Pioneira na produção e desenvolvimento de superesportivos totalmente elétricos, a Rimac tem observado mudanças importantes no comportamento do consumidor nos últimos tempos. Em entrevista concedida recentemente, o CEO da empresa explicou que o número de compradores de supercarros elétricos está diminuindo e que este público - majoritariamente endinheirado - está buscando agora outro tipo de experiência ao volante.
“Começamos a desenvolver o Nevera em 2016/2017, quando a eletrificação era algo legal”, explicou o fundador da empresa, Mate Rimac, durante a conferência Future of the Car do Financial Times, em Londres, Inglaterra. Avançando para 2024, a tecnologia EV tornou-se muito mais comum e não expressa mais nenhum apelo de diferenciação como gerou inicialmente.
“Os reguladores e algumas empresas pressionam tanto que a narrativa mudou. Eles estão nos empurrando coisas que não queremos, então as pessoas ficam um pouco enojadas com isso, toda essa aplicação forçada. Acho que tudo tem que ser baseado no mérito, então o produto tem que ser melhor”, acrescentou.
Hoje, os motoristas comuns não têm escolha, mas aqueles que podem comprar um hipercarro o querem com motor a gasolina. Não por acaso, a procura por superesportivos elétricos está começando a cair, afetando diretamente modelos como Rimac Nevera, Pininfarina Battista e Lotus Evija. Mesmo mais potentes e geralmente mais rápidos do que modelos equivalentes a gasolina, estes veículos não estão conseguindo ser suficientemente atraentes
"Os compradores com uma quantia de sete dígitos para gastar em um carro querem tecnologia mais analógica", explicou. No caso do próprio Nevera, por exemplo, a Rimac vendeu aproximadamente 50 unidades, mas tinha planos de produzir pelo menos 150 no total. Diante dessa mudança de comportamento do mercado, tudo indica que o sucessor do Nevera poderá contar com algum tipo de combustão no conjunto.
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