Durante anos a indústria teve que lidar com os efeitos dos airbags da Takata, que estavam com defeito e causando a morte de dezenas de motoristas. O mesmo problema teria sido identificado nas bolsas infláveis feitas pelas empresas ARC e Delphi. É uma situação tão séria que o governo norte-americano está considerando fazer o recall de mais de 50 milhões de veículos de 12 fabricantes.
A NHTSA, agência governamental que cuida do trânsito nos Estados Unidos, estava investigando a ruptura dos infladores dos airbags da ARC e da Delphi desde 2016. em abril, chegou a mandar uma carta para a ARC, requisitando que fizesse um recall, que foi negado. Assim, a NHTSA decidiu publicar um documento com o resultado da investigação. Se o governo escutar a agência, o recall afetará 12 fabricantes: BMW, Ford, Fiat Chrysler Automobiles, General Motors, Hyundai, Kia, Maserati, Mercedes-Benz, Porsche, Tesla, Toyota, e Volkswagen.
O documento divulgado pela NHTSA diz que a agência acredita que o processo de soldagem para prender o inflador pode produzir uma escória, que por sua vez pode bloquear a saída do inflador durante a abertura da bolsa inflável. Se este pedaço de escória for grande o suficiente, pode fazer com que o inflador gere pressão demais e rompa, disparando fragmentos de metal dentro do carro. É um problema um pouco diferente do airbag da Takata, que era causado pelo material químico usado para disparar o airbag.
A NHTSA diz que identificou sete pessoas que foram feridas por causa dos airbags e uma que foi morta, levando a esta identificação complexa. Os testes foram realizados em momentos diferentes, usando três locais e com quatro módulos de fornecedores diferentes, instalados em carros de quatro marcas.
Um dos primeiros acidentes teria acontecido em 2009, enquanto o mais recente é de março de 2023 com um Chevrolet Traverse. A agência diz que pessoas ficaram feridos em carros da Kia, Chrysler, Hyundai e Volkswagen. Em maio, a GM anunciou um recall de quase 1 milhão de carros das marcas Buick, Chevrolet e GMC por causa dos airbags. Pode ser só o primeiro dos recalls a acontecer nos próximos meses.
Os infladores de airbag em questão foram produzidos em 2000 e 2018. Durante este tempo, a RC fez 41 milhões de infladores, enquanto a Delphi produziu 11 milhões antes de encerrar a fabricanção em 2004. Em 2018, a ARC iniciou um novo processo de examinação para detectar problemas na peça, mas a NHTSA não sabe se isto resolveu o problema para os airbags feitos após essa data.
O próximo passo será uma audiência pública, marcada para o dia 5 de outubro, quando as empresas irão apresentar suas defesas contra a possibilidade de um recall.
Será uma investigação importante para o Brasil, pois a ARC forneceu airbags para algumas fabricantes, além da chegada de alguns modelos importados, embora ainda não exista uma estimativa de quais marcas e veículos poderiam ser afetados.
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