A corrida pela eletrificação verificada nos programas estratégicos da maioria das montadoras não é vista na mesma intensidade dentro da Dacia. A marca obviamente sabe da importância da transição ecológica, mas não parece ter tanta pressa em eletrificar totalmente seu portfólio. Tanto é que o Duster de nova geração, produto mais recente lançado pela empresa, não terá versão elétrica tão cedo.
Durante entrevista concedida recentemente à revista britânica Autocar, o CEO da Dacia, Denis Le Vot, foi questionado sobre a data de lançamento do Duster EV e simplesmente respondeu: “Não sei”. O executivo explicou que a chegada de uma variante elétrica ainda está muito distante e que provavelmente o Duster permanecerá à venda pelos próximos 8 anos ou mais sem virar elétrico.
Le Vot acredita que até cerca de 2032 haverá espaço suficiente no mercado para o Duster permanecer baseado “principalmente em motores a combustão". "A Renault está avançando rápida e massivamente na eletrificação dos carros. A Dacia também vai, claro, porque sabemos o fim do jogo. Mas não estamos indo tão rápido. A Dacia oferece a cada momento uma alternativa de mobilidade no mercado", completou.
O executivo disse ainda que os motores de combustão interna são o “pão com manteiga” da Dacia e que a marca é um “colete salva-vidas” para o grupo Renault “neste ambiente incerto”. “Não é uma corrida para saber quem vai se tornar elétrico o mais rápido possível. Talvez eu pudesse dizer o contrário. Existem essas duas coisas que estão se movendo ao mesmo tempo. Só temos que ser consistentes".
Novo Dacia Duster
Além disso, reconheceu que em algum momento a Dacia se tornará totalmente elétrica, mas que a migração dependerá do ciclo de vida de cada modelo e da demanda dos mercados internacionais. Lembrou ainda que boa parte dos carros da marca são vendidos fora da Europa, onde a eletrificação ainda não está tão avançada. É o caso de Turquia, Marrocos, Norte de África, América Latina e Índia.
Desde já, vale lembrar, o Duster 2024 conta com opções do tipo híbrido-leve e movida a gás natural - ambas com baixos níveis de consumo e emissões.
Fonte: Autocar
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