Enquanto o mercado brasileiro ainda assiste à uma escalada nos preços dos carros novos, observamos maior dificuldade no acesso a financiamentos, que estão com juros mais altos. No mercado norte-americano, por outro lado, já existe ao menos uma perspectiva de que os valores estejam em trajetória de queda.
Uma reportagem da NBC dos EUA mostrou que alguns analistas já estão vendo sinais de estabilização que podem finalmente encerrar um ciclo de alta nos preços dos carros no mercado norte-americano. Citando um analista especializado no setor automotivo da Morgan Stanley, empresa de serviços financeiros, a reportagem diz que os clientes da financeira teriam sido informado sobre estes fatores.
"Para os clientes que se recusam a pagar valores acima dos anunciados pelas montadoras, a paciência está prestes a ter retorno", afirmou Adam Jones, o especialista da Morgan Stanley, para clientes. Os fatores para isso seriam uma diminuição na demanda por veículos 0km nos EUA, além de as montadoras de lá estarem com os maiores estoques de suprimentos dos últimos 17 meses.
De acordo com um estudo da J.D. Power, os preços de veículos novos permanecem perto de níveis recordes: em setembro, o tíquete médio de transação deve chegar a US$ 45.622 - recorde para o mês, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior e o quarto maior valor de qualquer mês já registrado. Agosto estabeleceu o recorde, com preços médios atingindo US$ 46.259, segundo o levantamento.
Só que há outra informação relevante na esfera da compra de um automóvel nos EUA que pode contrapor as quedas de preços. As taxas de juros para empréstimos com fins de compra de carros estão nos maiores níveis registrados nos últimos 15 anos, chegando a quase 6% em média. Para o Brasil é um número baixo. Nos EUA, é alarmante.
O resultado é que os compradores de baixa renda e com "score" baixo estão sendo eliminados do mercado, de acordo com a Cox Automotive. Enquanto os compradores de carros luxo, com maior poder aquisitivo e acesso a financiamentos mais garantidos, permanecerão.
Os cliente de menor renda estariam então relegados ao mercado de carros usados que, ao menos, também está dando sinais de quedas nos preços. Um levantamento da Kelley Blue Book nos EUA apontou a maior queda de preços de um mês para o outro já registrada desde o início da pandemia: 1%. Com isso, o valor médio de compra de um carro usado por lá caiu US$ 158 e chegou a US$ 28.061 em agosto.
De acordo com os especialistas citados pela reportagem da NBC, a situação para quem ainda quer comprar um carro 0km nos EUA, mas não tem recursos fartos, está ficando cada vez mais difícil. A solução por lá também pode ser aplicada por aqui: reduzir o prazo do financiamento e assumir parcelas maiores por um período menor, efetivamente baixando o valor total do contrato.
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