Depois do Golf GTI, agora o mercado brasileiro se despede de outro esportivo que fez história nos últimos anos. O Honda Civic Si deixa de ser importado e o segmento de esportivos (à exceção do Renault Sandero R.S.) fica reservado apenas a modelos como Chevrolet Camaro, Ford Mustang, Audi TT e brinquedos mais caros.
Curiosamente, a Honda chegou a apresentar recentemente o Civic Si 2020, com mudanças visuais e uma relação de câmbio mais curta para melhorar as respostas, acelerações e retomadas. Trata-se da primeira geração com motor turbo, o 1.5 com injeção direta de gasolina, que entrega 208 cv e 26,5 kgfm de torque, porém mantendo o câmbio manual de 6 marchas com engates curtos e bem precisos, uma característica do esportivo desde seu nascimento.
Sua história começa no Brasil em 2007. A 8ª geração do Civic foi uma mudança de ares para o sedã e ficou marcada como uma das mais revolucionárias. No ano seguinte, era apresentado o Civic Si, produzido em Sumaré e que se diferenciava principalmente pelo motor 2.0 aspirado (K20Z3) com 192 cv de potência a 7.800 rpm e 19,2 kgfm de torque a 6.100 rpm, com limitador a 8.400 rpm. Era algo revolucionário na época e veio de olho no VW Golf GTI que, com 180 cv, ganhou até modificações para chegar aos 193 cv quando abastecido com gasolina de alta octanagem para ficar mais potente que o Honda.
A suspensão mantinha a mesma altura das demais versões, mas foi bastante enrijecida nas molas, amortecedores e barras estabilizadoras, para dar ao sedã a tocada de um legítimo esportivo. O sistema de freios também foi recalibrado, assim como a caixa de direção, que já era esperta no Civic comum e ficou ainda mais direta. Diferenças visuais apareciam no exterior, com aerofólio e rodas de 17", e no interior com detalhes vermelhos e bancos mais esportivos em suede. Em 2009, foi reestilizado e ficou em linha até 2011.
Em 2015, o Civic Si voltava ao Brasil, desta vez importado do Canadá. Em carroceria cupê, trocava o motor 2.0 aspirado pelo 2.4 aspirado (K24), agora com 206 cv e 23,9 kgfm de torque, números que melhoraram as respostas principalmente em baixas rotações. Com a carroceria de 2 portas, reforçou a alma de esportivo e manteve diversas características intocadas, como o câmbio manual de 6 marchas e o interior diferente das demais versões.
Curiosamente, esta versão do Civic Si foi bem mais limitada que o sedã. Grupos do modelo falam em cerca de 100 unidades importadas, o que o torna uma peça bem rara de ser vista pelas ruas e bastante valorizado no mercado de usados.
Em 2018 a Honda apresentou o novo Civic Si, agora com o motor 1.5 turbo e sobre uma nova plataforma. Ainda importado, continuou sendo uma peça rara no mercado e enfrentou mais uma vez o Golf GTI, agora na geração MK7 com 220 cv (chegou a 230 cv na reestilização), desta vez sendo a única opção com câmbio manual entre os dois. Diferenciava-se também por uma suspensão com amortecedores adaptativos e modo de condução Sport, que mudava as repostas da suspensão, direção e motor.
O cupê atual sai de linha em 2021 e deixa uma dúvida no mercado brasileiro. A Honda ainda não disse se continuará a produzir o Civic no Brasil na 11ª geração. Será que o Si voltará a aparecer por aqui?
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