VW Voyage "bolinha" que não existiu adiantou as linhas do Bora anos depois
Depois de contar os bastidores do veto ao Voyage II, ex-designer da marca mostra mais conceitos do sedã
Há alguns dias, o ex-designer da Volkswagen Luiz Veiga contou um pouco dos bastidores que levaram ao fim prematuro do Voyage no meio da década de 1990. Um lobby interno fez com que o Brasil recebesse o Polo Classic argentino e o Voyage voltou ao mercado apenas quando a terceira geração do Gol (G5) foi apresentada.
Agora, Veiga postou em suas redes sociais mais duas imagens dos protótipos que teriam sido apresentados para a segunda geração do Voyage. Assim como o Gol "bolinha", o sedã foi pensado para receber linhas mais arredondadas e aerodinâmicas que, além de mais harmoniosas, eram mais modernas e alinhadas com o restante da linha da Volkswagen na Europa.
Na primeira imagem, que abre o texto, vemos duas propostas para a dianteira. Uma com o farol horizontal mais tradicional e outra com formas mais arredondadas e se sobrepondo à dianteira do carro. Na segunda, um dos conceitos para o então novo Voyage foi posto ao lado do Polo Classic para comparar as linhas.
Nesta segunda imagem, o Voyage de 4 portas aparece com uma placa escrito "AB-9 Notch", indicando ser um protótipo com abertura de porta-malas como em um hatch, mas mantendo a carroceria de 3 volumes. Outro detalhe interessante é que as linhas laterais deste Voyage quatro portas ficaram muito similares às do Bora, outro sedã que chegou ao mercado brasileiro anos depois.
O Voyage da geracao ll foi um projeto muito polêmico. (...) Depois de dispensar meu chefe, ele (Warkuss, nº 1 de Design na VW) pediu para que eu tocasse o projeto, já que eu estava morando na Alemanha naquela época. O modelo ficou ótimo porém o Chairman da época, Lopes, por ser contrariado, decidiu trazer o Polo Classic em seu lugar. Uma lástima para a VWB mas graças a este episódio, o Warkuss me mandou de volta ao Brasil para me tornar o Gerente de Design da VWB.
Ao optar pelo Polo Classic (que era uma versão da VW para o Seat Cordoba), a Volkswagen acabou trazendo da Argentina um modelo que acabou não agradando tanto à época e que acabava se posicionando em uma faixa superior de preço – substituindo numa tacada só o antigo Voyage, bem como o Logus e Pointer, esses dois últimos frutos da Auto Latina. Além disso, concorrentes de peso no segmento de sedãs compactos eram lançados na segunda metade da década de 1990, à exemplo do Chevrolet Corsa Sedan em 1995 e o Fiat Siena em 1997.
Nessa época os sedãs pequenos acumulavam bons números de vendas e a Volkswagen não tinha um representante, o que acabou mostrando que a decisão de não levar o Voyage “bolinha” para frente provavelmente tenha sido equivocada. O Polo Classic durou pouco: foi vendido de 1996 a 2002. Foi só no ano seguinte que a fabricante foi ter um representante de peso, o Polo Sedan, mas que chegava com proposta mais refinada (era o começo dos sedãs compactos premium) e preço mais alto em relação aos sedãs compactos da época.
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