Quando a Honda lançou a Pop 100 em 2007, a moto podia ser extremamente básica, mas o preço chamava atenção: R$ 3.990. Dezessete anos depois, agora como Pop 110i, ainda é a porta de entrada da Honda no Brasil e virou quase sinônimo de primeira moto e ferramenta de trabalho para muita gente. Agora, a moto está chegando à linha 2025 com diversas mudanças importantes.
Acontece que a Pop não mudava desde 2015, quando passou pela última atualização no visual e ganhou o motor 110 com injeção eletrônica. Se você esperava apenas novas cores, pode até se assustar. A pequena moto da Honda trocou toda a parte mecânica e ficou mais equipada. Não mudou de visual, mas o impacto no preço impressiona. A Honda Pop 110i ES 2025 agora custa R$ 9.690 sem frete, ou apenas R$ 120 a mais na comparação com o modelo anterior.
Honda Pop 110i 2024
Honda Pop 110i ES 2025
Uma olhada rápida na nova Honda Pop 110i ES 2025 faz parecer apenas que pintaram o garfo dianteiro de preto e trocaram alguns adesivos. Mas as mudanças profundas foram no motor e no câmbio. Do antigo 110i, compartilhado com a versão de entrada da Biz, sobrou só o nome.
O propulsor é totalmente novo. Ainda é refrigerado apenas a ar, mas a Honda reduziu o diâmetro do cilindro (de 50 mm para 47 mm) e aumentou o curso do pistão (de 55 mm para 63,12 mm). A taxa de compressão também aumentou de 9,3:1 para 10:1. Com isso, a capacidade cúbica passou de 109,1 cm3 para 109,5 cm3.
Também houve alteração no tempo de abertura de válvulas em busca de uma queima mais eficiente dentro do cilindro. Rodando apenas com gasolina, a Pop 110i ES 2025 agora entrega 8,43 cv de potência a 7.250 rpm e 0,945 kgfm de torque a 5.000 rpm. Antes, o motor anterior desenvolvia 7,9 cv e 0,89 kgfm.
De acordo com os números da Honda, aferidos pelo Instituto Mauá, o consumo da Pop 110i ES 2025 é de 49,1 km/l. A marca ainda declara uma aceleração de 0 a 60 km/h (a moto não chega a 100 km/h) em 7,8 segundos e velocidade máxima de 93 km/h. Com um tanque de combustível de 4,2 litros, sua autonomia teórica é de 206 km.
Mais uma adição importante: finalmente a Honda equipou a Pop com partida elétrica. Desde seu lançamento há 17 anos, a moto vinha apenas com partida a pedal. É daí que vem a sigla ES no nome, de Electric Start. Mas se o motor mudou tudo, o câmbio também não foi deixado de lado.
A Pop sempre teve um câmbio de quatro marchas, passadas todas empurrando a alavanca para baixo e as reduções fazendo o caminho inverso. É um sistema similar ao da Biz, mas a Pop tinha embreagem convencional, não semi-automática como o modelo maior. E também faltava à moto mais barata o câmbio rotativo, que permite que você passe de quarta marcha direto para o neutro sem precisar passar por todas as marchas na volta.
Honda Pop 110i ES 2025: cadê a embreagem?
Agora, tudo isso mudou. A Pop 110i ES 2025 conta com o mesmo sistema de transmissão semi-automática de quatro marchas rotativa como na Biz. Nesse caso, adiciona-se uma embreagem centrífuga, que dispensa a operação. Você ainda tem que trocar marchas, mas nunca mais vai precisar se preocupar com o controle de embreagem.
A Honda ainda precisou fazer mais alterações. Assim como motor e câmbio, são todas pensadas na nova fase do Promot 5, que entra em vigor em janeiro do ano que vem e será bastante restrito para as motos. Por conta disso, além do motor novo com maior eficiência, a Pop ainda precisou receber um segundo catalisador, instalado logo após a saída do cabeçote, daí a estranha curva que o escape faz agora. Também existe um catalisador no silenciador traseiro e a moto ainda recebeu um filtro de carvão ativado para filtrar a evaporação de combustível do tanque e um plugue para o diagnóstico da central eletrônica.
