Muitas fabricantes já anunciaram quando deixarão de vender carros equipados com motores a combustão, mas a Toyota não está nessa longa lista. Em vez disso, a japonesa tem se manifestado bastante sobre não apressar o fim dos motores térmicos, pois acredita que o mundo simplesmente não está pronto para se tornar totalmente elétrico.

De fato, o cientista-chefe Gill Pratt argumenta que forçar as pessoas a comprar EVs poderia ser um tiro pela culatra, fazendo com que elas permanecessem com seus carros a gasolina/diesel por mais tempo.

Em discurso feito em Hiroshima (Japão), antes de uma reunião de cúpula do G7, o CEO do Toyota Research Institute admitiu que os subsídios tornam os veículos elétricos mais atraentes, mas acredita que nem todos estão ansiosos para aderir ao movimento dos EVs. Sua solução? Prolongar a vida útil do motores a combustão, continuando a desenvolver híbridos e tornando os combustíveis alternativos viáveis para a produção em massa. É um discurso alinhado com os atos da empresa, que tem feito experiências com motores térmicos alimentados por hidrogênio.

Toyota Prius Prime 2023

Pratt também expressou sua preocupação com o fato de o setor automotivo não estar pronto para vender exclusivamente veículos elétricos em um futuro próximo. Seu argumento girava em torno das limitações de suprimento, principalmente no que diz respeito aos materiais necessários para a fabricação de uma bateria:

"Eventualmente, as limitações de recursos acabarão, mas por muitos anos não teremos materiais para bateria e recursos de recarga renováveis suficientes para uma solução exclusiva com carros elétricos. Os materiais das baterias e a infraestrutura de recarga renovável acabarão sendo abundantes. Mas levará décadas para que a mineiração destes materiais, as instalações de geração de energia renovável, as linhas de transmissão e as instalações sazonais de armazenamento de energia sejam ampliadas."

Enquanto a Toyota quer manter os motores a combustão vivos, o CEO da Volkswagen, Thomas Schäfer, referiu-se aos motores a gasolina e a diesel como sendo "tecnologia antiga". Ele acrescentou ainda que toda a conversa sobre combustíveis sintéticos não passa de "ruído desnecessário". Nem todos os membros do Grupo Volkswagen têm a mesma opinião, pois a Porsche está investindo no desenvolvimento e na produção de combustíveis eletrônicos.

No início desta semana, o recém-nomeado CEO da Toyota, Koji Sato, declarou que os combustíveis sintéticos precisam evoluir antes de se tornarem uma alternativa viável. Ele acredita que a produção em massa só ocorrerá após uma redução significativa da energia usada durante o processo de produção. A cúpula da empresa também acredita que as baterias de estado sólido precisam de mais tempo para atingir a maturidade, já que a durabilidade continua a representar um "enorme desafio".

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