Alvo de diversas reclamações e protestos, tanto das concessionárias como da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o governo do estado de São Paulo prepara mais um reajuste para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). A partir do dia 1º de abril, a alíquota para carros novos subirá novamente, dos 13,3% cobrados hoje para 14,5% - a tarifa era de 12% antes do primeiro aumento.
Embora possa parecer um aumento pequeno ao passar de 13,3% para 14,5%, o reajuste anterior do ICMS gerou uma diferença enorme nos preços finais, fazendo com que alguns carros 0km vendidos em São Paulo possam custar até R$ 2,9 mil mais do que em outros estados. Por exemplo, o Jeep Renegade STD é vendido por R$ 84.590 em todo o Brasil, mas pula para R$ 86.039 no estado paulista, uma diferença de R$ 1.449. A versão topo de linha Trailhawk sobe dos R$ 171.190 normais para R$ 174.161, R$ 2.971 a mais.
Considerando que o novo reajuste do ICMS é bem próximo ao que foi aplicado em janeiro (1,2% contra o 1,3% anterior), a tendência é ver a diferença no preço final subir ainda mais a partir de abril. Recentemente, a Anfavea demonstrou como o preço final de um carro tem 44% de impostos ao somar todas as tarifas, diferença que subirá ainda mais com a nova alíquota do ICMS em São Paulo. No exemplo dado, um veículo 0km vendido em SP por R$ 100 mil pagava R$ 13.300 de ICMS. Com a nova alíquota de 14,5%, o imposto pago será de R$ 14.200.
Na época do primeiro reajuste, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), associação das concessionárias , divulgou uma nota de repúdio, afirmando que o aumento do ICMS “vai custar ao Estado de São Paulo milhares de postos de trabalho, falências de empresas e aumento de preços ao consumidor, além de promover queda na arrecadação, podendo causar danos irreversíveis ao setor e à economia paulista”.
Por outro lado, o governo irá reduzir o ICMS dos carros usados a partir de 1º de abril para 3,9%. O valor cobrado havia passado de 1,8% para 5,3% no decreto anterior. Mesmo com a redução, o preço do carro usado nas revendas não deve reduzir por ele estar ligado diretamente ao preço cobrado pelo 0 km. Com a queda na venda dos carros novos como reflexo dos preços mais altos, os usados acabam valorizando ainda mais pela demanda e dificuldade para abastecer os estoques.
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