Primeiro contato: Ford Maverick conseguirá desbancar a Fiat Toro?
Conhecemos a nova picape que chega no 1º trimestre de 2022 apenas com motor 2.0 Ecoboost Turbo e tração AWD
A Ford Maverick já chegou no Brasil e o Motor1.com teve o primeiro contato com a novidade. Além dos atributos e equipamentos da versão que será vendida, provavelmente o que você quer saber é: será mesmo uma rival para Fiat Toro? A resposta é sim e não, mas vamos explicar direitinho.
Maverick: maior que a Toro, menor que a Ranger
Quando entramos no ambiente que a Ford preparou para conhecermos a nova Maverick, nos deparamos com 3 unidades, sendo uma delas recheada de acessórios. De cara dá para perceber que a picape da Ford tem mais porte "e cara de picape" por conta da sua forte inspiração na F-150, irmã maior e picape mais vendida dos Estados Unidos. Isso pode ser visto pela frente bem robusta com os grandes faróis em forma de C, grade bem destacada e capô elevado. Ela é meio quadradona, mas isso é legal para a proposta da picape.
A lateral é sóbria, com chapas planas quase sem vincos. O desenho da cabine também mantém o padrão quadrado e se integra bem com a caçamba. Na parte traseira, as lanternas são generosas e invadem um pouco a lateral. Na tampa traseira, o vinco acima do nome Maverick também é uma herança da irmã maior.
Para a Ford, a Maverick chega para ocupar um posicionamento inexistente entre a Toro e a Ranger. No entanto, as dimensões da picape da marca do oval azul estão mais próximas do modelo da Fiat do que sua picape maior. Em comprimento, a Maverick com seus 5.072 mm é 127 mm maior que a Toro, mas 282 mm menor que a Ranger, e praticamente empata em largura e altura. No entre-eixos há uma leve vantagem de 86 mm para a picape americana. Ou seja, para quem olha de tamanho e entre-eixos entenderá que a novidade da Ford é sim uma concorrente da Fiat.
Dimensões (mm) | Fiat Toro 2021 | Ford Maverick 2022 | Ford Ranger CD 2021 |
Comprimento | 4.945 | 5.072 | 5.354 |
Largura | 1.844 | 1.844 | 1.860 |
Altura | 1.733 | 1.744 | 1.821 |
Entre-eixos | 2.990 | 3.076 | 3.220 |
SUV com caçamba
A Ford usou todo o know-how que tem em construir picapes para criar a nova Maverick. É até difícil entender porque demorou tanto tempo para ter uma solução neste conceito, uma vez que antes mesmo da Toro, a marca já via nos Estados Unidos a Honda oferecer a Rideline com concepção de carroceria e proposta semelhante.
Segundo o time da marca que fez uma breve introdução ao modelo, a nova Maverick é um SUV com caçamba. Isso significa que todo o seu desenvolvimento foi pautado em entregar uma dirigibilidade muito mais refinada do que uma picape tradicional feita sobre chassi, principalmente para o uso urbano. Centro de gravidade mais baixo, suspensão que oferece mais estabilidade em estrada e mais conforto ao rodar.
Interior mais sofisticado
Se por fora é quase do mesmo tamanho, por dentro a coisa é bem diferente. Há mais espaço na Maverick do que na Toro, tanto para quem vai na frente quanto para os passageiros traseiros. Um dos pontos que deixa isso nítido é a largura do console central. É mais largo, totalmente inspirado nas picapes grandes do quem em SUVs.
O painel também é interessante, com o uso de materiais diferentes para compor o visual. Segue um padrão retilíneo, com boa montagem e texturas variadas. Não há material emborrachado, mas como disse, a textura transmite uma boa sensação de qualidade. Já o quadro de instrumentos é parecido com o do Bronco Sport, com uma tela digital ao centro e os mostradores analógicos para velocímetro e conta-giros.
Na parte central, a central multimídia retangular harmoniza com as linhas retas. Há um curioso porta-objetos ao lado, do tamanho de um Toddynho. Outro ponto que chama a atenção são os puxadores das portas, que trazem um formato fora do comum sem o tradicional vão para colocar a mão, ampliando o ângulo para usar.
Motor turbo é mais potente que a Toro, mas não terá diesel
O único conjunto mecânico prometido para o Brasil é formado pelo motor 2.0 EcoBoost turbo de quatro cilindros que entrega 253 cv a 5.500 rpm e 38,3 kgfm a 3.000 rpm, somente com gasolina. A transmissão automática é de 8 marchas e terá também a seleção de modos de condução, a exemplo do Bronco Sport, modelo com o qual compartilha plataforma.
Em outros mercados a Maverick possui versões híbridas, mas segundo a Ford, não estão nos planos para o mercado brasileiro. Este seria um dos grandes diferenciais da picape por aqui, uma vez que não há nenhum modelo de picape à venda no Brasil com algum nível de eletrificação.
E uma versão diesel? Também não. Para quem faz questão do motor turbodiesel, terá que ficar com a Fiat Toro ou subir o degrau para as picapes maiores. A falta desta opção será, na nossa visão, o calcanhar de Aquiles da nova Maverick. A Ford se justifica dizendo que a proposta do modelo é outro, com foco mais urbano, e por este motivo, seguindo a maioria dos concorrentes "SUVs".
Galeria: Ford Maverick 2023 (Brasil)
Maverick será posicionada em preço acima da Toro
No nosso primeiro contato, a Ford não detalhou especificações técnicas, nem lista de equipamentos de série e muito menos o preço. Com lançamento marcado para o 1º trimestre de 2022, mais equipada e se posicionando acima da Toro, a expectativa é a de que a Maverick seja mais cara que a picape da Fiat - mesmo sem oferecer o turbodiesel. Em contrapartida entregará um nível de construção, acabamento, espaço e conjunto mecânico bem superior ao da Toro. Nossa aposta é de tenha valores semelhantes ao do Bronco Sport, modelo que hoje custa R$ 272.650.
Ok, você deve estar pensando que isso é preço de Ranger, não é? Pois é, a Ford não comentou nenhuma faixa de preço, mas quando questionamos sobre esta possibilidade, o entendimento foi de que o valor da Maverick pode oscilar entre as versões de entrada e intermediária da irmã maior. No entanto, estamos falando da atual Ranger, enquanto a nova geração será revelada muito em breve e subirá a sua faixa de preços também.
Maverick será líder de vendas?
Muitas pessoas colocam a liderança de vendas como resultado de uma rivalidade. No caso da Fiat Toro contra a Ford Maverick não será assim. Embora posicionada acima, mesmo que seja um sucesso absoluto, a Maverick chegará importada do México e em volume muito inferior ao que a Fiat consegue produzir no Brasil. Além disso, ainda há a questão da confiança do consumidor brasileiro que precisa ser reconquistada após a Ford fechar as fábricas no país.
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