Diferente dos anos 1990, novo "carro popular" não deve ser tão simples

Nível de exigência do comprador e de normas não trarão carro tão básico novamente

No dia 25 de maio, é esperado que seja anunciado um programa para reduzir os preços de ao menos uma faixa de automóveis, além de acesso ao crédito, para aumentar o volume de vendas no Brasil. E isso nos faz lembrar do programa do carro popular nos anos 1990, onde além do motor 1.0, eram bem básicos. 

Com base nos 10 carros mais baratos, temos uma lista de equipamentos que podemos considerar como "básica". Direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas e os obrigatórios ABS e airbag duplo aparecem em todos. Em sua maioria, recebem ao menos um sistema de som com USB e bluetooth, sendo que alguns até já recebem alguma multimídia. VW Polo Track, Citroën C3 Live, Fiat Argo 1.0, Fiat Mobi Like chegam com a preparação de som. O mesmo vale para o computador de bordo, presente em uma parte deles. 

Muito se fala sobre o novo popular não perder estes itens de conforto, mas também manter um nível mínimo de segurança. Ou seja, esse provável novo programa não permitirá que os populares percam itens de segurança. Renault Kwid e Stepway tem 4 airbags, enquanto Hyundai HB20 e Chevrolet Onix tem 6 airbags. Uma boa parte da lista também tem controles de tração e estabilidade (assim como assistente de partida em rampas) como itens de série. 

Enquanto nos anos 1990 tivemos como opcionais o retrovisor no lado direito, desembaçador do vidro traseiro e ar-quente, os novos populares não serão tão básicos por questões de normas e também do cliente, que exige um mínimo por um valor não tão baixo - mesmo com a redução, os preços não devem cair abaixo dos R$ 60 mil. Além disso, há um mercado de semi-novos com muitas opções que também serve de concorrente para essa categoria. 

Ainda precisamos esperar o anúncio oficial para entender qual o projeto. Algumas montadoras já estão em conversas com o governo para entender como podem se posicionar neste mercado, como a Renault. O fato é que não teremos um popular tão barato assim, mas ao menos não tão depenado como tivemos no passado.