Sem ter muito sucesso no mercado europeu, a Nissan Frontier (chamada de Navara por lá) vai deixar de ser produzida na fábrica da marca em Barcelona, na Espanha, no final deste ano. Segundo a fabricante japonesa, a justificativa é o mercado de picapes, que cada vez perde mais espaço no velho continente onde a participação deste segmento representa apenas 6,8% entre os veículos comerciais leves.
As informações são do site Automotive News Europe, que recebeu um e-mail da marca decretando o fim da picape com o fechamento da fábrica de Barcelona. "A produção da atual geração do Nissan Navara para o mercado europeu terminará quando nossa fábrica em Barcelona for fechada em dezembro de 2021, com as vendas se encerrando no decorrer de 2022". E a montadora justificou a medida: "Isso reflete o declínio do segmento de picapes na Europa e a mudança que muitos consumidores estão tendo ao migrar das picapes para a nossa linha de vans modernas e eficientes."
Segundo a publicação, a Nissan Frontier foi a responsável por transformar o mercado de picapes na Europa em 2005. Naquela geração (a décima primeira), a Frontier quebrou o estigma de que picapes eram apenas veículos de trabalho e desconfortáveis, pois ela tinha uma cabine mais espaçosa, incluindo ainda versões com cabine dupla com cinco lugares que podiam ser usados como carro familiar para viagens nos fins de semana.
Antes da Frontier chegar em 2005, o segmento de picapes no mercado europeu era dominado em sua média por modelos com pouco espaço interno, desconfortáveis e com motores diesel barulhentos. Quando a picape da Nissan chegou, ela se destacou por trazer recursos como navegador GPS, ar-condicionado e bancos de couro nas versões topo de linha - equipamentos normalmente vistos apenas em modelos de luxo na época. Nessa geração ela era produzida sobre o mesmo chassi do utilitário Pathfinder. Com todo esse apelo, a Frontier foi um sucesso e normalmente rivalizava nas vendas com a Mitsubishi L200 na Europa.
Vale lembrar que a Nissan teve a opção de importar a Frontier para a Europa de sua fábrica da Tailândia (que exportava a picape para diversos mercados, como a Austrália), antes de decidir produzi-la na planta de Barcelona. Aliás, o braço europeu da Nissan já havia decidido não importar a Frontier 2021 reestilizada feita na Tailândia, essa apresentada em novembro do ano passado.
Lançada em 2014 no velho continente, a atual geração da Frontier contava com as mesmas qualidades de sua antecessora, que fez sucesso por lá. A diferença é que a 12ª geração da picape foi feita em parceria com a Renault e Mercedes-Benz, o que resultou em 2017 na Renault Alaskan e Mercedes Classe X – ambas feitas com base na Frontier. A parceria ajudaria em sua escala de produção na fábrica de Barcelona, mas o tempo passou e as três picapes tiveram seu esperado sucesso frustrado por baixas vendas nas concessionárias.
Por fim, o aumento para o mercado de picapes na Europa previsto pela Nissan não se traduziu em vendas, fazendo as picapes Frontier, Alaskan e Classe X encalharem nas lojas e ficarem bastante atrás da concorrência. Hoje, a Ford é líder do segmento com bons números de vendas na Europa com a Ranger, enquanto a Toyota é vice com a Hilux.
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Fonte: Automotive News Europe
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