Parte de um investimento de R$ 32 bilhões na América do Sul, a Stellantis anuncia que irá destinar R$ 3 bilhões para a fábrica em Porto Real (RJ), hoje responsável por fazer modelos da Citroën e o motor 1.6 aspirado. De acordo com a empresa, este dinheiro será usado para começar a produção de um modelo inédito no complexo fluminense nos próximos anos, sem confirmar qual será ou nem mesmo qual das marcas do grupo receberá este veículo.
Até o momento, a Stellantis tem feito silêncio sobre os planos para a Citroën, que acabou dominando a fábrica em Porto Real. A planta hoje produz carros só da marca francesa, montando C3, C3 Aircross e C4 Cactus, e irá adicionar o inédito Basalt no 2º semestre deste ano. O local também fazia o Peugeot 2008 de 1ª geração, porém sua fabricação foi encerrada no final do ano passado e o novo 2008 virá importado da Argentina.
“O Polo Automotivo Stellantis de Porto Real é estratégico para os planos da nossa empresa na região, contribuindo no desenvolvimento de uma mobilidade segura, sustentável e acessível. Anunciamos mais este importante ciclo de investimentos que apoiará o lançamento de um novo produto, inédito, e que certamente será um forte competidor em nosso mercado. Com isso, e a consolidação da família C-Cubed, planejamos aumentar nossa capacidade produtiva e seguir impulsionando o crescimento desta unidade”, destaca Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul.
A definição de que o novo produto será “um forte competidor” no nosso mercado abre algumas possibilidades. A fábrica é capaz de montar modelos com a plataforma CMP, utilizada por toda a linha compacta da Stellantis na Europa. Porém, com a empresa confirmando que estuda vender o Jeep Avenger no Brasil, sua montagem em Porto Real faria todo sentido, aproveitando a capacidade de produção ociosa do complexo.
Além da montagem de um novo carro, a Stellantis afirma que o investimento será usado para modernizar as instalações, sistemas e equipamentos da unidade industrial. Ao contrário de rumores, o fim da fábrica de motores não foi anunciado e o motor 1.6 deve seguir vivo por mais um tempo, ainda utilizado nos modelos para exportação.
No total, são R$ 32 bilhões investidos na América do Sul e os R$ 2 bilhões restantes serão destinados à Argentina. O aporte será usado entre 2025 e 2030, com a promessa de trazer 40 novos produtos, 8 motorizações e 4 sistemas híbridos: micro-híbrido, híbrido convencional, híbrido plug-in e elétrico. O primeiro carro eletrificado produzido no Brasil será lançado ainda em 2024.
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