen não afeta diretamente o Brasil. Por aqui, a marca vem colhendo bons resultados comerciais e tem o Polo como segundo carro mais vendido do país no acumulado do ano. Além disso, confirmou recentemente a aplicação de importantes investimentos e o lançamento de uma série de novos modelos.
“A Volkswagen do Brasil informa que a marca no Brasil tem uma história sólida de 71 anos, sendo em 2024 a marca que mais cresce em volume de vendas no país. Além disso, reforçou recentemente o seu protagonismo no país com o anúncio de um novo ciclo de investimentos de R$ 16 bilhões no Brasil e o lançamento de 16 novos carros até 2028”, disse a empresa em nota.
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