Em novembro de 2019, a Volkswagen começou o caminho pela eletrificação da sua linha de automóveis no Brasil. Com o Golf GTE, identificou pontos importantes e até entrou em um consórcio com Audi, Porsche e outras marcas por pontos de recargas espalhados pelo país. Um novo passo será dado em 2022, com os ID.3 e ID.4.
Por enquanto, a Volkswagen trouxe poucas unidades da Alemanha para avaliação de mercado e público. Tivemos um rápido contato com o ID.3 e ID.4 estáticos, mas já conseguimos ver onde cada um deles pode se posicionar entre os carros 100% elétricos já disponíveis em nosso mercado. Ainda não há preços ou uma data de lançamento - ou uma confirmação concreta se isso acontecerá.
O ID.3 não é exatamente uma novidade ao menos para mim. Já o conheci durante o Salão de Frankfurt de 2019, quando foi apresentado ao mundo. O reencontro no Brasil acontece anos depois, mas o compacto elétrico tem uma chance maior agora do que naquela época - onde o próprio presidente da marca no Brasil, Pablo Di Si, disse que o hatch não tinha muitas chances de ser vendido no país.
O motivo era sua altura do solo. Em uma região com o asfalto bem pior que na Europa, o ID.3 teria problemas por sua altura mais baixa, porém marcas como a Mini, Fiat, Renault e Chevrolet apresentaram compactos elétricos para nosso mercado e foram bem aceitos. Isso pode ter mudado a visão da Volkswagen sobre o ID.3.
Primeiro modelo da marca a utilizar a plataforma MEB, desenvolvida exclusivamente para os elétricos, o ID.3 tem um porte de hatch médio, com 4,26 m de comprimento. Por não ter motor a combustão ou sistema de escape, os balanços dianteiro e traseiro, o entre-eixos é de 2,77 m e permite um bom aproveitamento do espaço interno. As baterias, aqui com 58 kWh, estão no assoalho do ID.3, dando uma autonomia de 426 km pelo WLTP, padrão europeu.
O motor de 150 kW (204 cv) e 31,6 kgfm de torque está no eixo traseiro, enquanto boa parte dos compactos utiliza no dianteiro. As rodas de 20" preenchem as caixas de rodas e o visual, bem limpo, segue a filosofia da Volkswagen. LEDs estão na dianteira, inclusive ligando os faróis, e no interior, que segue o mesmo padrão, com duas telas e botões capacitivos. A filosofia do "menos é mais" foi bem levada a sério.
Quando (e se) lançado, o ID.3 deve se posicionar na turma de Fiat 500e, Renault Zoe, Chevrolet Bolt, Peugeot e-208 e Mini Cooper SE. Se observarmos essa turma, podemos esperar um preço entre R$ 250 mil a mais de R$ 300 mil, dependendo do pacote e versão que a Volkswagen decidirá importar. Mas a aposta mais séria está no ID.4...
Como na época do Salão de Frankfurt, Pablo Di Si afirmou que o SUV, que na ocasião ainda seria apresentado, tinha mais chances de ganhar as ruas do Brasil. Mais alto, o que depois foi mostrado como ID.4 se encaixa melhor tanto no momento do mercado quanto no piso da região. E mesmo observando o mercado de elétricos, o SUV é a melhor opção para a Volkswagen e compradores.
O ID.4 é fruto da mesma plataforma. Tem o mesmo motor elétrico no eixo traseiro, mas baterias de 77 kWh. O entre-eixos é o mesmo, mas o comprimento de 4,58 m aumentam o espaço no porta-malas, com 543 litros. Por dentro, a mesma filosofia do ID.3, mas com multimídia de 12" (ante as 10" do hatch) e melhor aproveitamento para o uso familiar.
No mercado, o VW ID.4 está de olho no Volvo XC40 elétrico e na Audi, que tem um bom números de vendas com o e-tron e prepara a chegada do Q4 e-tron Sportback, com o mesmo porte. Mesmo mais caros, os SUVs vendem mais que os compactos no segmento de elétricos, revelando que os clientes estão dispostos a pagar mais pela tecnologia - podemos prever cerca de R$ 400 mil pelo ID.4, a depender do que vemos com o Volvo XC40.
A Volkswagen fará diversas clinicas com clientes, apresentando ID.3 e ID.4. Mas podemos acreditar que a venda de ambos começará em 2022, aproveitando o momento dos carros elétricos no Brasil, cada vez mais presentes. E, dentro do grupo, Porsche e Audi já mostram bons resultados com Taycan, e-tron e RS e-tron, além de futuros lançamentos.
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