Com a conclusão do ciclo de investimentos no Brasil atrasado por causa da pandemia, a Volkswagen prepara um novo aporte no país. A informação foi confirmada por Pablo Di Si, CEO da Volkswagen para a América do Sul, em entrevista para a agência Reuters. No entanto, o executivo manteve sigilo sobre o valor e como este dinheiro será usado. Como detalhado em apresentações anteriores, é provável que seja para as novas gerações de Gol e Voyage.
"Nós definimos [o investimento] e já paramos a produção da nossa fábrica em Taubaté para preparar a nova plataforma", declarou Di Si na entrevista. O complexo paulista está sendo adaptado para poder produzir carros com a plataforma MQB-A0 e será o responsável pelo inédito Polo Track, versão de entrada do hatch que manterá o design atual e é esperado para o final do ano. "O investimento vai reforçar nosso portfólio de produtos como uma das marcas mais importantes em termos de participação de mercado", complementa o executivo.
O novo investimento dará continuidade ao ciclo anterior, de R$ 7 bilhões, que deveria ter sido encerrado em 2020. No entanto, alguns produtos acabaram atrasando, principalmente com a pandemia – a nova geração do Gol, conhecida como A00, estava entre eles. O comandante da marca no Brasil não quis falar qual é o novo montante, pois o CEO global da Volkswagen, Ralf Brandstätter, virá ao país para fazer o anúncio até o fim deste ano, embora a data ainda não tenha sido definida por conta da pandemia.
Tudo indica que o investimento será utilizado para a produção dos novos Gol e Voyage. Além de já ter sido antecipado por meio de uma apresentação oficial da Volkswagen, Di Si sempre comentou sobre o peso do nome “Gol” para o mercado brasileiro e que a fabricante não iria desistir deste modelo. Na linha atual da Volkswagen, somente Gol, Voyage, Saveiro e Fox não foram renovados – este último deve sair de linha este ano, substituído pelo Polo Track.
Mesmo que o mercado esteja se afastando dos carros de entrada, o executivo argentino ainda vê espaço para eles nas concessionárias, mesmo que cada vez mais fabricantes estejam investindo em modelos mais caros como SUVs, por ter uma margem de lucro maior. “É uma tendência que só vai se acelerar. Não é que o segmento de entrada vá desaparecer, mas podemos ver como o segmento está se tornando drasticamente menor.”
Outro veículo que pode fazer parte do novo ciclo de investimentos é a picape Tarok, posicionada abaixo da Amarok. O modelo teve uma grande aceitação e entraria em um segmento que está crescendo bastante, enfrentando a Fiat Toro. Em uma live com Motor1.com, Di Si afirmou que a fabricante teve que adiar alguns projetos e, talvez até cancelar, mas não escondeu a Tarok era um modelo que seguia nos planos da empresa.
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Fonte: Reuters
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