Entre o final de abril e o início de maio, a Volkswagen anunciou algumas mudanças em suas fábricas. Medidas como reduções de produção e férias coletivas deveriam ser adotadas nas próximas semanas. A linha de montagem de Taubaté (SP), responsável hoje pela produção do Polo Track, seria uma das afetadas.
A fábrica responsável pelo carro mais barato da Volkswagen deveria aplicar um layoff de dois a cinco meses, fazendo com que a linha de montagem opere em apenas um turno a partir de 1º de junho. No entanto, informações do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (SindMetau) dão conta de que a montadora teria voltado atrás nesta decisão, ainda que temporariamente e apenas no caso da fábrica paulista.
A notícia é positiva apenas em partes, pois a decisão não teria sido totalmente revertida. O que teria ocorrido é que a marca resolveu postergar por um mês o início dessa redução de produção do Polo Track em Taubaté. Ao invés de ter início no começo de junho, passará a valer em 1 de julho apenas.
A Volkswagen em si ainda não deu declarações a respeito. Por outro lado, o SindMetau afirmou que a empresa teria um motivo político por trás desta postergação. De acordo com a entidade sindical, a montadora teria sido sinalizada pelo Governo Federal de que novas informações sobre um suposto novo programa automotivo seriam reveladas em breve.
Este novo programa automotivo deverá tratar de diversos aspectos acerca desta indústria, incluindo rumos para a uma nova fase do Rota 2030, atual regime automotivo vigência. Outro tema que deverá ser debatido ainda é o retorno de um "carro popular", visto que os aumentos constantes nos preços dos automóveis desde a pandemia retirou o poder de compra de uma parte da população.
Líderes do SindMetau teriam afirmado que o movimento sindical e a Anfavea têm discutido com o governo a questão do carro popular. Diante do avanço dessas discussões, que envolvem tributação e outras questões para alavancar o setor, a Volkswagen está adiando o início do layoff para o dia 1 de julho.
Margarete Gandini, diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou que foram iniciados estudos na parte governamental para definir as condições para que o país receba veículos mais baratos.
“Estamos tentando juntar alguns elementos. E consultamos as montadoras sobre alguns pontos. Mas, por ora, a indústria ainda não está participando. Embora o tema esteja em discussão, é preciso conseguir uma modelagem factível, e não conseguimos fechá-la ainda, mas estamos fazendo simulações internas para ver o que é possível. As emissões de CO2 são parte fundamental deste projeto. Enquanto não se chegar a isto, não existe um projeto”, explica Gandini.
Porém, o carro popular é apenas uma parte da discussão. A diretora aponta que ainda é necessário melhorar as condições de financiamento para que o brasileiro seja capaz de comprar um carro 0 km, algo cada vez mais difícil com os aumentos de preços consecutivos, os juros altos e a falta de crédito.
Fonte: AutoData
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