Novo Dodge Hornet é SUV que pode ser o retorno da marca ao Brasil

Novo SUV acelera de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos na versão com motor 1.3 turbo híbrido plug-in de 285 cv

2023 Dodge Hornet GT 2023 Dodge Hornet GT

Faz algum tempo que a Dodge não tem grandes novidades no Brasil e no mundo. No mercado brasileiro sua última aparição foi quando ainda vendia o crossover familiar Journey, que tinha um design interessante, mas que acabou cansando pelo longo tempo de vendas (entre 2008 e 2020). Vale dizer que, apesar de não vender nenhum carro desde então, a Dodge não encerrou sua operação no Brasil e manteve seu suporte a clientes.

Desde que o Journey acabou saindo de linha, a Dodge passou a vender apenas três modelos nos Estados Unidos: Charger, Challenger e Durango, todos eles seguindo uma proposta mais esportiva com motor V8 Hellcat acima dos 700 cv. Porém, nenhum deles acabou sendo vendido no Brasil – mesmo que alguns deles venham via importação independente em volume até razoável. Desde o início de 2021 a marca norte-americana faz parte da Stellantis, o que quer dizer que o intercâmbio com outras marcas do grupo é realidade, e temos o primeiro exemplar: o Dodge Hornet, nada menos que um Alfa Romeo Tonale com a cara da montadora conhecida pelos V8.

Vamos ao que interessa: o novo Dodge Hornet quebra o estigma de que SUVs não são veículos com algum grau entusiasta. Prova disso é que a Dodge se gaba em dizer que o Hornet 2023 é o "veículo utilitário compacto mais rápido, veloz e mais potente por menos de 30.000 dólares". E é eletrificado, também.

Vamos fazer como o Dodge e começar falando da motorização porque há algumas questões interessantes. A Hornet GT básico também é aquele que a Dodge descreve nas aspas acima, vindo com um motor quatro cilindros 2.0 turbo atrelado a uma transmissão automática de nove marchas. Tem uma ampla potência de 265 cavalos e 40,79 kgfm de torque, o que é suficiente para chegar de 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos. Isso é tão rápido quanto um Mini Cooper S. E sim, seu preço começará abaixo dos 30.000 dólares, embora a Dodge não esteja compartilhando muita informação sobre preços além disso.

Talvez o mais avançado dos dois seja o Hornet R/T, que é apenas o segundo carro plug-in-híbrido a sair de Auburn Hills em uma década. O eixo dianteiro gira através de um motor 1.3 turbo (o mesmo usado pelo Renegade e Compass no Brasil), enquanto um motor elétrico de 90 quilowatts fica sobre o eixo traseiro. Entre os dois está uma bateria de 15,5 quilowatts-hora de lítio, que leva apenas 2,5 horas para ser recarregada através de um módulo de recarga de 7,4 quilowatts e que embala elétrons suficientes para rodar 35 milhas (56,3 quilômetros)  quando totalmente carregado.

O motor 1.3 turbo híbrido plug-in funciona através de uma transmissão automática de seis velocidades e apresenta um gerador de partida integrado para uma melhor resposta e baixo consumo. Estique as pernas no Hornet R/T e você encontrará uma aceleração de 0 a 100km/h feita em 6,1 segundos, graças ao motor combinado de 285 cv e 52,92 kgfm de torque. Mas você só terá essa aceleração total se usar o modo PowerShot.

A Dodge alega que o sistema, ativado ao puxar os paddle shifters atrás do volante e pisando no acelerador, produz uma potência extra no motor de 25 cv por até 15 segundos e fornece "torque imediato" (embora esse seja o tipo de característica de motores 100% elétricos, então é difícil saber o que exatamente a Dodge quis dizer por aqui). Acionado, o PowerShot reduz em um segundo a aceleração até os 100 km/h. Ambas as versões do SUV Hornet também têm sistema de vetorização dinâmica de torque, embora não esteja claro se é baseado no sistema de freios ou em algo mais avançado.

Oferecer potência a um veículo sem suspensão e freios compatíveis para apoiá-lo é tão 1968, então a Dodge também está equipando todos os Hornet R/Ts com amortecedores Koni FSD, uma suspensão totalmente independente em ambas as extremidades, além de um pacote de freios Brembo que inclui discos ventilados e pinças de quatro pistões na frente. As pinças pretas são padrão, embora esteja disponível o pacote Track para o R/T e GT que acrescenta uma pintura vermelha. E como o Hornet está intimamente relacionado ao Alfa Romeo Tonale, a Dodge reivindica a melhor rigidez da carroceria da categoria com excelente distribuição de peso.

A marca norte-americana também está repensando a experiência na cabine, oferecendo uma imensa tela de 22,6 polegadas na versão mais cara. Por ali há um painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas no lugar de mostradores analógicos, bem como uma central multimídia com tela de 10,3" com o sistema Uconnect 5. Tanto o Apple CarPlay quanto o Android Auto são de série e tem conectividade sem fio. Realmente, o Hornet prega os requisitos básicos de um moderno e bem sucedido sistema de multimídia - tem até mesmo temas diferentes para o cluster digital.

Embora a Dodge abra pedidos para o Hornet 2023, além da meta de US$ 30.000, a marca não liberou nenhuma informação sobre preços. Também ainda não informações em relação à economia de combustível para ambos os motores. Mas enquanto essas dúvidas ficam, o motor colocado no Dodge Hornet e seu desempenho parecem impressionantes. A Dodge passou muito tempo sem um SUV compacto, mas parece que pegar a receita do Alfa Romeo Tonale e aplicar para a marca deverá render bons frutos e mexer com um segmento tipicamente estável.

Com motor 1.3 turbo híbrido plug-in de 285 cv (praticamente a mesma receita do Jeep Compass 4Xe, que tem 240 cv), o novo Dodge Hornet pode ser sim uma boa aposta para o retorno da marca norte-americana no Brasil. Com visual mais agressivo e proposta mais urbana, ele tem tudo para marcar o caminho de volta da marca em terras tupiniquins, principalmente nessa no fase em que a Dodge aposentará os motores V8 para entrar de cabeça na eletrificação. Agora é aguardar. 


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