Responsável pela direção dos setores financeiro e operacional do grupo Volkswagen, Arno Antlitz deu declarações polêmicas a respeito da situação da empresa em reunião com trabalhadores na Alemanha. Na própria sede da marca, em Wolfsburg, o executivo descreveu que o quadro atual é preocupante e que a marca Volkswagen em si tem no máximo "um ou talvez dois anos" para se recuperar e não ser obrigada a tomar medidas drásticas.
A declaração foi dada na frente do CEO Oliver Blume e vem poucos dias depois de a própria empresa admitir que poderá fechar duas de suas fábricas na Alemanha (algo nunca antes feito desde que a empresa foi fundada em 1937). Antlitz explicou que o mercado europeu encolheu depois da pandemia e que provavelmente não voltará ao patamar comercial de antes. Esse recuo, junto com a desaceleração dos elétricos, impactará a Volkswagen com 500.000 carros a menos nas vendas deste ano.
O executivo, então, deu o prazo máximo de dois anos para a marca implementar um plano de recuperação, ajustar o ritmo de produção à nova realidade do mercado e reduzir consideravelmente os custos. A situação foi esclarecida em reunião na Alemanha com a presença de aproximadamente 25.000 trabalhadores, que não ficaram nada satisfeitos com a possibilidade de fechamento de fábricas no país.
O conselho que representa os funcionários criticou duramente os executivos, que foram acusados de 'não fazerem seu trabalho'. A entidade disse ainda que a Volkswagen falhou ao não focar no negócio principal da empresa e agora quer fazer os funcionários pagarem pelos erros da administração.
Volkswagen ID.Unyx foi lançado para competir com SUVs da BYD na China
“Não há mais cheques vindos da China", disse o CEO Oliver Blume, na mesma reunião, em referência às dificuldades da Volkswagen em competir com a pesada concorrência chinesa. O país já foi a 'galinha dos ovos de ouro' da marca, mas está cada vez mais dando preferência para marcas locais em detrimento de montadoras estrangeiras. Em 2023, por exemplo, a Volkswagen perdeu a liderança de vendas na China para a BYD após décadas de hegemonia.
“A indústria automotiva mudou muito no segmento de volume em apenas alguns anos”, disse Blume. “Juntos, implementaremos medidas apropriadas para nos tornarmos mais lucrativos. Estamos levando a VW de volta para onde a marca pertence – essa é a responsabilidade de todos nós", concluiu.
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