Combustíveis sintéticos e baterias ainda precisam evoluir, diz CEO da Toyota
Novo presidente da marca mantém posicionamento de seu predecessor, defendendo que o futuro é o hidrogênio
Substituto do Akio Toyoda no comando da maior fabricante de carros do Japão e 2ª maior do mundo, Koji Sato tem mudado a estratégia da Toyota ao anunciar um investimento maior nos carros elétricos, para deixar de perder clientes para outras marcas como a Tesla. Porém, o executivo concorda com o posicionamento de Toyoda e acredita que não existe uma única solução para a descarbonização, então é preciso investir em tecnologias diferentes.
Um dos investimentos feitos pela Toyota atualmente é nas baterias de estado sólido, que Sato define como um “grande desafio” por conta da durabilidade. Ainda assim, ele se mantém otimista: “Se superarmos este problema, a eficiência energética será realmente fantástica. Estamos trabalhando nisso, mas ainda precisamos de mais tempo”, disse Sato em entrevista à Autocar. Em janeiro de 2022, a Toyota anunciou os planos de começar a vender um carro híbrido com bateria de estado sólido em 2025.
Combustíveis sintéticos também precisam de tempo para evoluir, segundo o engenheiro de 53 anos. Ele menciona que a energia necessária para criar os e-fuels ainda é muito alta, e seria necessário progredir tecnologicamente para que posam ser produzidos em larga escala. Vale mencionar que a Porsche já começou a produzir combustíveis sintéticos em uma fábrica no Chile, pois a fabricante alemã acredita que os motores a combustão podem ser salvos apesar do futuro ser elétrico. É uma visão oposta à de Thomas Schäfer, chefe da Volkswagen, que recentemente descreveu os e-fuels como “barulho desnecessário” e que os motores térmicos representam “uma tecnologia velha”.
O CEO da Toyota admite que a marca japonesa agora está acelerando sua estratégia de carros elétricos por ter ficado para trás em comparação a alguns rivais, por ainda não ter uma linha nas concessionárias. O executivo enfatiza que prefere qualidade ao invés de quantidade: “Não é apenas sobre números – quantos modelos temos no mercado – mas como são bons, para os clientes e o meio-ambiente.” Porém, a empresa tem tido problema nos dois pontos. Não só faltam opções, como a empresa teve que fazer um recall grande do bz4X e parar as vendas por um tempo.
O novo comandante da Toyota ainda comentou sobre como redução de emissões de poluentes não deveria ser feita somente com híbridos, híbridos plug-ins, elétricos e combustível sintéticos, como também com o hidrogênio. Ele não se refere somente aos modelos que usam células de combustível para criar eletricidade, como também para motores a combustão modificados para usar hidrogênio ao invés de gasolina, como a empresa tem usado em alguns protótipos como o GR Yaris e GR Corolla.
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