A indústria automobilística brasileira cresceu em 2022. A Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou dados do fechamento do ano que mostram crescimento de 5,4%. Em números, foram produzidos 2,37 milhões de veículos no Brasil em 2022.
As exportações, que cresceram 27,8%, contribuíram de forma significativa para o resultado industrial de 2022, melhor resultado desde 2019. De acordo com Márcio de Lima Leite, Presidente da Anfavea, a "Argentina vem perdendo sua relevância nas exportações brasileiras, com México passando a ser um destino importante para o Brasil, assim como Colômbia e Chile".
Em relação aos licenciamentos, o resultado foi considerado como estável - queda de 0,7%. No acumulado de janeiro a dezembro ano passado, foram licenciados 2.104.500 veículos. No mesmo período do ano anterior, foram emplacadas 2.119.900 unidades. De acordo com o executivo, eventos como a Copa do Mundo, eleições e o fechamento do Detran em alguns estados nos últimos dias do ano impactaram no resultado final.
Para este ano, a expectativa é de um aumento de 2,2% na produção de veículos, considerando também os pesados, com o total de 2,42 milhões de unidades. Especificamente para os veículos e comerciais leves, a expectativa é de alta de 4,2% no resultado. Já em relação a produção de caminhões e ônibus, a entidade projeta uma queda de 20,4%, reflexo do impacto pela mudança da regra de emissões para o Proconve P8, que deve provocar um inevitável reajuste de preços.
Com o novo ano, novas metas. A agenda de trabalho que a Anfavea defenderá ao longo de 2023 terá como principal foco a reindustrialização do país. "Se nós quisermos voltar a ser um mercado forte, uma indústria forte para o país, precisamos trabalhar na reindustrialização e fortalecimento da cadeia de suprimentos”, disse Leite.
Outro ponto que entrará com muita força para a Anfavea neste ano serão as discussões sobre descarbonização. A associação entende que esse processo, seja em eletrificação, biocombustíveis ou gás, precisa ter a indústria como protagonista.
Redução dos custos de produção e comercialização, redução do custo tributário, mobilidade e investimentos em infra-estrutura bem como estímulo a pesquisa, desenvolvimento também serão temas perseguidos neste ano.
Ponto polêmico defendido pela Anfavea é a inspeção técnica veicular como forma de estimular a renovação da frota. Neste momento que a questão relacionada a redução de emissões está cada vez mais exigente, o executivo destacou que um "veículo usado polui 22 vezes mais que um veículo novo", sem citar exatamente a idade dos usados comparados.
A retomada da venda à prazo é um dos pontos principais defendidos pela Anfavea para 2023. "Para superar s barreira dos 2 milhões de veículos, precisa ser retomada da venda a prazo. Hoje estamos com cerca de 70% de vendas à vista, 30% à prazo. Sem crédito, não há mercado. Hoje a taxa de juros ao consumidor é de quase 30% ao ano, é muito alto", completou o executivo.
Para entrar em sintonia com os novos tempos, a Anfavea renovou o seu logo. Buscando inspiração em uma era mais moderna, conectada e tecnológica, a nova identidade traz letras estilizadas e modernas. O desenho do veículo também foi repaginado, com traço único, que remete ao legado da associação com um traço moderno.
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