Após 32 dias desde o lançamento da MP 1.175/23, conhecida popularmente como “Programa Carro Popular”, os descontos chegam ao fim e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), comemora o resultado positivo. Segundo a entidade, os emplacamentos começaram a fazer efeito na última semana de junho e foi o suficiente para que registrasse a melhor média de vendas diárias em 10 anos e a terceira melhor na história da indústria automotiva brasileira.
De acordo com Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, os descontos foram aplicados em cerca de 150 mil unidades e somente 54 mil destes veículos foram emplacados em junho. Ou seja, julho terá a maior parte dos registros dos carros vendidos enquanto o programa estava valendo. “Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada”, diz Leite.
Mesmo que a última semana tenha a sido a mais expressiva em emplacamentos, foi o suficiente para que junho fosse o segundo melhor mês do ano, contabilizando 189,5 mil unidades (somando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). Foi 7,4% melhor do que maio, quando 176,5 mil veículos foram registrados.
Com o fim dos descontos, agora a indústria espera por um corte na taxa Selic, hoje de 13.75% - o Comitê da Política Monetária (Copom) sinalizou em sua última reunião que pode finalmente aplicar uma queda dos juros em agosto. Esta medida, junto com o Projeto de Lei que mudará as regras para garantias de empréstimos, dará condições melhores para os financiamentos. “Sem dúvida, ficou claro para todos o potencial dessa demanda reprimida por veículos zero quilômetro, algo que, esperamos, proporcione uma contínua elevação das vendas no segundo semestre, à medida em que as condições de financiamento comecem a atrair mais clientes”, complementa o presidente da Anfavea.
Por outro lado, como as fabricantes estavam com estoques grandes e muitas já haviam reduzido o ritmo das linhas de montagem, a produção apresentou uma queda de 17% em comparação com maio, com 189,2 mil unidades fabricadas. Neste mês, cinco fábricas tiveram períodos sem produção, com férias coletivas e algumas já haviam aplicado o regime de lay-off para alguns turnos.
Outro problema está nas exportações, que registraram uma queda de 17,4%, caindo de 44,3 mil unidades para 36,6 mil veículos enviados para outros países. De acordo com Leite, o tombo de aproximadamente 30% nos mercados do Chile e da Colômbia ajudaram a puxar o resultado das exportações para baixo – além da crise na Argentina, que está sofrendo com a falta de dólares.
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