Quase que ao mesmo tempo que alguns governos começaram a reduzir os incentivos para a compra de veículos elétricos, as montadoras perceberam que a demanda pelos carros movidos por baterias era menor do que o antecipado. E o pior: está variando. As fabricantes agora estão buscando alternativas.
De acordo com o site britânico Autocar, Makoto Uchida, CEO da Nissan, abriu a conferência Future of the Car do Financial Times de 2024 com uma visão geral do desempenho global da Nissan e do progresso da eletrificação em evolução. O executivo afirmou que a Nissan continua comprometida com os seus objetivos de eletrificação a longo prazo, mas trabalhará para oferecer uma combinação “flexível” de tecnologias de motorização em resposta à oscilante procura global por carros elétricos.
Nissan Ariya 2024
Este plano foi concebido com vista à adaptação a um ambiente de mercado incerto, disse Uchida, e permitirá à Nissan manter a relevância em mercados que estão mais atrasados na adoção de veículos eléctricos. “Sempre dissemos que a eletrificação faz sentido dependendo da escolha do cliente”, disse. “Sabemos que o ritmo atual (de adoção de elétricos) esfriou, mas o nosso objetivo final será o mesmo".
"A forma como mantemos o nosso roteiro suficientemente flexível para a situação atual e para avançarmos será a chave. Temos de ter uma diferença na nossa estratégia de eletrificação em cada mercado. A flexibilidade com a qual poderemos nos ajustar será fundamental", continuou Uchida.
O executivo acrescentou também que "ainda estamos mantendo nossos objetivos, mas o ritmo do roteiro poderá ter que ser ajustado de forma flexível. É uma questão de saber se podemos fornecer o produto adequado à demanda do cliente - e é claro que a aceitação e o gosto do cliente precisarão ser cuidadosamente monitorados".
Nissan Evo, Epoch, Era e Epic Concept
Na China, onde Uchida reconheceu que a Nissan precisa de trabalhar fazer frente aos novos rivais locais e reforçar a percepção da sua marca naquele país, a empresa lançará cinco novos modelos elétricos, que apresentou recentemente com conceitos no Salão Automóvel de Pequim. ,Crucialmente, disse ele, os novos modelos serão desenvolvidos (em colaboração com o parceiro de joint venture Dongfeng) "na China, para a China", o que significa que podem ser projetados desde o início para atender especificamente às demandas e gostos do mercado chinês.
“Costumávamos ter uma espécie de empresa global, onde projetávamos tudo no Japão e adaptávamos para os EUA, Europa e China, mas este esquema não existirá mais”, disse Uchida. Ele não descartou a possibilidade de estes carros desenvolvidos na China serem exportados para outros mercados globais, reconhecendo que a Nissan tem "capacidade excedente" neste momento nas suas fábricas chinesas, mas enfatizou que serão desenvolvidos principalmente tendo a China em mente.
A Nissan sugeriu recentemente planos para substituir os crossovers Juke (compacto) e Qashqai (médio) por equivalentes elétricos nos próximos anos e, antes disso, lançará um Leaf de terceira geração e um substituto do March baseado no novo Renault 5 graças à sua presença na Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.
Vale a pena notar que a terceira geração do Renault 5 é apenas elétrica, mas não será montada em uma plataforma elétrica dedicada. O novo hatch usará a base do Clio e herdará até 70% do hardware para reduzir os custos de produção. A plataforma foi batizada de AmpR Small (anteriormente CMF-B EV). Incomum para um carro do segmento B, ela terá uma suspensão traseira multi-link, o que deve se traduzir em uma dinâmica mais precisa. O modelo fez sua estreia oficial em fevereiro no Salão de Genebra (SUI).
O Renault 5 2024 tem 3,92 metros de comprimento, 1,77 metros de largura e 1,5 metros de altura, com uma distância entre eixos de 2,54 e uma capacidade de carga de 326 litros. Apesar de ser um carro pequeno, ele usa grandes rodas de 18" (de ferro na versão de entrada e de liga nas demais) com pneus 195/55 R18. O novo elétrico é maior que o Twingo, mas menor que o Clio.
Renault 5 Concept no Salão de Paris
A versão mais leve, com a bateria menor de 40 kWh, pesa 1.350 kg, enquanto a mais pesada, com a bateria de 52 kWh, pesa 1.450 kg. Com a bateria básica, o motor montado na frente fornecerá 95 cv e 21,7 kgfm ou 120 cv e 23 kgfm. Com a bateria atualizada, o motor elétrico produzirá 150 cv e 25 kgfm e, nesse caso, a aceleração de 0 a 100 km/h levará menos de oito segundos. O modelo topo de linha pode atingir 150 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente.
A versão mais barata que o dinheiro pode comprar custa cerca de 25.000 euros (R$ 135 mil) na Europa. A Renault fabricará o R5 na França, e também trará de volta o R4. Ele também será totalmente elétrico, assim como a próxima geração do Twingo. Ambos já foram apresentados com carros-conceito antes de seus lançamentos no mercado em 2025 e 2026, respectivamente.
Fonte: Autocar
RECOMENDADO PARA VOCÊ
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
CEO da Ford sobre inédita Ranger elétrica: 'será incrível e emocionante'
Semana Motor1.com: Novo Honda City 2025, Ranger cabine simples e mais
Dados nos EUA provam: preço é o que impede adoção em massa de elétricos
História: há 20 anos, Logan nasceu na Romênia para ganhar o mundo
Renault Twingo E-Tech: como é o protótipo que estará no Salão de Paris 2024