Com o dólar acima dos R$ 5,00, as marcas importadoras pedem que o governo federal reduza o Imposto de Importação dos 35% atuais para 20%. Não só o pedido foi ignorado como a CNN Brasil revela que o Ministério da Economia prepara uma proposta para elevar a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros de luxo e o retirar do isenções do setor petroquímico.
De acordo com a CNN, o presidente Jair Bolsonaro quer evitar a greve dos caminhoneiros por conta do aumento de 4,4% no preço do diesel e a alternativa foi reduzir o PIS/Cofins do combustível. Só que, para isso, será necessário aumentar a arrecadação em outro lugar. A Receita Federal tem coordenado um estudo para encontrar uma forma de balancear a arrecadação e os carros de luxo teria sido escolhidos junto com o setor petroquímico. A ideia já teria sido aprovada pelo ministro Paulo Guedes, que apenas aguarda a conclusão do trabalho do fisco para levar a proposta para sanção presidencial.
E quem vai pagar a conta são, principalmente, as marcas associadas da Associação Brasileira Das Empresas Importadoras E Fabricantes De Veiculos Automotores (Abeifa). Formada em grande parte por fabricantes de segmento premium, a Abeifa já pleiteava uma redução do imposto de importação de 35% para 20%, dizendo que as marcas importadoras precisam disso para sobreviver, como forma de aliviar a cotação do dólar a mais de R$ 5.
João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa e diretor geral da Volvo Cars no Brasil, diz que o setor está “no limite de exaustão financeira” por conta da constante desvalorização do Real ante do dólar e o euro. Sem uma ação do governo, o setor teme o fechamento das concessionárias e outros pontos, que conta com 17,5 mil postos de trabalho.
Esta proposta do governo ainda não deixa claro o que será considerado “carro de luxo”, podendo afetar até modelos nacionais que sejam vendidos acima de uma determinada faixa de preços. O imposto de importação afeta somente as marcas que trazem veículos da Europa ou Estados Unidos, o que é apenas 3% das vendas internas, pois o restante vem do México ou outros países do Mercosul, que não pagam este imposto por conta de acordos comerciais. Com um aumento do IPI, fatalmente quem pagará a conta no fim da linha é o consumidor com produtos ainda mais caros.
De acordo com a CNN, o governo trabalha para que o anúncio deste aumento do IPI aconteçao mais rápido possível. Os caminhoneiros tem uma paralisação marcada para segunda-feira (1º de fevereiro) e o presidente Bolsonaro espera que esta manobra evite que a greve aconteça. Procuradas, tanto a Abeifa quanto a Anfavea ainda estão tentando falar com o Ministério da Economia sobre este possível aumento do IPI e até o fechamento desta reportagem não tinham um posicionamento oficial.
Fonte: CNN Brasil
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