O mercado automotivo brasileiro vive um momento de transformação, impulsionado por investimentos maciços em novas tecnologias e modelos de negócios mais sustentáveis. Somente as montadoras já anunciaram mais de R$ 100 bilhões no Brasil para renovar seus produtos e seguir novas exigências ambientais para os veículos, processo também chamado de "descarbonização da economia".

Para acompanhar esse ritmo acelerado, o setor de autopeças se prepara para desembolsar cerca de R$ 50 bilhões nos próximos anos, segundo dados do Sindipeças. De acordo com o site AutoData, esse montante expressivo será destinado, principalmente, à atualização tecnológica de processos e produtos. Esse montante deve ser investido entre 2024 e 2028, enquanto o sindicato tem 512 empresas associadas. De 60 a 80 delas são de grande porte e trabalham diretamente com as principais montadoras nacionais de veículos.

A demanda por veículos elétricos e híbridos, cada vez mais presente no mercado, exige componentes mais eficientes e adaptados às novas exigências de emissões e segurança. A descarbonização da indústria automotiva é um dos principais desafios do setor, e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento serão cruciais para encontrar soluções inovadoras.

Fábrica da GM - Chevrolet - São Caetano do Sul

Fábrica da GM - Chevrolet - São Caetano do Sul

O Programa Mover (Mobilidade Verde), lançado pelo governo federal, tem sido um importante catalisador para esses investimentos. Ao oferecer incentivos fiscais para a produção de veículos mais limpos e eficientes, o programa estimula as empresas a desenvolverem novas tecnologias e a modernizarem suas linhas de produção. No entanto, os recursos do Mover são limitados, o que exige que as empresas busquem outras fontes de financiamento e estabeleçam parcerias estratégicas para garantir a sustentabilidade dos seus projetos.

A atualização tecnológica não se limita à produção de novos componentes. A digitalização dos processos industriais também é uma tendência cada vez mais forte no setor. A adoção de tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas e big data permite otimizar a produção, reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos.

Os investimentos do setor de autopeças trarão diversos benefícios para a economia brasileira. O Senado federal também aprovou nesta semana um Projeto de Lei que regulamenta incentivos para a indústria nacional de semicondutores, componentes eletrônicos - em sua maioria importados - que foram um dos principais gargalos produtivos das montadoras durante a pandemia.

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