Uma promessa antiga da Nissan para o Brasil, o sistema híbrido e-Power finalmente volta a ser comentado oficialmente pela marca para o país. Desta vez, a tecnologia foi confirmada para 2023 na América do Sul, porém a fabricante não deu mais detalhes a respeito, muito menos disse qual será o primeiro carro eletrificado a ser vendido por aqui. Antes, a empresa sempre destacou que o Kicks teria uma versão e-Power adaptada para ser flex.
Desde 2017 que a Nissan fala sobre oferecer o Kicks e-Power no Brasil. O SUV compacto híbrido começou a ser testado no Brasil em 2019, fazendo as adaptações para que o motor fosse flex, de forma a enfrentar a Toyota, que usa um sistema híbrido flex no Corolla e Corolla Cross. Além disso, o uso do etanol fará com que emita menos CO2, tornando-se mais ecologicamente eficiente. Porém, sempre acabou sendo adiado, mesmo quando o Kicks foi reestilizado no Brasil.
O sistema e-Power é formado por dois motores, um a combustão e outro elétrico. O carro é movido somente pelo propulsor elétrico, enquanto a unidade a gasolina funciona como um gerador para as baterias. Assim, não é necessário ter um conjunto de baterias muito grande e não causa preocupações com a autonomia. Dependendo do carro, o motor a combustão pode ser um 1.2, como no caso do Kicks; ou um 1.5, como usado no X-Trail. Tanto o Kicks quanto o Sentra com esta tecnologia registram um consumo de até 25 km/litro.
Agora fazendo silêncio sobre qual será o carro, a Nissan abre espaço para especular sobre outras opções com o sistema híbrido. O sedã médio Sentra, que foi confirmado para 2023 no Brasil, também recebeu uma variante com esta mecânica, vendida na China. O modelo virá ao nosso mercado importado do México, para pagar menos impostos, e deve desembarcar com o 2.0 de 151 cv e 20,1 kgfm – o carro está em desenvolvimento há tempos.
Trazer o Sentra faria sentido? Sim, considerando que o Toyota Corolla tem a versão híbrida e o Civic voltará ao país no final do ano na variante eletrificada. Porém, caso o sedã esteja nos planos da empresa, será em um segundo momento, focando primeiro na variante 2.0 para tentar pegar os órfãos do Civic nacional. E ainda viria importado da China, pois o Sentra mexicano não recebeu a tecnologia.
O Kicks ainda é uma opção que faz sentido, pois a empresa sempre o destacou quando comentou que traria a tecnologia e-Power ao Brasil. Teria bons argumentos para atrair os clientes, pois será o único SUV compacto realmente híbrido no mercado nacional de uma marca generalista – a Caoa Chery vai lançar o Tiggo 5X Pro Hybrid, que na verdade é um híbrido-leve de 48V, que não é tão eficiente quanto um carro híbrido de fato e usa somente um gerador e um motor elétrico de pouca capacidade no lugar do alternador. Por outro lado, a não ser que a Nissan traga o e-Power importado e monte no carro nacional, acabaria vindo importado da Tailândia, a um preço mais alto.
A terceira possibilidade é a que faz mais sentido em questão de preço. Outra antiga promessa para o Brasil é o Nissan X-Trail, SUV médio rival do Jeep Compass. A quarta geração foi lançada em 2020 e ganhou uma versão e-Power este ano, para o Japão e a Europa. Como o utilitário já teria que vir importado de qualque forma, trazer a versão híbrida faria com que o preço ficasse mais acessível. Além disso, daria uma opção para os clientes do Kicks que procuram algo maior e mais refinado. Seria uma forma de enfrentar o Toyota RAV4, também híbrido, e o novo Honda CR-V Hybrid, que chegará no Brasil em 2023.
Oficialmente, a Nissan apenas confirma a chegada da tecnologia à América do Sul. “A chegada do e-POWER, uma tecnologia patenteada da Nissan, aos mercados da região é mais uma demonstração do compromisso da nossa marca de oferecer aos clientes o melhor de seu portfólio e de que continuamos impulsionando o caminho para a eletrificação”, afirma Ricardo Flammini, vice-presidente de Marketing, vendas e pós-venda da Nissan América do Sul.
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