A General Motors e a Honda divulgaram nesta terça-feira (5) que estão trabalhando em conjunto no desenvolvimento de uma nova família de veículos elétricos acessíveis. O ponto que mais chama a atenção é o compartilhamento da manufatura, além de plataforma e tecnologias, também na América do Sul. Será que veremos Chevrolet elétrico saindo de Sumaré? Ou Honda saindo de São Caetano do Sul?
De acordo com a GM e a Honda, os novos veículos 100% elétricos terão como base uma nova plataforma global e virão equipados com baterias Ultium no que ambas as empresas dizem ser de “geração ainda mais avançada”. Prevista para daqui a cinco anos, a produção será de larga escala global, com milhões de unidades desta nova família de elétricos, e inclui logicamente modelos com carroceria de SUV compacto, segmento que atualmente domina ano a ano as vendas no mundo com 13 milhões de unidades.
“A GM e a Honda vão compartilhar o que tem de melhor em termos de tecnologia, design e manufatura para oferecer uma linha atrativa e mais acessível de veículos elétricos em escala global, incluindo nossos principais mercados na América do Norte, América do Sul e China”, disse Mary Barra, presidente e CEO da General Motors.
“Este é um passo fundamental para o cumprimento do nosso compromisso de alcançar a neutralidade em carbono de nossos produtos e operações globais até 2040 e eliminar as emissões dos automóveis nos EUA até 2035. Trabalhando juntos, colocaremos pessoas ao redor do mundo a bordo de EVs mais rápido do que qualquer empresa alcançaria por conta própria.”
Como você pode ver na fala da presidente e CEO da GM Mary Barra, os carros elétricos mais acessíveis também chegarão na América do Sul, o que logicamente incluirá o Brasil na jogada justamente por ser o maior mercado da região. Dessa forma, é de se esperar que a eletrificação em terras tupiniquins ocorrerá de maneira mais acelerada, ao menos nas grandes metrópoles do país, onde já existe uma melhor estrutura para atender EVs.
Atualmente, a Honda só produz carros no Brasil em sua fábrica de Itirapina (SP), após transferir e encerrar a produção em Sumaré. Já a GM ainda produz carros em um volume maior no Brasil e Argentina, mas tem uma pequena montagem na Colômbia e no Equador. Assim, é possível que a parceria utilize o complexo da Honda em Sumaré (SP). Outra possibilidade seria usar a fábrica da GM em Rosário (Argentina), que atualmente só faz o Cruze e irá montar o Tracker para o mercado argentino.
Para a produção dos novos carros elétricos, que sobretudo deverão ser SUVs (embora outros tipos de carrocerias deverão ser feitas), tanto a montadora norte-americana quanto a japonesa vão compartilhar as estratégias de tecnologia, design e suprimento. Nessa nova parceria, estão previstos ainda a uniformização de componentes e processos que visa um padrão internacional de qualidade, bem como maior produtividade e otimização de custos.
“Nossa parceria com a Honda e o contínuo desenvolvimento da tecnologia Ultium são os alicerces desse projeto, utilizando nossa escala global para permitir reduções das bases de custos desta nova família de EVs para beneficiar milhares de consumidores”, disse Doug Parks, vice-presidente executivo de desenvolvimento global de produtos, compras e cadeia de suprimentos da GM.
“Nossos planos incluem um carro elétrico completamente inédito para a América do Norte posicionado abaixo do Chevrolet Equinox EV que ainda será lançado, aproveitando os 2 milhões de unidades de capacidade produtiva que a companhia planeja ter para fabricar EVs até o fim de 2025".
A fala de Parks antecipa que a marca apostará em um novo SUV abaixo do Equinox. Ainda não está claro se será um modelo realmente compacto, do porte do Tracker, ou de porte entre ambos. Esta posição é atualmente ocupada pelo Trailblazer norte-americano - que, no mercado global, é um monobloco ao invés de ser o SUV da picape S10. Isto faz ainda mais sentido para o Brasil, pois seria o rival ideal para encerar o Jeep Compass.
Para seguir com a redução de custos entre os veículos eletrificados, a GM e Honda vão ainda avaliar a questão de desenvolvimento em conjunto de novas gerações de baterias, que são ainda um dos componentes mais caros de um carro elétrico. A aposta em novas tecnologias de bateria visa também um melhor desempenho – leia-se melhor autonomia de carga.
A GM afirma que está trabalhando para acelerar a adoção de novas tecnologias, à exemplo das baterias em estado sólido e as de íon-lítio com silício. Novas alternativas de produção também estão sendo viabilizadas para serem aplicadas rapidamente para melhorar e atualizar os processos de fabricação de células de bateria. Por outro lado, a Honda está avançando com suas baterias sólidas, tecnologia que a montadora vê como elemento central dos futuros carros elétricos. Já em processos de demonstração no Japão pela empresa, a tecnologia deve seguir o caminho da produção em massa daqui a um tempo.
“A Honda está comprometida em alcançar sua neutralidade em carbono globalmente até 2050, o que exige a redução do custo dos veículos elétricos para tornar a posse dos EVs possível para o maior número de consumidores”, disse Toshihiro Mibe, presidente e CEO da Honda. “A Honda e a GM vão aproveitar esta colaboração tecnológica bem-sucedida para ajudar a alcançar uma expressiva expansão no comércio de veículos elétricos.”
“O progresso que tivemos com a GM desde que anunciamos a parceria no desenvolvimento de baterias para EVs em 2018, seguido do desenvolvimento conjunto de veículos elétricos como o Honda Prologue, tem demostrado uma relação de ganha-ganha que pode criar novo valor para nossos clientes”, disse Shinji Aoyama, diretor-executivo sênior da Honda. “Esta nova família de EVs mais acessíveis se baseará neste relacionamento, elevando nosso poder de desenvolvimento e produção de veículos compactos de alta qualidade.
Não é a primeira vez que a GM e a Honda se unem para o desenvolvimento de tecnologias para a indústria. Há quase uma década (2013) as empresas se juntaram para iniciar o desenvolvimento de um sistema de célula de combustível de última geração e de soluções para o armazenamento de hidrogênio.
Pulando para 2018, a Honda se uniu a GM para o desenvolvimento dos módulos de bateria para EVs do grupo norte-americano. Dois anos depois, as duas companhias tinham anunciado planos de projetar dois carros elétricos, o que incluiu o Honda Prologue (previsto para 2024) e o primeiro SUV da marca Acura.
As empresas ainda estão unidas no projeto do modelo Cruise Origin, que será um dos primeiros carros completamente autônomos pensados para o serviço de robô-táxi e entregas.
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