Além de atingir em cheio o parque industrial da Volkswagen em seu próprio país, a Alemanha, a crise vivida atualmente pela empresa poderá gerar impactos produtivos também na China. Prova disso vem de reportagem recente da agência de notícias Bloomberg, que alerta para o risco iminente de fechamento de fábricas no gigante asiático. A capacidade de produção existente por lá seria excessiva e cada vez mais insustentável diante das vendas em queda.
Citando fontes internas, a agência revela que o rigoroso programa de corte de gastos projetado para tirar a Volkswagen da crise afetará diretamente o parque fabril e o quadro de pessoal da empresa na China. Hoje, o grupo conta com nada menos que 39 fábricas no país e capacidade anual de produção de mais de 3 milhões unidades. As fábricas, em sua maioria, operam dentro das joint-ventures SAIC-VW (fundada em 1984) e FAW-VW (fundada em 1991), totalizando mais de 90.000 funcionários.
A expectativa era dominar o mercado chinês e distribuir toda produção dentro do próprio país, mas a ascensão de marcas locais acabou sufocando os planos dos alemães. Nos últimos 10 anos, as chinesas passaram por rápida evolução e se transformaram em concorrentes diretas da Volkswagen no país. De líder histórica, a marca caiu para a segunda posição no mercado local em 2023, sendo superada pela BYD. No segmento de elétricos então, o domínio chinês é ainda maior.
Audi Q5 E-Tron
A Volkswagen ainda ocupa posição de destaque nas vendas gerais, mas vem amargando quedas consecutivas e consideradas irreversíveis. Dados da CAAM (Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis) revelam que a marca vendeu na China de janeiro a agosto de 2024 cerca de 1.246.564 veículos, o que representa queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. Dentro do grupo, a Audi vendeu 385.959 unidades (-5,4%), a marca Jetta 76.617 unidades (-26,4%) e a Skoda 10.138 unidades (-37,8%).
No ranking geral, a Volkswagen ocupa a segunda posição e fica atrás da BYD, que vendeu 1.957.430 carros e cresceu 26,4%. O terceiro lugar é ocupado pela Toyota, com 945.963 unidades e recuo de 13%.
De todas as fabricantes do grupo atuantes na China, a Skoda parece enfrentar a situação mais delicada. A marca chegou a vender mais de 300.000 carros por ano no país na década passada, mas vem caindo vertiginosamente nos últimos meses. As fábricas chinesas da empresa operam atualmente com mais de 58% de ociosidade e correm sério risco de fechamento. É o caso da planta de Ningbo, que produz os modelos Karoq, Octavia e Audi Q6, e está com atividades suspensas há meses.
Já a planta de Nanjing, produtora dos modelos Kamiq, Superb e Volkswagen Passat, já foi condenada - será fechada no próximo ano. A montagem do Passat, que ainda acumula boas vendas e acabou de ganhar nova geração por lá, será transferida para outra fábrica.
Volkswagen Passat Pro é nova geração exclusiva da China
A Volkswagen espera reagir com uma nova leva de veículos elétricos que lançará no mercado chinês até 2026. Alguns serão desenvolvidos com tecnologias emprestadas da startup chinesa Xpeng e prometem preços atraentes diante dos competitivos elétricos locais. De todo modo, especialistas reforçam que os novos EVs não serão suficientes para gerar atividades em todas as fábricas do grupo no país e que algumas certamente serão fechadas.
Fonte: Bloomberg
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