A Toyota divulgou um comunicado nesta sexta-feira (28) no qual admite que a Daihatsu, sua marca de baixo custo que opera na Ásia, manipulou os testes de colisão lateral ao modificar cerca de 88 mil unidades da nova geração do Toyota Yaris na versão sedã produzida na Tailândia, além da variante Perodua Axias vendida na Malásia.
De acordo com a própria Toyota, a fraude teria sido feita na porta, modificando a peça para adicionar um entalhe, minimizando o risco de que o interior da porta pudesse quebrar no impacto e, assim causasse ferimentos aos ocupantes durante o acionamento do airbag lateral. Obviamente, esta modificação estava somente nos carros que passaram pelos testes de homologação e não aparece nas unidades para venda.
É uma situação tão grave que forçou Akio Toyota, chairman da empresa e ex-CEO, a fazer uma declaração pública. “Nós iremos seguir com uma investigação detalhada a partir de agora, mas prometemos entender decisivamente o que aconteceu na fábrica, investigar as verdadeiras intenções e trabalhar sinceramente para impedir que aconteça de novo”, disse Toyoda na coletiva feita no Japão, “precisaremos de mais tempo para fazer isso.”
Segundo o executivo, a Toyota estava investigando como os painéis laterais do Yaris e de outros modelos foram alterados para os testes de segurança e chamou isso de uma violação “inaceitável” da confiança dos consumidores. E reiterou que, até o momento, não recebeu nenhuma informação sobre acidentes ou ferimentos relacionados a uma colisão lateral.
O esquema de fraude teria sido descoberto pela Daihatsu após uma denúncia interna e, imediatamente, interrompeu as entregas do Yaris e do Axias. 76 mil unidades das 88 mil afetadas eram do Yaris que seriam vendidos no México, Oriente Médio e Tailândia. As demais eram do Perodua vendido na Malásia. A Daihatsu também destaca que avisou as autoridades regulatórias e que irá fazer novos testes de segurança na presença de fiscais para garantir que os carros estão dentro da lei antes de recomeçar as vendas.
Embora não afete o Yaris nacional, produzido em Sorocaba (SP), a crise é um golpe duro contra a Toyota, menos de um mês depois de Koji Sato assumir a presidência da fabricante. A empresa tem brigado para aumentar a produção após a falta de semicondutores e conseguir fabricar mais carros elétricos, após perder espaço para outras marcas por conta da falta de VEs em alguns mercados.
Fonte: Reuters
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