A Peugeot apresentou na noite desta terça-feira (25) a picape Landtrek para a América Latina. Em um evento online realizado no México, a marca anunciou o início das vendas do modelo em alguns mercados locais. A notícia ruim? Brasil, Colômbia e Argentina serão os últimos países a receberem a picape, somente a partir de 2022. Uma notícia estranha, visto que, junto do México, são os maiores consumidores de picapes médias da região.
Mas, afinal, por que tanta demora? A resposta foi desvendada pelo Autoblog Uruguai, que destacou em sua página o desembarque do primeiro lote da Peugeot Landtrek no Porto de Montevidéu (foto abaixo). As unidades são procedentes da fábrica da PSA em Shenzen (China), a única planta a produzir a picape atualmente - o projeto é fruto de uma parceria entre a Peugeot e a chinesa Changan. E no Uruguai as vendas começam já em janeiro.
O problema é que, importada via China, no Brasil a picape teria de pagar o Imposto de Importação de 35% e ainda sofrer com as variações do dólar, o que a deixaria sem condições de brigar em preço com Toyota Hilux, Chevrolet S10, Mitsubishi L200 e cia. E o mesmo aconteceria na Argentina.
É por isso que Brasil, Argentina e Colômbia terão de esperar até a Landtrek ser produzida no Mercosul, onde ela ficará livre do Imposto de Importação. O projeto prevê que a picape seja feita na fábrica da Nordex, no próprio Uruguai, de onde saem atualmente os utilitários Peugeot Expert, Citroën Jumpy e Kia Bongo. Mas isso ainda leva um tempo até que as linhas de montagem sejam preparadas para receber a picape da marca francesa - daí a espera até 2022.
O problema desta decisão está no fato de que a concorrência não vai ficar parada. E para 2023 já estão no plano as novas gerações de Ford Ranger e Toyota Hilux, a serem produzidas na Argentina. Talvez seja por isso que a Peugeot já fala em "adaptações locais". Desde que a Landtrek foi apresentada globalmente, questionamos a falta de um motor mais compatível com a concorrência local, que oferece cerca de 200 cv. Perto delas, o 1.9 turbodiesel de 150 cv da Peugeot parece insuficiente, enquanto o 2.4 turbo de 210 cv a gasolina passa longe da preferência do consumidor de picapes médias da região.
Até 2022, então, a Peugeot deverá preparar melhor a "Landtrek Mercosul" para que não seja mera coadjuvante neste importante segmento do mercado nacional.
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