A escassez de semicondutores, componente elétrico utilizado na fabricação de carros, pode levar a indústria automotiva a um enorme prejuízo no mundo todo. Já foi interrompida a produção de de 933 mil veículos ao redor do mundo, segundo um monitoramento realizado pela consultoria Auto Forecast Solution (AFS), dos Estados Unidos.
No início de março, a AFS estimou que 882 mil veículos não seriam fabricados por conta da ausência do componente. Entretanto, com a alta nas suspensões, o número passou a ser 933 mil, crescendo 13,5%. Pode-se afirmar que a grande frustração para a indústria é considerar que esses volumes não poderão ser recuperados, causando quebra nos planos de recuperação na economia global e na demanda de automóveis.
Segundo o Automotive Business, boa parte dos analistas avalia que o problema deve piorar até o fim deste semestre, e não deve ser resolvido até o final do ano. No Brasil, onde os semicondutores são 100% importados, a paralisação já prejudicou a produção em diversas fábricas. A General Motors de Gravataí (RS), por exemplo, está parada em férias coletivas desde o início de março, e deve voltar a operar em abril com pelo menos metade dos seus empregados afastados, funcionando em apenas um turno.
A fábrica gaúcha é responsável por mais de 20 mil unidades por mês da linha Onix (hatch e sedã), modelo que é líder geral de vendas no país e ocupou a segunda posição em emplacamentos na primeira quinzena de março.
Outra grande fábrica que vem sendo prejudicada e produzindo abaixo da demanda é o Polo Automotivo Fiat de Betim (MG), da Stellantis, que também interrompeu um dos dois turnos de trabalho durante este mês. A pausa ocorre juntamente ao crescimento da fila de espera de compradores da nova picape Strada, lançada no mês passado e que se tornou o carro mais vendido até agora no mês de março.
A cada semana são anunciadas novas paralisações, e a projeção é de que pelo menos 1,76 milhão de unidades deixarão de ser produzidas ainda em 2021 caso o fornecimento do material não seja restabelecido. Na América do Sul, onde o Brasil concentra 80% da produção, a consultoria projeta uma perda de 80 mil veículos para o ano todo.
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