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Nissan fecha uma de suas fábricas na China para reduzir a produção

Rivais chinesas e opção local pelos elétricos fazem a marca japonesa ajustar seus planos

Nissan Sylphy

A joint venture Dongfeng Nissan encerrou, na última sexta-feira, as atividades de uma de suas oito fábricas na China. A unidade de Changzhou, a 190 km de Xangai, era a menor e mais moderna fábrica da Nissan naquele país. Com o corte, a empresa pretende reduzir 8% de sua capacidade de produção local.

Segundo um comunicado da Dongfeng Nissan, o fechamento da fábrica de Changzhou - onde era produzido o SUV Qashqai - deu-se por “mudanças na estratégia geral e no ambiente de negócios”. Ainda de acordo com a nota, a empresa “ajustou a capacidade e os recursos de produção interna para melhor se adaptar à transformação e ao desenvolvimento, à capacidade de produção dos modelos de combustível existentes”. Traduzindo: reduziu o investimento na produção de carros movidos a gasolina para focar nos modelos elétricos.

Afetadas pela ofensiva de preços baixos das fábricas 100% chinesas, as marcas japonesas que produzem na China viram suas vendas no país caírem 20% desde 2020. O fechamento da unidade da Dongfeng Nissan em Changzhou ocorre em meio à rápida disseminação de veículos elétricos na China, outro fator para as fortes quedas nas vendas das marcas japonesas, mais empenhadas em fazer carros com motores a combustão.

Nissan Ariya 2024

Nissan Ariya 2024

No ano passado, a Nissan anunciou que pretendia usar a China como base para a exportação de seus veículos - e que lançaria no país oito modelos elétricos até 2026. Segundo a empresa, o Qashqai continuará a ser produzido na China, mas em outra fábrica do grupo.

Outros produtos locais da Nissan são o sedã Sylphy (versão chinesa do Sentra), os SUVs Ariya (elétrico) e X-Trail (a combustão), além da picape Navara (Frontier), do furgão NV200 e de diversos veículos comerciais com a marca Dongfeng.

Nissan já liderou japonesas na China

Em 2018, a Nissan ultrapassou a Toyota e a Honda, tornando-se a marca japonesa mais vendida na China, país que se tornou o maior mercado da companhia (antes, eram os Estados Unidos). Aproveitando a maré favorável da época, a Dongfeng Nissan inaugurou a fábrica de Changzhou, em novembro de 2020. Com capacidade para fazer 130 mil veículos anualmente, era a unidade mais recente da companhia.

Em março, o presidente mundial da Nissan Motor Corporation, Makoto Uchida, disse: "O preço dos automóveis no mercado chinês caiu dois anos antes do esperado." E um executivo da Nissan constatou: "As reduções de preços da BYD têm como alvo o Sylphy (Sentra)".

Nissan Qashqai e-Power

Nissan Qashqai e-Power

No total, as oito fábricas da Dongfeng Nissan tinham capacidade de produzir 1,6 milhão de veículos por ano. Em 2023, porém, as vendas de automóveis novos da Nissan na China foram 16% inferiores às de 2022, caindo para 790 mil unidades. A tendência de queda persiste: as vendas de janeiro a maio de 2024 foram 1% inferiores às do mesmo período do ano passado.

Hoje, a Nissan ocupa o sexto lugar em vendas na China atrás de (pela ordem) BYD, Volkswagen, Toyota, Geely e Honda - mas ainda à frente de fortes companhias locais, como a Changan.

Toyota e Honda já cortaram

Outras marcas japonesas também vêm enfrentando desafios no mercado chinês. A Mitsubishi anunciou, no ano passado, que deixaria de produzir veículos na China, enquanto a Toyota e a Honda foram forçadas a cortar empregos e a fazer ajustes na produção no país.

A Dongfeng Motor Company Limited - mais conhecida como Dongfeng Nissan - foi criada em 2003. Com sede na cidade de Wuhan, é uma joint venture 50%-50% entre a japonesa Nissan Motor Corporation com o Dongfeng Motor Group. Este grupo chinês de capital aberto também mantém parcerias com Honda e Stellantis, além de produzir veículos com marcas próprias.

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