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Hyundai Creta torna-se prioridade e vendas diretas perdem espaço na marca

Comportamento do cliente na concessionária faz SUV vender mais que a família de hatch e sedã

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O ranking de vendas de fevereiro nos trouxe uma surpresa quando falamos em Hyundai. Se antes o HB20 dominava, brigando com a Fiat Strada entre os mais vendidos, o mês passado nos trouxe um Creta na quarta colocação, com 4.606 emplacamentos, enquanto o HB20 aparece com apenas 2.992 unidades emplacadas, uma queda de pouco mais de 38% na comparação com janeiro.

O motivo? Não foi produção, segundo Rodolfo Stopa, diretor de planejamento de produtos da Hyundai Motor Brasil. A produção em Piracicaba (SP) segue sem problemas ou paradas por falta de componentes, mas a estratégia foi priorizar o Creta, um carro que, além de ser mais rentável pelo valor agregado de um SUV, depende quase nada das vendas diretas. Tanto é que, quando falamos em vendas no varejo, foi o segundo modelo mais vendido do país em 2022, atrás apenas do Chevrolet Onix.

Hyundai HB20 1.0 Comfort 2023

Questionado sobre as vendas diretas, Stopa confirmou que a Hyundai focará menos nessa modalidade neste ano e não será a última vez em que o HB20 ficará atrás em vendas. O que ele diz faz sentido, já que as vendas diretas são boas para volume, mas não em lucros pelo valor mais baixo e, em muitas vezes, são sempre as versões mais baratas, como diversos executivos disseram em outras ocasiões. Por conta dos descontos dados para as grandes frotas, o lucro é muito pequeno e serve só como artifício para manter a fábrica funcionando em um nível aceitável para que não gere prejuízo. Nas lojas mesmo, o HB20 vende quase nada na versão Sense.

Em 2022, o HB20 vendeu 61,28% do seu total para empresas. Como comparação, esta modalidade respondeu por apenas 9,83% dos emplacamentos do Creta - o próprio HB20S depende menos que o hatch das grandes frotas, mas ainda são 57,57% dos licenciamentos. Em fevereiro, o HB20 emplacou 863 unidades nas vendas diretas, ou 28,84%, enquanto o Creta registrou apenas 237 unidades, ou 5,15% do seu volume. Até mesmo o HB20S emplacou 443 unidades, ou 40,35%, em VD. Pelo jeito, essa proporção reduzirá ainda mais no decorrer do ano.

Essa decisão faz sentido. Os custos de produção dos automóveis não são baixos no Brasil e diversas fabricantes priorizam os modelos de maior valor agregado e que geram mais lucro. A Hyundai seguirá esse caminho não só com o Creta, mas com as versões mais caras e que mais vendem da linha HB20, como o 1.0 Comfort, o 1.0 Limited e as 1.0 turbo automáticas Platinum e Platinum Plus. Segundo Stopa, dependendo do preço do carro zero, o cliente opta por algo mais refinado no mercado de usados e seminovos, principalmente abaixo dos R$ 100 mil.


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