O mercado brasileiro teve pouco contato com as motos indianas. Sem contar as motos da Royal Enfield e a Dafra Apache RTR, montada sob licença da TVS, foram poucos os modelos que chegaram ao nosso país. Mas isso deve mudar em breve. Em outubro do ano passado, a Bajaj anunciou na Índia que tem planos de se expandir globalmente e isso incluirá o Brasil.
Além de uma das maiores fabricantes da Índia, a marca também é a maior exportadora daquele país. Cerca de 15% de tudo que Bajaj vende para fora tem como destino países da América Latina, como Argentina, Colômbia e Equador. Mas a intenção da empresa não é apenas vender motos por aqui, devendo construir uma fábrica em Manaus (AM), com potencial para exportar para outros mercados da região.
Mais do que apenas anunciar planos hipotéticos, a Bajaj já tomou algumas atitudes de fato. A primeira delas foi confirmar a contratação Waldyr Ferreira como chefe das operações por aqui. O executivo atuou como diretor da Harley-Davidson do Brasil até julho do ano passado. O modelo de negócios da Bajaj por aqui deverá ser completo. Além da fábrica, deverá contar ainda com logística e estoques de peças localizadas.
Ter uma nova competidora em nosso mercado, dominado por Honda e Yamaha há anos, é sempre uma boa notícia. Mas o mais interessante é que a Bajaj possui um portfólio focado em modelos de entrada, com motos de baixa cilindrada principalmente. Os modelos mais vendidos da empresa na Índia têm motores entre 100 cm³ e 400 cm³. Assim, ela poderia trazer motos mais acessíveis para os consumidores brasileiros.
Bajaj CT100: a moto mais barata da Índia
Interessante notar que a Bajaj não tem somente algumas das motos mais acessíveis da Índia. É dela a moto a combustão mais barata de lá. Trata-se da pequena CT100, modelo que custa 49.152 rúpias, ou cerca de R$ 3,54 mil na conversão direta. Claro que se trata de uma moto simples, mas comparado o valor convertido com a moto mais barata do Brasil, a diferença é bem grande. A moto convencional mais acessível em nosso mercado entre as grandes montadoras é a Honda Pop 110i, que não sai por menos de R$ 6.980.
Sua lista de equipamentos de série é bem enxuta. O velocímetro é analógico e a instrumentação se resume apenas às luzes espia no painel. As rodas são de liga leve de 17 polegadas, mas os pneus têm câmara. Os dois freios da moto são a tambor e a partida é a pedal. Partida elétrica é opcional. No entanto, tem itens apreciados pelos indianos, como protetor de motor e de chassi, além de uma capa para a corrente.
Mecanicamente a CT100 tem um motor monocilíndrico de 102 cm³ com arrefecimento a ar, mas já é alimentado por injeção eletrônica. Com comando simples de válvulas no cabeçote, entrega apenas 7,9 cv de potência e 0,83 kgfm de torque. O câmbio tem quatro velocidades, com engates para baixo, como na Honda Biz, por exemplo. A Bajaj diz que a velocidade máxima da CT 100 é de 90 km/h. Seu visual lembra bastante modelos que já foram oferecidos por aqui, como a Dafra Super 100 e a Sundown Hunter 90.
Bajaj Pulsar 180: alternativa à CG
A Honda CG 160 é a moto mais vendida do Brasil por uma ampla vantagem. Mas não é exatamente barata: R$ 10.020 na versão Start com rodas raiadas e freio a tambor na dianteira. Na Índia, a Bajaj também já possui uma alternativa mais barata, completa e com motor um pouco maior, a Pulsar 180.
A linha Pulsar tem diversas opções de motores e modelos, mas a 180 é a que mais se aproxima da proposta de nossa CG. Por lá, ela custa 107.904 rúpias, ou menos de R$ 8 mil na conversão direta da moeda. Por esse valor, ela já traz uma lista bem mais completa de itens de série, incluindo farol carenado, rodas de liga leve, lanterna de LED e freios ABS com discos nas duas rodas. O motor é um monocilíndrico de 178,6 cm³ com 17 cv de potência e 1,45 kgfm de torque aliado a um câmbio de 5 marchas.
Chetak: Bajaj já tem opções elétricas
Além das motos convencionais, a Bajaj também está crescendo a sua linha de motos elétricas. Em março, a empresa lançou na Índia o scooter Chetak, modelo que tem preços partindo de 142.620, ou cerca de R$ 10,4 mil. Ela traz um motor elétrico de 3,8 kW (cerca de 5,5 cv) e baterias de 3 kWh de capacidade.
Com esse conjunto, Bajaj afirma que o Chetak tem uma autonomia de até 95 km, com velocidade máxima de 70 km/h. Entre os principais itens de sua lista de equipamentos de série, o scooter elétrico indiano já oferece iluminação completa por lâmpadas de LED, painel de instrumentos digital e conectividade via Bluetooth.
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