Por conta do novo motor, as medidas da Pop mudaram um pouco. A moto agora tem 1.832 mm de comprimento (-11 mm), 1.238 mm de entre-eixos (+4 mm), 727 mm de largura (-18 mm), 1.031 mm de altura (-2 mm) e vão livre do solo de 137 mm (+1 mm) . A altura do assento passa a ser de 745 mm (-4 mm) e o peso a seco, sem considerar fluídos, de 87 kg.
A moto permanece usando rodas raiadas com 17" na dianteira e 14" na traseira. A medida dos pneus é a mesma: 60/100 e 80/100, respectivamente, mas a Honda trocou de fornecedor. Saíram os Levorin modelo Matrix e entram os Michelin Pilot Street 2. O garfo dianteiro ainda tem 100 mm de curso, enquanto a traseira biamortecida permanece com curso de 83 mm.
As cores permanecem as mesmas: preta, vermelha e branca, a única com assento vermelho, mas os grafismos são novos. A Honda permanece dando 3 anos de garantia para a moto, com as duas primeiras revisões com mão de obra gratuita e óleo grátis nas 7 primeiras revisões em concessionária. Apesar de o motor ter mudado, a especificação do óleo é a mesma: 10W30 semissintético. A primeira revisão ocorre aos 1.000 km ou 6 meses, o que vier primeiro. A segunda é aos 6.000 km ou 12 meses e, a partir daí, a cada 6.000 km ou 6 meses.
O Motor1.com Brasil foi convidado pela Honda para andar nesta nova Pop 110i ES 2025 no Centro Educacional de Trânsito da Honda em Indaiatuba (CETH). Havia apenas uma pequena pista delimitada por cones, mas estavam lado a lado Pop 2025 e a 2024.
A diferença na facilidade de condução do modelo novo fica muito aparente. Olhando do ponto de vista de quem acabou de sair de uma Moto Escola que ensinou porcamente apenas a passar no exame de habilitação, não ter que lidar com a embreagem é um baita adianto para quem está só começando. A própria Honda admite que, para os motociclistas de primeira viagem, até mesmo pequenos acidentes ou inseguranças na experiência podem significar que a pessoa desista de andar de moto.
O câmbio tem a mesma operação do encontrado na Biz. Tem até o típico tranquinho ao se engatar a primeira marcha. Depois é só alegria. Mas vale lembrar que você não opera a embreagem, mas ela ainda está lá. Então, nas reduções, vale continuar dando aquele toquinho no acelerador entre as marchas para evitar trancos.
Falando em acelerar, não tem muito o que fazer: o Promot 5 vai capar todas as motos. A Pop está mais potente, mas essa força vem de forma progressiva. A antiga era quase arisca no pouco que entregava, a nova parece mais calma acelerando, apesar do fôlego extra. Os freios ainda são a tambor com 110 mm de diâmetro em cada roda. Eu sei que vão reclamar, mas numa moto pensada para ser barata e não assustar, os tambores fazem mais sentido. Até porque a Pop não chega nem a 100 km/h e pesa menos de 90 kg, não precisa de um baita sistema de freio.
O que nos leva aos novos pneus. Pelos testes da Honda, Michelin e Levorin entregam pneus muito similares em aderência e durabilidade, mas o que muda mais na condução é o formato da banda de rodagem. Os da Michelin parecem mais finos, o que deixa a tocada da Pop mais leve e rápida na hora de deitar nas curvas. Ela já parecia uma bicicleta na tocada, agora ficou ainda mais fácil.
A Honda ainda preparou diversos slides mostrando que comprar um Pop 110i ES 2025 por consórcio sai mais barato mensalmente que pagar pelo transporte público. E tudo isso faz sentido olhando os números, mas a Pop tem uma relevância ainda maior.
Se é a primeira moto de alguém ou uma ferramenta de trabalho, o que mais importa é a facilidade de conduzir, confiabilidade e acessibilidade, que a Pop passa entregar ainda mais na linha 2025. E tem mais: quando fundador da Honda, Soichiro Honda, desenhou suas primeiras motos, seu sonho é que elas pudessem ser fáceis o suficiente de conduzir ao ponto de qualquer pessoa poder usá-las no dia a dia. Hoje, no Brasil, é a Pop que mais se aproxima do sonho do fundador da Honda e, na minha opinião, é a moto mais importante que a marca vendo no Brasil, até mais que a CG.
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