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Chevrolet quer investir mais, mas indefinição do Brasil é problema

Aporte de R$ 7 bilhões é a primeira parte de um plano maior, porém o valor final ainda não foi decidido

Comparativo: Chevrolet Montana Premier vs. Fiat Fastback Audace vs. Honda City Touring

A General Motors anunciou este ano um novo ciclo de investimentos para o Brasil, com R$ 7 bilhões confirmados para todas as fábricas no país, destinados a renovar toda a linha e lançar novos modelos. Segundo a fabricante, este valor é apenas uma parte e que haverá uma segunda rodada de investimentos até 2028, que está em estudos pois a quantia final irá depender de uma série de valores.

A expectativa da empresa é fazer o anúncio ainda em 2024, caso tudo siga dentro dos planos. O Motor1.com Brasil conversou com Fábio Rua, vice-presidente de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da General Motors América do Sul, durante o anúncio do investimento de R$ 1,2 bilhão na fábrica de Gravataí (RS).

O executivo foi questionado sobre a divisão de valores entre as fábricas e se o valor não seria pequeno em comparação à concorrência. Rua foi categórico e disse que este aporte de R$ 7 bilhões é a primeira parte do investimento. “Estamos finalizando a segunda parte e esperamos anunciar este ano”, afirma o executivo.

Governo atrapalha com indecisões

De acordo com Rua, a segunda parte do investimento ainda não está definida e o anúncio pode atrasar porque a fabricante está aguardando a definição do governo sobre diversos assuntos. Rua afirmou que a equipe “aguarda a regulamentação do MOVER, a definição sobre a reforma tributária e o Imposto Seletivo. Precisamos saber as regras para levar para a matriz”. Isto pode até afetar o investimento já anunciado de R$ 7 bilhões, embora não exista chances de que seja reduzido. “Rever o valor não, mas podemos mudar datas e atrasar parte do aporte em alguns locais”, explica.

Apesar de ter sido sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho, o Programa Mobilidade Verde (MOVER) ainda não está completamente definido. As empresas aguardam definições como o cálculo de emissões por portfólio, a reciclagem de veículos e mais.

Chevrolet - Fábrica em Gravataí (RS)
Foto de: Chevrolet

Nos bastidores, outros executivos falavam sobre a constante dificuldade de lidar com o governo brasileiro, por mudar as regras o tempo todo. “Já temos muitos impostos, a reforma deveria resolver a situação e agora apareceu mais uma alíquota com o Imposto Seletivo. Montamos todo um plano de investimento com uma regra na mão e ela já não vale mais. Sempre é difícil explicar isso para a matriz”, reclama uma fonte ligada à GM.

Enquanto discute sobre a segunda parte do investimento, a GM vai aplicando os R$ 7 bilhões anunciados. O R$ 1,2 bilhão para Gravataí será usado para renovar Onix e Onix Plus, com expectativa de serem lançados no ano que vem, e para iniciar a produção de um terceiro modelo inédito, que deve ser um SUV compacto abaixo do Tracker. A fabricante afirma que cada uma de suas fábricas receberá parte do investimento e que fará outros anúncios em breve. A fábrica de motores em Joinville (SC) deve ser a próxima a receber um aporte, preparando-se para fazer motores turbo com injeção direta, o que será uma das novidades da linha Onix reestilizada.

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