Venirauto: Maduro relança montadora de carros na Venezuela
Fundada por Hugo Chávez, montadora oferecerá veículos de origem iraniana
A Venirauto, empresa automobilística venezuelana criada por um capital binacional com aporte junto ao Irã, será relançada pelo Presidente da República Bolivariana, Nicolás Maduro. Isso ocorre depois de um período de obscurantismo no qual a montadora produziu muito menos do que as metas inicialmente estabelecidas em seu lançamento lá atrás.
O projeto original da Venirauto foi baseado em oferecer carros populares à população da Venezuela com taxas de financiamento baixas e acessíveis, mas nunca foi capaz de produzir de acordo com as expectativas, enquanto que as filas de espera para ter um modelo da marca Venirauto acabaram se tornando muito longas.
Em sua carta de fundação, a Venirauto declarou que planejava produzir cerca de 25.000 veículos por ano, mas na realidade este número acabou não sendo atingido e isto se refletiu no relatório oficial preparado em 2016 pelo Ministério das Indústrias e intitulado "Memoria y Cuenta".
Ikco Tara, um carro de origem iraniana para ser montado na Venezuela.
No tal relatório são mencionados valores para o período 2011-2015, sendo que em 2011 a Venirauto se propôs a montar 16.000 carros e entregou apenas 3.733 (somente 23% do total), enquanto que em 2012 a meta era de fazer 8.390 carros e entregou apenas 3.595 (43%). Já em em 2013 teve como objetivo a produção de 7.596 veículos e terminou com 2.048 deles (27%); 2014 foi o pior ano: planejou 8.580 unidades e fez apenas 1.844 (21%), enquanto que em 2015 fechou com 1.947 carros entregues dos 5.725 planejados (34%).
O mesmo relatório destaca que no último ano do período de 2015, a fábrica da Venirauto operou apenas com 18% de sua capacidade instalada e que a produtividade da mão-de-obra por empregado entre 2011 e 2012 foi de oito veículos, enquanto que no período de 2013-2015 caiu para quatro. Em 2015, havia 471 funcionários: 271 trabalhadores e 200 funcionários administrativos. Vale lembrar que em 2012 a Venezuela aderiu ao Mercosul e este foi o panorama em relação a seus carros.
O projeto de "relançamento"
Nos últimos dias, o presidente venezuelano Nicolás Maduro ressaltou que pretende relançar a Venirauto com o objetivo de "permitir à população economizar dinheiro com veículos que consomem apenas 7 litros de combustível por 100 quilômetros [o que significa 14,29 km/litro] e que serão vendidos por entre 12 e 16 mil dólares".
De acordo com dados fornecidos pelo governo venezuelano, cerca de 20 concessionárias locais venderão os carros que serão montados na fábrica de Venirauto em Maracay, estado de Aragua.
Dena 1
No âmbito deste projeto, o Ministério dos Transportes abriu um registro de pré-venda através de um QR code para que os venezuelanos possam registrar e solicitar um veículo com créditos do banco nacional a taxas fixas e acessíveis: um total de 9.000 usuários se registraram, embora ainda não se saiba quantos acabarão tendo acesso ao veículo, dado o histórico de baixa produção de Venirauto.
Os veículos oferecidos
A marca Venirauto se concentrará em oferecer sedãs de origem iraniana montados no país: um deles é o Ikco Tara, que tem um motor de 1,6 litro que fornece 113 cv e 14,68 kgfm de torque, associado a uma transmissão de cinco marchas e agrega ainda freios com ABS, EBD e assistencia a frenagem de emergência.
O outro sedan é o Dena, que é movido por um motor EF7 com 113 cv e 15,81 kgfm de torque, acoplado a uma caixa manual de 6 velocidades e que conta com uma velocidade máxima de 189 km/h. Possui sistema de freios ABS e EBD.
Galeria: Venirauto
VEJA NO CANAL DO MOTOR1.COM NO YOUTUBE
RECOMENDADO PARA VOCÊ
VW chega a um acordo com o sindicato e não fechará fábricas na Alemanha
Senador dos EUA quer Jeep, Ram, Dodge e Chrysler fora da Stellantis
Lendário motor VR6 da VW é aposentado após 34 anos
Kia Sportage: a história da primeira geração do SUV sul-coreano
Novo Compass 2026: Stellantis confirma US$ 2,1 bilhões para produção
Chineses são maioria no primeiro turno da votação do World Car Awards 2025
Audi toma frente e é 1ª a fechar fábrica; VW é dúvida