A Honda Pop 110i não mudava desde 2015, quando passou pela última atualização visual e ganhou o motor 110 com injeção eletrônica. Agora, a pequena moto da Honda trocou toda a parte mecânica e ficou mais equipada. Disso tudo, o visual mudou pouco, mas o impacto no preço impressiona.
A Honda Pop 110i ES 2025 custa R$ 9.690 sem frete, ou apenas R$ 120 a mais que a anterior. Tivemos o primeiro contato com a moto, a mais barata da marca e que a própria Honda admite que não rivaliza com outras motos, mas sim com transporte público e até bicicletas. Além de um motor novo, finalmente recebeu partida elétrica e o câmbio semi-automático de 4 marchas, como na Biz. Com tanta melhoria e o baixo impacto no preço, será que alguém consegue ser louco de sentir falta da embreagem ou de ligar a moto na base da pedalada?
Uma olhada rápida na nova Honda Pop 110i ES 2025 faz parecer que apenas pintaram o garfo dianteiro de preto e trocaram alguns adesivos, mas as mudanças profundas foram no motor e no câmbio. Do antigo 110i, compartilhado com a versão de entrada da Biz, sobrou só o nome.
O propulsor é totalmente novo. Ainda é refrigerado apenas a ar, mas a Honda reduziu o diâmetro do cilindro (de 50 mm para 47 mm) e aumentou o curso do pistão (de 55 mm para 63,12 mm). A taxa de compressão também aumentou de 9,3:1 para 10:1. Com isso, a capacidade cúbica passou de 109,1 cm3 para 109,5 cm3.
Honda Pop 110i ES 2025
Também houve alteração no tempo de abertura de válvulas em busca de uma queima mais eficiente dentro do cilindro. Rodando apenas com gasolina, a Pop 110i ES 2025 agora entrega 8,43 cv de potência a 7.250 rpm e 0,945 kgfm de torque a 5.000 rpm. O motor anterior desenvolvia 7,9 cv e 0,89 kgfm.
De acordo com os números da Honda, aferidos pelo Instituto Mauá, o consumo da Pop 110i ES 2025 é de 49,1 km/l. A marca ainda declara uma aceleração de 0 a 60 km/h (a moto não chega a 100 km/h) em 7,8 segundos e velocidade máxima de 93 km/h. Com um tanque de combustível de 4,2 litros, sua autonomia teórica é de 206 km.
Honda Pop 110i ES 2025
Mais uma adição importante: finalmente a Honda equipou a Pop com partida elétrica. Desde seu lançamento há 17 anos, a moto vinha apenas com partida a pedal. É daí que vem a sigla ES no nome, de Electric Start. Mas se o motor mudou tudo, o câmbio também não foi deixado de lado.
A Pop sempre teve um câmbio de quatro marchas, passadas todas empurrando a alavanca para baixo e as reduções fazendo o caminho inverso. É um sistema similar ao da Biz, mas a Pop tinha embreagem convencional, não semi-automática. E também faltava à moto mais barata o câmbio rotativo, que permite que você passe de quarta marcha direto para o neutro sem precisar passar por todas as marchas na volta.
Honda Pop 110i ES 2025
Agora, tudo isso mudou. A Pop 110i ES 2025 conta com o mesmo sistema de transmissão semi-automática de quatro marchas rotativa como na Biz. Nesse caso, adiciona-se uma embreagem centrífuga, que dispensa a operação. Você ainda tem que trocar marchas, mas nunca mais vai precisar se preocupar com o controle de embreagem.
A Honda ainda precisou fazer mais alterações. Assim como motor e câmbio, são todas pensadas na nova fase do Promot 5, que entra em vigor em janeiro de 2025 e será bastante restrito para as motos. Por conta disso, além do motor novo com maior eficiência, a Pop ainda precisou receber um segundo catalisador, instalado logo após a saída do cabeçote, daí a estranha curva que o escape faz agora. Também existe um catalisador no silenciador traseiro e um filtro de carvão ativado para a evaporação de combustível do tanque e um plugue para o diagnóstico da central eletrônica.
Honda Pop 110i ES 2025
Por conta do novo motor, as medidas da Pop mudaram um pouco. A moto agora tem 1.832 mm de comprimento (-11 mm), 1.238 mm de entre-eixos (+4 mm), 727 mm de largura (-18 mm), 1.031 mm de altura (-2 mm) e vão livre do solo de 137 mm (+1 mm) . A altura do assento passa a ser de 745 mm (-4 mm) e o peso a seco, sem considerar fluídos, de 87 kg.
A moto permanece usando rodas raiadas com 17" na dianteira e 14" na traseira. A medida dos pneus é a mesma: 60/100 e 80/100, respectivamente, mas a Honda trocou de fornecedor. Saíram os Levorin modelo Matrix e entram os Michelin Pilot Street 2. O garfo dianteiro ainda tem 100 mm de curso, enquanto a traseira biamortecida permanece com curso de 83 mm.
Honda Pop 110i ES 2025
As cores permanecem as mesmas: preta, vermelha e branca, a única com assento vermelho, mas os grafismos são novos. A Honda permanece dando 3 anos de garantia para a moto, com as duas primeiras revisões com mão de obra gratuita e óleo grátis nas 7 primeiras revisões em concessionária. Apesar de o motor ter mudado, a especificação do óleo é a mesma: 10W30 semissintético. A primeira revisão ocorre aos 1.000 km ou 6 meses, o que vier primeiro. A segunda é aos 6.000 km ou 12 meses e, a partir daí, a cada 6.000 km ou 6 meses.
