A motocicleta vem ganhando cada vez mais espaço no cotidiano dos brasileiros, seja como meio de transporte para os deslocamentos urbanos, instrumento de trabalho para os serviços de entrega ou lazer.  Com isso, o número de pessoas habilitadas a conduzir veículos motorizados de duas ou três rodas cresceu 39% em dez anos.

De acordo com dados da Senatran (Secretaria Nacional do Trânsito), analisados pela Abraciclo, até maio deste ano, 39.186.371 pessoas possuíam a CNH (Carteira Nacional Habilitação), na categoria A, a dedicada para motocicletas e veículos motorizados de duas ou três rodas. A Abraciclo é a associação que reúne as principais fabricantes nacionais de motos, a maioria concentrada no Pólo Industrial de Manaus (AM).

De acordo com os dados analisados pela entidade, a faixa etária com maior número de motociclistas está entre 31 e 50 anos, com 53,5%. O engenheiro civil, Carlos Bortoletto, de 45 anos, faz parte desse grupo. Habilitado há dois anos, o paulistano afirma que surpreendeu a família e os amigos com sua CNH na categoria A. “Foi uma conquista, uma virada de chave. Ganhei qualidade de vida, tempo e, o que é melhor, sinto-me uma pessoa melhor”, ressalta. Por enquanto, ele usa uma motocicleta nos deslocamentos diários, mas, em breve, pretende fazer passeios mais longos e viajar.

Fotos de motos no corredor utilizando a Faixa Azul da 23 de maio. Trânsito, acidentes

Outro exemplo é o da professora curitibana Sandra Terezinha Urbanetz. Apesar de ser apaixonada por motocicletas desde criança, só depois de uma brincadeira, decidiu que era hora. “Falei para minha professora de inglês que eu gostaria de um namorado motociclista. Ela me perguntou: por que você não vai ser uma motociclista?”, conta. “E ela tinha razão. A motocicleta me ajudou a descobrir novas habilidades e potenciais”, completa.

Depois de fazer o curso na moto escola, Sandra fez outro de pilotagem segura. “Precisamos saber como encarar uma estrada, aprender e aprimorar as técnicas. Isso é fundamental para ser uma boa motociclista e se sentir segura”, afirmou.

Assim como Sandra, a paulistana Samara Nunes, que trabalha na área de marketing, faz parte de um grupo que cresce cada vez mais: a de pessoas identificadas como mulheres motociclistas. Apesar de responderem por 24,7% dos habilitados com a CNH na categoria A, o crescimento foi de 60% em dez anos. Entre os homens, o aumento nesse mesmo período foi de 33,3%, atingindo o número de 29.518.847 habilitados.

Para Samara, a motocicleta é sua fiel companheira: acompanha seus deslocamentos diários de Guarulhos até a zona sul da capital paulista, onde trabalha; é a “colega” nas viagens pelo interior de São Paulo e foi instrumento de trabalho durante a pandemia. “Fui manicure em domicílio. Tomava todas as precauções para atender as clientes, já que os salões estavam fechados”, conta. Esse amor contagiou as colegas de trabalho: cinco delas agora conduzem uma motocicleta.

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Frota cresce 40% em dez anos

Até maio, a frota nacional era formada por 33.964.116 unidades, o que corresponde a 28% dos veículos que circulam pelo País. Em dez anos, o crescimento foi de 40%. A Região Norte registrou o maior crescimento porcentual, de 52,5% nesse mesmo período. Hoje, 3.400.046 motocicletas circulam pelos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Em números absolutos, a Região Sudeste possui a maior frota, com 12.778.094 unidades. Em segundo lugar, está o Nordeste, com 9.818.018 motocicletas, seguido pelo Sul, com 4.581.376 unidades. O Centro-Oeste, que tem uma frota de 3.386.579 motocicletas, ocupa a quinta posição.

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