O Fiat Argo é um dos poucos hatchbacks do Brasil a não contar com uma opção automática, depois que o motor 1.8 E.torQ saiu de linha – não atendia as normas de emissões do Proconve L7. Em outras ocasiões, executivos da marca já diziam que o compacto receberia o conjunto formado pelo motor 1.3 e um câmbio CVT, que estreou no Pulse. E esta mecânica chegou, só que para o Cronos, deixando o Argo 2023 a ver navios.
Em uma apresentação feita para a imprensa na última semana, o time de desenvolvimento da Stellantis explicou os motivos do Fiat Argo 2023 não ter recebido a transmissão CVT ao mesmo tempo que o Cronos. “Nossas pesquisas mostraram que o cliente no segmento de sedãs B exige uma transmissão CVT mais do que quem compra um hatch”, explica Bruno Amorim, gerente de marketing de produto para Argo e Cronos. “O cliente do Argo pode optar pelo Pulse se quiser um automático, porém o Cronos ainda não oferece uma alternativa.”
Levar para casa um Pulse ao invés do Argo é um pouco mais difícil do que parece. O hatchback custa R$ 84.890 na versão Trekking 1.3, enquanto o SUV compacto com a transmissão CVT é vendida por R$ 102.590. São R$ 17.700 de diferença, um valor considerável, porém faltam equipamentos no Argo que estão no Pulse, como controle de estabilidade, faróis de neblina e câmera de ré. Colocando todos os opcionais, o Argo sobe para R$ 96.798, reduzindo a diferença para R$ 5.792.
O próprio Cronos já vira uma opção para quem queria o Argo automático. A versão Drive 1.3 com o câmbio CVT custa R$ 88.190, R$ 3.330 mais do que o Argo Trekking. Mesmo o Cronos Precision, a opção topo de linha, é vendida por R$ 92.790, R$ 7.900 do que o hatchback antes de colocar os opcionais, com a vantagem de que o sedã já está completo. Tem ainda um agravante: esta versão do Cronos tem todos os equipamentos, enquanto o Argo Trekking precisa dos opcionais para ficar equivalente. Só que, ao colocar todos os pacotes no hatch, o preço fica R$ 4.008 acima do sedã.
E aí entra o segundo problema: disponibilidade. A transmissão CVT, fornecida pela Aisin, ainda chega em um lote limitado e precisa atender praticamente toda a linha do Fiat Pulse, para os motores 1.3 e 1.0 turbo; e para a Strada na versões Ranch e Volcano. O Pulse está em um segmento que os clientes demandam muito uma opção automática, enquanto a Strada usa o argumento de ser a única picape compacta automática do Brasil.
Isto significa que o Argo nunca terá uma versão automática? Não é bem assim. Oficialmente, a Fiat diz que está atenta ao mercado, fazendo ajustes de acordo com a demanda dos clientes e conforme tenha acesso a mais unidades do CVT. Porém, isto só deve acontecer em 2023, quando espera-se que a escassez de componentes comece a diminuir. Até lá, quem realmente quiser um carro da marca italiana sem pedal de embreagem, terá que optar pelo Pulse ou pelo Cronos.
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