Novo Peugeot 308 2022: já dirigimos todas as versões
A Stellantis tem um excelente hatch médio que pode voltar ao Brasil importado e eletrificado
O Peugeot 308 tem uma história no Brasil. Foi vendido de 2012 a 2019 e a geração seguinte chegou a ser testada, mas ficou apenas nas poucas unidades de homologação e na decadência do segmento. Enquanto por aqui o hatch médio sumiu, na Europa é um dos mais importantes da marca e acabou de ser apresentado em sua terceira geração. Chance para o Brasil? Em versões eletrificadas sim, e por isso, trazemos as primeiras impressões do modelo.
Para se manter no topo do mercado europeu, a Peugeot investiu no pacote completo. Novo logotipo, novo design, tecnologias avançadas, gama de motores, tudo para se posicionar diante de concorrentes de marcas premium, como o BMW Série 1 e Mercedes-Benz Classe A. Sim, o novo Peugeot 308 é bastante ambicioso. Para o conhecer melhor, andamos nas carrocerias hatchback e station wagon na França e em motorizações que deverão ser a mais procuradas.
O centro das atenções
Já conhecemos o design da nova geração do Peugeot 308. Para esta apresentação, a marca separou unidades com diversas cores, versões e até configurações de rodas. A versão GT nos chama bastante atenção, mas as demais inferiores não ficam devendo neste quesito, mesmo sem as rodas de 18".
No geral, o hatch de 4,36 m de comprimento cresceu 10 cm, sendo 5,5 cm no entre-eixos, e melhora a dinâmica. Mas a perua é a mais atraente da linha, com 6 cm a mais no comprimento e 2 cm a menos na altura.
Muita tecnologia
O novo Peugeot 308 melhorou bastante a sua qualidade percebida, além de ter diversos espaços para objetos, boa ergonomia e um entre-eixos revisto para beneficiar o espaço interno. Há o famoso i-Cockpit voltado ao motorista e muitos pontos positivos neste novo Peugeot. E não podemos esquecer as telas de painel de instrumentos e a multimídia com 10" e botões de atalhos, digitais. O Peugeot 308 deu um salto em tecnologias, para melhor e pior.
A parte boa: adoramos estes botões digitais logo abaixo da tela multimídia, permitindo acessar algumas funções personalizáveis, como de temperatura ideal do interior ou uma estação de rádio favorita. É bonito e, acima de tudo, inédito, principalmente que configurar estas teclas é algo muito fácil.
Ao mesmo tempo, não é possível colocar tudo em atalhos. Por exemplo, não podemos configurar algo para desligar o assistente de faixas. Para fazer isso, é preciso percorrer a barra de botões físicos abaixo, que tem alguns menus como ar-condicionado, assistentes de condução e outras funções.
A questão é se muitos compradores não ficarão "assustados" com tanta tecnologia. Claro, não é necessário mexer nos diversos menus ou ver todas as possibilidade de customização que o 308 oferece para o dirigir ou acessar algumas informações principais, mas a Peugeot realmente partiu da premissa que todos possuem um smartphone - ou sabem usá-lo.
Aliás, personalização é a palavra central do sistema do novo Peugeot 308. Muitos ficarão impressionados e passando um bom tempo escolhendo seus menus, mas o excesso também pode ser assustador e, no fundo, quantos compradores passarão muito tempo fazendo isso? Talvez uma minoria...
Uma referência em dinâmica
A bordo do novo Peugeot 308, somos recebidos pelos belos bancos que lembram os do irmão maior, o 508. Confortáveis, envolventes e com diversos ajustes, garantem uma excelente posição de dirigir. Mas nem tudo são flores. Uma crítica antiga dos modelos com o i-Cockpit, a parte superior do volante pode esconder a tela de instrumentos. No nosso caso, escondeu a parte inferior. Nada muito sério, mas é algo que acontece até nos SUVs da marca e depende da posição de cada um.
Ainda na parte dos instrumentos, o efeito 3D é impressionante - o conhecemos do 208 brasileiro. Em uma análise mais profunda, descobrimos que isso serviu para facilitar a leitura de informações e com muita personalização disponível. Em versões que possuem este painel, é possível desativar o sistema 3D pela tela central e deixar no clássico 2D.
Indo além das considerações sobre este mundo digital do novo Peugeot 308, ele nos empolgou. A cada lançamento, a Peugeot está aprimorando sua reputação como um excelente fabricante de plataformas. E a EMP2, aqui chamada de V3, é a mesma do DS 4 e do novo Opel Astra faz com que hatch médio francês seja muito agradável de dirigir.
Se já era bom no anterior, este novo 308 não assusta e é sempre fácil de domar. Preciso, nunca complicado, com uma dianteira comunicativa e direção direta, suspensão confortável...nunca falha.
Opção para todos: gasolina e híbrido plug-in
Na hora de escolher os motores, optamos pelos que serão mais populares na Europa. Começamos pelo 1.2 turbo PureTech de 130 cv, com 3 cilindros e aqui ligado a um câmbio automático de 8 marchas (de série, tem o manual de 6 marchas). Ele já está no atual 308, com muitas qualidades, boa faixa de torque de 23,5 kgfm disponível a 1.750 rpm...não seríamos contra um pouco mais de potência, mas vai bem.
Em ruídos, o isolamento acústico é muito bom. Por outro lado o PureTech 130 não se entende bem com o sistema start/stop, que faz o carro vibrar e dá alguns trancos ao religar. É irritante, mas ao menos é possível o desligar. Em consumo, em um trajeto misto por Nice e onde aceleramos em algumas situações, o consumo indicado foi de 13,9 km/litro.
Sobre o 308 Hybrid 180, que testamos em uma bela perua, o consumo foi obviamente melhor no mesmo trajeto: 45,4 km/litro. A bateria estava cheia e, em modo totalmente elétrico, pode rodar cerca de 60 km. A transição entre o elétrico e combustão é bem suave - o motor a combustão tem 4 cilindros e 150 cv. Apesar do peso maior pelas baterias, que também tiram um pouco do porta-malas, ele ainda anda muito bem: chega aos 100 km/h em 7,7 segundos.
Conclusão
O Peugeot 308 já é um campeão de vendas entre os hatches na Europa. E há uma boa chance dessa nova geração acentuar isso. Melhor dinâmica, interior bem acabado, muita tecnologia (talvez um pouco demais...), boa direção e motores que funcionam bem. Quase perfeito. Mesmo assim, esta nova geração ainda aproveita para subir no mercado, mas se mantendo competitivo na comparação com os alemães.
Brasil? Bom, se a Peugeot se animar a importar a versão híbrida como uma opção no mercado, faria sucesso pelo visual e tecnologias embarcadas. Recentemente um executivo da marca confidenciou que a marca terá uma ofensiva de modelos eletrificados nos próximos anos. Agora só resta torcer um pouco para isso acontecer.
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