Honda Pop 110i ES 2025 - Primeiras Impressões
Se na prévia com a moto em circuito fechado a nova Pop já tinha se mostrado bem mais simples de manejar, um rápido contato pelas ruas de São Paulo (SP) só ressaltou mais as mudanças. Vale lembrar que a Pop 110i tem dois públicos principais: quem está comprando a primeira moto ou que a usa como ferramenta de trabalho, sendo que 60% de suas vendas são por meio de consórcio.
É um público extremamente sensível a preço, ao mesmo em que ter uma moto mais fácil de conduzir é algo que... não tem preço. E a Pop 2025 juntou os dois. Quanto à partida elétrica, não há o que argumentar: é muito melhor que ligar no pedal de partida e ponto final. Mas na matéria de lançamento houve quem ficou saudosista do controle adicional que a embreagem manual oferece.
Honda Pop 110i ES 2025
Talvez faça sentido para quem já sabe andar de moto. Para quem está começando ou tem que lidar o dia inteiro com um aplicativo no celular para trabalhar, não ter que manejar a embreagem é um alívio. Quem está recém-saído da moto-escola, há tranquilidade de saber que não há a menor possibilidade de se deixar a moto morrer saindo no farol, além de ter ficado mais fácil arrancar na ladeira, basta engatar a marcha e acelerar. Para quem está trabalhando, a mão esquerda é menos demandada.
Encarando os estreitos corredores da Avenida Paulista, a Pop escancara uma facilidade de locomoção que impressiona até quem já tem muito tempo de guidão. Basicamente, se uma bicicleta passa, você passa. A moto é muito leve e manobra bem. De fato, é tão leve que pra estacionar eu apenas escorei a pedaleira na guia, como uma bicicleta.
Tudo na Pop parece pensado para ser fácil. O acelerador é progressivo, se você tombar a moto é fácil de levantá-la e tem pouca coisa pra quebrar. O banco é largo e baixo. Além de confortável, facilita a vida de quem tem pernas curtas. Até mesmo o freio, a tambor na dianteira, pode ser acionado com toda a força e não vai travar a roda dianteira, nem te arremessar para frente.
Honda Pop 110i ES 2025
Tive que me separar do comboio da Honda e voltar para redação. Aí sim, consegui tirar a moto do trajeto pré-planejado para mostrar as qualidades da Pop e a coloquei nas ruas normais do dia-a-dia, com buracos, lombadas e sem as faixas azuis que a prefeitura de São Paulo instalou nas principais vias da capital paulista como faixas reservadas às motos.
E finalmente pude testar a moto em paz. Ou não, porque eu já tinha andado em ritmo tranquilo e a Pop não demonstrou nenhum problema digno de nota. Agora, jogando a motinha no caos, algumas coisas começaram a aparecer. A primeira delas é que, pensando nas pessoas novas de carta, um indicador de marcha seria indicado.
Até mesmo eu, no alto de quase 20 anos andando de moto, por vezes me perdi em qual marcha estava engatada. Em mais de uma oportunidade saí do farol de segunda marcha, crendo estar de primeira. Ao menos a moto não morreu, afinal, a nova embreagem semi-automática se encarregou de corrigir meu erro. A Pop saiu devagar quase parando na segunda marcha mesmo? Saiu, e não morreu.
Honda Pop 110i ES 2025
E claro, a embreagem centrífuga causa trancos nas trocas, principalmente da primeira para segunda e especialmente em baixas velocidades. Com o tempo se acostuma, mas está sempre lá. Mas, se esse é o preço de nunca mais ter que pensar na embreagem sem ter que gastar R$ 2 mil a mais na scooter Honda Elite 125 automática, está muito bem pago.
Mas o freio a tambor na dianteira vai precisar de atenção para quem está começando, como uma fechada na Marginal Tietê me mostrou. Ele é progressivo, não assusta, beleza. Mas quando você precisa dele de verdade, tem que usar toda a força da mão e do pé direitos para efetuar a frenagem a tempo. Isso é algo que alguém que está só começando pode não conseguir fazer.
Dito isso, a performance da Pop 110i 2025 continua boa com o novo motor. A antiga 2024 ainda é mais esperta nas respostas do acelerador, mas a nova não teve a menor dificuldade de chegar aos 80 km/h deixando os carros - e algumas motos - para trás. E nem é preciso acelerar muito, a moto é ágil mesmo. No momento mea culpa, só entrei em uma situação de frenagem de emergência exatamente por que a Pop acelera rapidamente. Ela ainda transmite as vibrações nas pontas das pedaleiras e do guidão, mas perto da Pop 100 carburada original, a evolução é grande.
Dentro de uma proposta basicamente urbana ou a baixas velocidades em terrenos não pavimentados, a suspensão humilde da Pop 110i 2025 continua dando conta do recado, ajudada pelo grande banco para absorver as pancadas. Acima de 80 km/h, a moto começa a chegar no fim de curso com certa facilidade. Mas vamos combinar: a Pop não é pra correr.
Por mais que a Pop possa não ser a moto para mim, ou para você, o fato de a Honda ter olhado seu público, efetuado melhorias grandes para quem está começando e ter feito um pequeno aumento no preço é algo louvável. Ela faz sentido para quem está começando, para quem junta os centavos no final do mês e, sinceramente, até como segunda moto na garagem para "botar pra bater".
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